O segundo filho da estrela da manhã.
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O sol lutava para aparecer sob as nuvens carregadas naquela manhã quando Kalissa levantou e Hanna lhe deu a notícia que fez seu corpo todo tremer de medo e raiva.
Christopher e Liam haviam sido levados para a Floresta do Silêncio, para Jeremiah. Eles eram humanos e sabiam demais, e isso era um crime.
Maldição.
— Isso é culpa minha.
A verdade pesava em seu coração, ela sentia a culpa começar a nublar seus pensamentos como o tempo lá fora estava. Jeremiah queria falar com ela pessoalmente e usou tudo o que tinha para conseguir isso, não havia como recusar. E ela jamais colocaria a vida dos amigos em perigo, mesmo que precisasse ir até aquele maldito Ancião.
— Me leve até lá. — Kalissa pediu para qualquer um dos que estavam de pé diante dela. — Me levem até ele, eu preciso tirar meus amigos de lá.
Clarice baixou o olhar e Julie suspirou. Hanna estava inquieta e não parecia contente em deixar que fosse até lá, muito menos levá-la.
— Não podemos. — foi Julie quem respondeu, sua voz tinha uma emoção contida, escolhendo as palavras com cuidado. — Clarice e eu não temos permissão de entrar. Ninguém além de quem é convidado pode entrar.
— Convidado não é exatamente o que eu estou sendo, está mais para coagida.
— Alexander pode levar você até lá, mas ele também não foi convocado. Ele não pode fazer o caminho junto com você. — Hanna explicou. Parecia pensativa, buscando uma solução o mais rápido que conseguisse. — E você poderia se perder lá dentro, ficando presa pelo resto da vida sem achar a saída.
— Então o que faremos? Não podemos deixá-los lá!
— Não, não podemos... — Hanna pegou o celular em seu bolso e clicou algumas vezes, levando o aparelho até o ouvido. — Oi. Aconteceu algo, precisamos de vocês dois, venham pra casa da Kalissa agora. Obrigada.
Kalissa estranhou. Com quem ela estava falando?
— Quem você chamou? — Clarice indagou.
— Existe uma possibilidade de alguém ser capaz de ir com Kalissa, mas antes precisamos dele do nosso lado, e isso é algo que somente ele pode fazer.
— Ele...?
— Precisamos de Kastian Morgenstair. — Hanna falou com a voz carregada de desgosto. Kalissa sentiu o estômago revirar.
— Você não comeu nada, não podem resolver as coisas de barriga vazia. — Julie notara que Kalissa havia se encolhido com a mão no estômago e serviu o café da manhã para ela. — Coma. É uma ordem.
Ela aceitou a contragosto, o bolo estava gostoso como sempre, mas tudo tinha um gosto amargo em sua boca. A ideia de que os amigos pudessem estar sendo maltratados e que precisava de Kastian era um tanto agoniante, ela sabia pouco sobre ele – o que Kaizo havia dito parecia o suficiente –, mas não queria ter que conhecê-lo pessoalmente e pedir sua ajuda. Dever um favor a ele parecia muito...perigoso.
Levou apenas alguns minutos para duas batidas suaves soar na porta. Hanna se prontificou a abrir, e Kaizo entrou com Harry, causando surpresa em Clarice e Julie.
— Quem permitiu suas entradas aqui? — a mulher perguntou, mesmo que seu olhar já estivesse em Kalissa.
— Clarice, é um prazer vê-la também. — Kaizo sorriu gentilmente, mas era um de seus falsos sorrisos simpáticos.
— Vamos ao que interessa, pode ser? Temos dois humanos envolvidos. — Hanna interveio, evitando uma discussão. — Christopher e Liam foram levados para a Floresta do Silêncio.
— Não vejo como nós podemos ajudar. — Harry não parecia incomodado, muito menos interessado. — Somos Caídos. Não é nossa obrigação salvar humanos.
