A História de Uma Garota (Livro 1)

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Uma chama de esperança.

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Ao chegarem em segurança, foram recebidos por Hanna que abraçou Liam enquanto Julie cuidava de Christopher com a ajuda de Valerie e Valentin. Clarice correu para abraçar sua sobrinha, e ela notou Kaizo e Harry em um canto conversando com Kastian. Todos pareciam bem, exceto Christopher que estava desacordado.
Com calma, Liam explicou que eles foram levados depois de serem dopados. Quando acordaram, estavam dentro de uma sala e Christopher parecia fraco demais, depois de alguns minutos ele desmaiou e permaneceu assim, mas estava vivo ainda. Ele contou também que ouviu a conversa de Jeremiah, que eles seriam mortos pela manhã assim que o tempo de esperar Kalissa acabasse.
Ele se surpreendeu quando viu Kastian, confundindo com o irmão, e os dois carregaram Christopher para fora dali. A sala onde estavam era dos medicinais, estava vazia no momento, mas um dos aprendizes apareceu com comida no exato momento, e Kastian precisou agir para evitar que ele chamasse os outros.
   — Por isso demorou tanto? — Kalissa interrompeu, questionando o Morgenstair de cabelo escuro.
   — Na verdade, eu demorei porque achei umas coisas interessantes na mesa deles.
Kastian depositou vários papéis na mesa. Julie pegou alguns, olhando brevemente e sua expressão de surpresa adiantou o quanto aquilo era importante.
   — São feitiços antigos, muito antigos, até mesmo a língua é antiga!
   — E estes são feitiços simples de um antídoto. — Valerie analisou as outras folhas, apontando um específico. — Este é para Kastian.
   — Pode fazer? — Kaizo rapidamente se colocou de pé, o irmão encarou a reação dele e olhou para Kalissa, uma troca silenciosa de olhares que dizia "não me olhe assim, eu sei." Ele precisava fazer as pazes com o irmão.
   — Podemos. — Valentin respondeu e sua irmã assentiu, reafirmando. — Consiga os ingredientes.
   — Talvez eu tenha. — Julie ofereceu, uma rápida olhada para Kastian e Kaizo. — E pode ser útil para Christopher.
   — Devemos levar ele para outro lugar? — Hanna ainda segurava a mão de Liam, e Kalissa notou o olhar de Harry fixo naquele contato tão íntimo dos dois. Oh...
   — Ele pode ficar, é seguro aqui. — Kaizo olhou para Hanna e depois para Kalissa. — Talvez seja seguro para todos ficarmos apenas em um lugar.
Clarice balançou a cabeça negativamente.
   — Muito gentil da sua parte oferecer sua casa, mas eu prefiro voltar. Nossos escudos estão consertados, podemos ficar seguras em casa.
Ela não gostava ainda de Kaizo. Certo. Anotado.
   — Se é assim que deseja, tudo bem. Talvez todos devam ir para lá. — o sorriso de Kaizo era uma provocação, demonstrando que não iria ceder e que Clarice era quem precisava desistir.
   — Lice. — Julie tocou o ombro da mulher que respirou fundo. Kalissa olhou para o pulso dela e semicerrou os olhos, finalmente notando o símbolo que Kastian havia mostrado.
Ela olhou para o Morgenstair que fez um gesto com a cabeça, confirmando. "Esse é o símbolo? Como eu nunca o notei antes?"
A resposta foi imediata e direta: "você está se permitindo definitivamente, poderá ver coisas que nunca notou antes, apenas sinta e veja."
E ele estava certo. Graças aos treinos, Kalissa conseguia sentir e diferenciar até mesmo as energias de cada um naquela sala, como um perfume específico que cada um exalava, uns mais doces outros mais fortes e...
Quem é esse?
Kalissa olhou para cada um, se concentrando. Um a um dos seres sobrenaturais naquela sala ela confirmou que estava correto, familiar e conhecido, mas havia um diferente. Ela olhou para Liam no exato momento em que ele olhava para ela.
Não pode ser...
Era Liam.
   — Será melhor despistar o inimigo de Kalissa enquanto ela se esconde aqui. — Kastian sugeriu.
   — E o que sugere? — Harry perguntou ao Caído, um pouco desconfiado.
   — Julie pode criar a energia de Kalissa na casa, fazendo parecer que ela está lá, enquanto ela e Clarice ficam lá. Kalissa ficaria aqui, ou com a caçadora, em segurança.
   — E quanto a nós?
A voz de Liam era baixa, parecia estar tomando cuidado ao falar na presença de todos, como se estivesse tentando se conter...esconder.
Ninguém havia notado?
   — Sim, e vocês também. O humano aí precisa de cuidados mesmo, e somente um feiticeiro pode fazê-lo.
   — Feiticeiros não podem entrar na minha casa. — Hanna protestou. E agora muita coisa faz sentido. — As proteções impedem que ele se aproxime da porta da entrada, seria impossível. O melhor é ficar aqui, pelo menos por hoje.
   — Por mim tudo bem. — Kaizo sorriu para Clarice. — Clarice? O que acha, está do seu agrado?
Ela revirou os olhos antes de suspirar e assentir.
   — Vamos fazer isso, apenas por hoje. — ela encarou o Caído com um olhar severo, a ameaça explícita. — É melhor que cuide bem de Kalissa, Morgenstair, ou eu jamais irei perdoar você. Jure que jamais deixará que alguém a machuque.
Kaizo estendeu a mão para Clarice que a segurou, e então com a expressão séria e decidida ele disse:
   — Eu juro pelos céus.