— Eu sei. — Hanna claramente poderia ter acertado um soco em Harry, mas se conteve e prosseguiu. — Estou pedindo. Por mim, por Kalissa...são nossos amigos. E humanos. Não merecem passar por isso.
— E estar nessa situação foi minha culpa. — Kalissa acrescentou.
— Não foi sua culpa. — Kaizo rebateu. Agora ele olhava para ela com atenção, em em seu olhar ela podia ver uma certa irritação, mas não com ela. — Eles estavam no lugar errado e sabem demais, mas não foi culpa sua.
— Você ainda não disse por que nos chamou aqui. — Harry trouxe a atenção novamente para Hanna que estava de pé, um pouco inquieta.
— Precisamos de Kastian.
A reação dos dois anjos caídos foi unânime. Ambos balançaram a cabeça negativamente, a simples menção de Kastian fez Kaizo ficar tenso e agora sua irritação estava estampada em sua expressão, os olhos ameaçadores encaravam Hanna como se ela tivesse cometido um crime.
— Isso é impossível.
— Apenas ouça...
— Não. — a resposta cortante de Kaizo era uma ameaça velada. Hanna não deveria mais insistir ou algo aconteceria a ela. — Kastian não vai ajudar, muito menos entrar naquele lugar, e menos ainda quero ele perto de Kalissa.
— A questão aqui é, Kalissa está mesmo disposta a ir até lá? — Harry mudou o foco, e surtiu efeito já que o amigo piscou algumas vezes antes de olhar para Kalissa. — Você sabe que os Anciãos não são muito agradáveis, não é?
— Fisicamente ou a personalidade deles? — Kalissa debochou. Ela sabia, ouviu o suficiente de Alexander sobre como eram os Anciãos, o líder deles, e que nunca iria lá se não fosse necessário. — Eu apenas quero ajudar meus amigos. Por eles, farei o que for necessário.
Era uma discussão desnecessária; Kaizo não iria cooperar, Harry não ousaria fazer algo que contrariava o amigo, Hanna e Alexander não poderiam ajudar muito, Clarice e Julie também não... Eu preciso fazer algo.
Kalissa havia aprendido como funcionava a comunicação por telepatia, em tese, mas não havia praticado o suficiente e se cometesse um erro poderia acabar se prejudicando. Ela se concentrou, aproveitando a distração de todos com a discussão e fez como Adaely ensinou. Para entrar na mente de alguém era necessário criar uma conexão, ter a pessoa a sua frente era suficiente, mas em casos de não ter, era necessário imaginar ela. Criar um laço com a imagem daquela pessoa, as características, e então testar os bloqueios que algumas pessoas tinham naturalmente – ou no caso de seres sobrenaturais, as que criavam. Ela imaginou ele exatamente como Kaizo o descreveu, não ousou testar imaginar sua voz já que não sabia como seria e não arriscaria cometer um erro, então cautelosamente ela criou a imagem de Kastian Morgenstair. Alto como o irmão, cabelos escuros como os olhos eram – um diferencial do irmão –, um sorriso sarcástico e olhar ameaçador.
Bingo.
Ela se deparou com um bloqueio, ele era forte, sua energia era como estar em um lugar escuro e aos poucos ficar sem ar. Kalissa procurou brechas e sentiu o esforço afetar seu corpo, torcendo para ninguém notar o que ela estava fazendo e interromper.
Quem é você, criaturinha curiosa?
A voz era exatamente como a de Kaizo, mas um tom levemente grave, sem aquela suavidade. Droga, ele me encontrou.
Achou que eu não sentiria um invasor? Que amadora.
Diga-me, quem é você?
Não havia nada que ela pudesse fazer, então ela decidiu ceder.
Sou eu. Kalissa.
Ela ouviu uma risada, sentia a surpresa, o escudo estremeceu a cada emoção que ele sentia. Deveria ter muito cuidado com as palavras agora.
Eu nunca pensei que essa situação aconteceria, mas seja bem vinda, Kalissa Blackheart.
O local se iluminou, e então Kalissa o viu. Ele havia permitido sua entrada, criando uma espécie de sala onde pudessem conversar, uma ponte. Um convite. Um desafio.
— Fique a vontade.
Ele era exatamente como ela imaginou, uma cópia de Kaizo, mas todas as divergências estavam ali, pequenos detalhes que apenas ela conseguia diferenciar com tanta facilidade. Devagar, Kalissa se aproximou e sentou em uma poltrona, hesitante com a hospitalidade.
— Não se preocupe, não tenho a intenção de machucar você aqui, isso me afetaria também, e não sou burro.
— Eu não estaria aqui se não fosse necessário.
Ele sorriu.
— Ah, eu sei bem disso. Aliás, devo parabenizar você, é sua primeira vez invadindo uma mente, não? Com mais treino, poderia até conseguir quebrar meus escudos.
— Não estou aqui pelos seus elogios. Preciso de sua colaboração.
— Minha ajuda você diz. — ele parecia divertido com a situação, mas Kalissa estava desconfortável.
— Colaboração é melhor.
— E o que posso fazer por você, querida Kalissa?
— Preciso entrar na Floresta do Silêncio.
Kastian estremeceu um pouco, a sala também, uma resposta de sua hesitação e tensão ao ouvir aquele nome.
— Você quer ir até lá por qual motivo?
— Jeremiah pegou meus amigos, e eu não posso deixa-los lá. Eu... — ela sacudiu a cabeça evitando dizer que era sua culpa, Kastian fingiu não notar. — Pode fazer isso ou não?
— Se vai entrar na mente de alguém para tentar coagir a fazer algo que quer, deveria tentar não apenas invadir e sim controlar a pessoa.
— Eu prefiro pedir com educação.
O Morgenstair analisou cuidadosamente, em silêncio. Ele semicerrou os olhos para ela e perguntou:
— Por que veio até mim dessa forma? Não tem medo que eu faça algo?
— Você mesmo disse que não faria, que não era burro a esse ponto, e eu sei que pedir é uma forma melhor do que ameaçar você a fazer isso.
— Eu sei que Kaizo está aí. Sinto a presença dele através de você. Está fazendo isso a pedido dele?
— Ele não sabe, ainda não notou o que estou fazendo.
Aquilo surpreendeu Kastian, mais uma vez fazendo estremecer aquela ponte. Ele sorriu minimamente.
— Mas ele vai, assim que sentir a minha presença. Para seu próprio bem, é melhor encerrarmos por aqui. Foi um prazer falar com você, Kalissa Blackheart.
Mas ela se levantou, e tão rápido quanto um piscar de olhos ela estava diante de Kastian, segurando firme seu pulso.
— Me ajude.
— E por que eu deveria? Sou o irmão vilão, esqueceu?
— Não é. Você apenas precisa ceder, assim como Kaizo, e sentar para colocar os pingos nos i's. Você não é um vilão, Kastian, se fosse seu irmão não se importaria tanto para tentar achar uma forma de curar você e mantê-lo vivo. Se fosse, eu não estaria aqui, meu poder teria destruído sua mente antes mesmo que pudesse se defender, e eu definitivamente não estaria disposta a fazer isso com sua ajuda.
As palavras de Kalissa pareceram um soco em Kastian, ele recuou, mas ela continuou segurando seu pulso para evitar que ele quebrasse a conexão. Então ela sentiu um toque firme em seu ombro, o toque de Kaizo. Ele descobriu.
— Parece que meu irmão percebeu. Fim do papo, Kalissa.
Mas ela persistiu um pouco mais.
— Por favor.
Kastian olhou para a mão da garota em seu pulso e depois seu rosto. Kaizo continuava chamando seu nome, a ponte estremecendo com mais força e a conexão aos poucos se perdendo.
— Kastian. Por favor.
A voz de Kaizo podia ser ouvida chamando seu nome, um eco, cada vez mais forte e nítido. Ela tinha poucos tempo, talvez alguns segundos antes da conexão ser cortada. O Morgenstair abriu a boca para responder, mas o puxão quebrou a ponte entre eles e Kalissa gritou.
Os rostos de todos estavam pálidos, preocupados, e Clarice a abraçou com força quando viu que ela estava de volta. Harry, Hanna e Julie suspiravam de alívio e Kaizo parecia assustado.
— Nunca mais, nunca mais faça isso. — Clarice repetia, mas Kalissa se desvencilhou de seu abraço e ficou de pé.
— Vocês poderiam ter me matado, sabiam?!
— Você poderia ter se matado sozinha! — Kaizo rebateu no mesmo tom, mas Kalissa não recuou.
— Estava tudo sob controle, ele não me machucou.
— Foi arriscado, Kalissa. Você entende isso? Colocou sua vida em risco, a de sua família. — ele continuou. — As proteções da casa estão danificadas por ter burlado ao trazer alguém aqui dessa forma, e vocês estão vulneráveis agora, e Kastian poderá entrar aqui mesmo sem ser convidado, entende isso?
Um choque. Ela não sabia disso.
— Sinto muito.
Não havia nada que pudesse dizer, ela havia de fato cometido um erro ao agir impulsivamente daquela forma sem saber detalhes como aquele. Um erro, e ela nem havia conseguido a ajuda de Kastian. Dois erros.
— Posso consertar, preciso de algum tempo, mas farei meu melhor para ser rápida. — Julie anunciou antes de sair em busca de sua bolsa com vários frascos que ela carregava sempre com ela em suas viagens, deixando o restante com aquele clima de tensão no ar.
Enquanto Kalissa se sentia culpada, mais uma vez, um arrepio percorreu sua espinha e ela sentiu como um sopro em sua mente. Seus bloqueios. Aquilo aconteceu mais uma vez, mas ela sentiu o sopro como leves batidas em seus escudos.
O que...?
Eu ajudarei.
Kalissa notou que Kaizo também parou, deixando a discussão de lado por um momento, olhando para Kalissa com uma certa surpresa.
— Ele...
— Ele vai ajudar. — Kalissa completou, percebendo que ele não havia falado apenas com ela, mas com o irmão também.
— Disse que estará esperando em casa. Devemos ir lá. — Kaizo continuou olhando para a garota ruiva como se ela fosse um fantasma. — Como fez isso? Que ele concordasse. O que conversaram?
— Eu apenas pedi, nada demais.
Ela não ousaria dizer o que conversaram, era algo que ela preferiu manter entre eles, assim como suas revelações. Kaizo não pareceu satisfeito, mas assentiu.
— Se querem evitar algo ruim com aqueles dois, é melhor irmos logo. — Harry comentou, seu olhar estava em Hanna, mas ele o desviou para Kalissa. — Você precisa vestir algo adequado. Pijama não seria muito sério para algo assim.
Kalissa apenas mostrou língua para ele que sorriu divertido.✦✧✧✧✧✦
Ao chegarem a casa de Kaizo, Valentin e Valerie estavam do lado de fora ansiosos. Kastian havia chegado.
— Ele disse que foi convidado, e que estava esperando vocês, especialmente Kalissa. — Valentin falou apressadamente, quase sem fôlego. — Nós não o impedimos de entrar, mas colocamos proteções para evitar que faça algo.
— E o que ele fez até agora? — Kaizo perguntou.
— Tomou chá, comeu biscoitos e estava lendo uma revistas de vestidos para baile. — Valerie respondeu, pela primeira vez demonstrando alguma emoção. Ela estava chocada.
Mas Kaizo riu.
— Vamos falar com ele.
Kastian realmente estava exatamente como Valerie dissera; folheando as páginas com muito interesse, mastigando um biscoito e a xícara de chá sendo levada aos lábios para um gole. Quando ele decidiu olhar para eles, preguiçosamente, ele sorriu especificamente para Kalissa.
— Estava ficando entediado esperando vocês.
Era a primeira vez que ela via Kastian de verdade, com calma para analisar cuidadosamente. Ele tinha um estilo diferente do irmão, usando preto e couro, era até um pouco jovial e seu sorriso quase enganaria que ele era um bom rapaz. Quase.
— Kastian.
— Kaizo.
Os irmãos tinham um cumprimento estranho, apenas encarando e dizendo seus nomes com certa hostilidade, se reconhecendo. Medindo forças, ela notou um segundo depois que eles estavam usando seus dons silenciosamente.
— Vamos ao que interessa, porque eu quero saber o que está acontecendo. — Valentin interrompeu, curioso e ansioso.
A atenção de Kastian foi para Kalissa quando Kaizo começou a explicar a situação, e ele fez uma reverência breve, sorrindo como um predador. Meus cumprimentos, Kalissa.
Obrigada por aceitar, ela respondeu.
Eu pretendo cobrar esse favor, você sabe.
É claro que ela sabia.
Diga seu preço.
Hoje não, mas mantenha em mente que você me deve.
Poderia ser qualquer coisa, é claro, desde algo complicado até uma provocação para o irmão. Literalmente qualquer coisa. Ela apenas assentiu, sem se importar em pensar naquilo agora.
— Bom, então é melhor ir logo. — Valentin falou assim que Kaizo terminou a explicação breve.
— Concordo.
Mas Kaizo e Valerie olharam para Kalissa com um certo desdém, não por ela, mas suas roupas.
— Não com isso. — Kastian falou e Valerie assentiu.
— Eu cuido disso.
A feiticeira estalou os dedos e as roupas de Kalissa foram substituídas por algo semelhante ao uniforme que ela viu os Caçadores usarem, mas havia um capuz cobrindo sua cabeça. A roupa era semelhante a de Kastian, as botas de couro estavam tão brilhantes que refletiam a luz, as calças de um tecido confortável pareciam ter camadas de proteção que por algum motivo não pesavam nada, a blusa e o manto eram leves, assim como o colete de couro.
— O uniforme oficial não é assim. — Hanna protestou.
— Ainda bem. — Valerie rebateu e deu um sorrisinho ao ver a cara de Hanna descontente. — Agora sim está pronta. Vão, e cuidado com os sussurros.
Kastian se aproximou e ofereceu o braço para Kalissa, como um cavalheiro, mas sorriu por cima do ombro para o irmão como se estivesse zombando dele. Típica encrenca entre irmãos, não tenho tempo para isso.
— Kastian.
Foi tudo que precisou dizer para o Morgenstair voltar sua atenção ao que importava. Um portal foi aberto, cortesia de Valentin, e os dois caminharam para dentro dele sentindo como se estivessem passando por uma tempestade. Kalissa fechou os olhos e deixou que Kastian guiasse, mas ouviu sua risada quando aquilo passou.
— Melhor abrir os olhos, Blackheart.
Ela o fez, não contendo a surpresa ao olhar onde estavam. Não era uma floresta qualquer, era muito mais, simplesmente de tirar o fôlego. De medo.
— Esse lugar é...
— Assustador? Sim, exatamente como deve ser e como é. — Kastian não sorria, parecia sério demais quando disse: — Bem vinda a Floresta dos Silêncio.
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A História de Uma Garota (Livro 1)
FantasiO primeiro livro da trílogia "Escolhidas" ━━━━━━━━》❈《 ━━━━━━━ Kalissa Blacke tinha o mesmo sonho todas as noites, o pesadelo que assombrava e atormentava sua vida desde que conseguia se lembrar. Tudo ficou ainda mais complicado quando se viu em meio...