2.0- Consumação

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Mahina tinha feito um chá e o servido para Neji, além de ter pegado alguns biscoitos que estavam em um pote de vidro no armário.

— Não vai tomar chá?— Neji perguntou para ela antes de levar sua xícara à boca. O chá tinha um gosto estranho, mas Neji achou que fosse apenas um que não estava acostumado a tomar.

— Não, obrigada. Não tomo nada antes de dormir— falou. Pegou um biscoito e o balançou um pouco com um sorriso no rosto— Mas vou querer um biscoito. Nem me lembro quando foi a última vez que comi biscoito com chocolate.

— Está bom mesmo.

Ficaram um tempo em silêncio apenas saboreando os biscoitos.

— Sabe, eu estava preocupado— ele falou atraindo a atenção da garota para si— Com tudo isso de casamento e ser o novo líder. Não era isso que eu queria.

Ela colocou a mão sobre as costas dele de forma gentil.

— Eu sei que não era comigo que queria se casar.

— Não… Não entenda mal, você é bonita, gentil e talentosa, mas não sinto esse sentimento por você.

— Bom… eu também não tenho um sentimento romântico por você. Mas fico feliz que me casei com você.

— Também estou feliz que tenha sido com você. Ao menos somos amigos.

— Sim— ela concordou e gentilmente o chamou— vem, vamos dormir.

— Eu vou dormir aqui na sala, pode dormir no quarto.

— Tudo bem, estou indo. Tenha uma boa noite, Neji— fez uma reverência e se foi.

Neji pegou uma almofada e uma coberta, se ajeitou no sofá e dormiu logo em seguida.

Neji não conseguia dormir. Rolava de um lado para o outro. Começou a suar frio e a sentir muita sede. Se levantou e foi cambaleando até a cozinha, pegou o maior copo que encontrou e o encheu. Tomou tanta água que a que estava no filtro acabou. Ainda estava com a sensação de boca seca, então foi até a pia cambaleando e esbarrando nas coisas e fazendo barulhos.

Mahina escutou barulhos vindo da cozinha e acordou assustada. Foi a curtos passos e nas pontas dos pés, não encostou em nada e não fez nenhum barulho ao caminhar e abrir a porta do quarto. Seu coração estava a mil e queria voltar para o quarto e se esconder lá. Passou pela sala e o jovem não estava lá, imaginou que fosse ele na cozinha que era de onde vinha o barulho. 

Chegou na cozinha e ficou chocada ao ver Neji no escuro tomando água direto da torneira da pia. Acendeu a luz e se aproximou dele, ele murmurava coisas.

— Por que está no escuro? E tomando água da pia?

— Estou com sede. A água do filtro acabou. Minha sede não passa. Estou com sede, muita sede.

— Tudo bem… Vou voltar para o quarto, se precisar de mim me chame, por favor.

De repente, Neji sentiu o calor em seu corpo aumentar, uma formigação na ponta se seus dedos e parou de pensar de maneira clara e lógica. 

Ela estava deitada e quase dormindo. Com os olhos fechados, respiração lenta, músculos relaxados e quase entrando no sono profundo quando Neji entrou batendo a porta com força e cambaleando. Ela acordou com um pulo de susto, ele estava curvado e parecia desordenado. Resmungando palavras que Mahina não entendia. Ela se levantou perguntando o que teria acontecido. Ele foi na direção dela e a segurou pelo ombro.

— N-neji, você tá me machucando… Me solta, por favor.

Ele parecia não escutá-la. A jogou no chão e ficou com o corpo sobre o dela. Ao bater com as costas no chão perdeu o ar pela força do impacto e pelo peso extra sobre si. Ela se assustou e começou a entrar em pânico, não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que tinha algo errado e estava assustada.

— Neji, para, por favor. Tá me machucando e… e me assustando. Para, para, por favor. 

Ele colocou as mãos na cintura dela por debaixo da blusa e escondeu o rosto na curva do pescoço dela.

— Vou te tornar meu…— a respiração dele se tornou muito pesada e ele parou de falar.

Ela se assustou cada vez mais enquanto seus pedidos para parar eram negados e ele parecia avançar mais. Ela se balançava na tentativa de se soltar e sair debaixo dele, mas ele era mais forte que si e estava usando bastante força para a manter no local onde estava.

— N-neji, por favor… Por favor, por favor, para… para, para..!— a esta altura lágrimas escorriam pelos olhos de Mahina, ela se debatia sem parar na tentativa de se soltar.

Neji parecia estar ardendo em febre, mas ainda tinha muita força para imobilizá-la. Enquanto ele avançava , ela continuava a se debater. Antes que ele fosse longe demais, ela conseguiu soltar uma de suas mãe e, sem pensar duas vezes, deu um tapa com toda a força que tinha no rosto dele que levou ambas as mãos ao local do impacto. Esse momento de distração dele foi o suficiente para que ela usasse as mãos e os pés para empurrá-lo para longe, se levantar do chão com agilidade, correr para o outro lado do quarto e pegar um vaso que estava sobre uma mesinha para se proteger caso Neji viesse para cima de si novamente. 

Ele apenas continuou no chão. Estava escolhido e tinha começado a chorar como uma criança. Mahina ainda continuou no canto com o vaso na mão pronta para atacar Neji a qualquer movimento suspeito. Por sorte, ele não se moveu, apenas ficou chorando encolhido no chão.

Com uma alta descarga de adrenalina em seu corpo e o coração acelerado, Mahina respirava rápido e curto. Ela olhou em volta procurando por uma rota de fuga, O quarto só tinha uma janela que estava emperrada e a porta entreaberta. Encarou a porta por alguns instantes, desviou o olhar para o garoto caído no chão e outra vez para a porta. Respirou fundo algumas vezes para criar coragem e começou a andar nas pontas dos pés pelos cantos do quarto. Parou a alguns passos da porta, prendeu a respiração para não fazer nenhum ruído e se aproximou devagar ainda com o vaso nas mãos. Abriu a porta devagar, saiu correndo e se trancou no banheiro.

Quando se deu conta de que estava segura e de que Neji não a procurava, a adrenalina baixou e restou apenas o medo em seu corpo. Caiu de joelhos e começou a chorar desesperadamente.



∆∆∆

Tá quase chegando ao fim.

Obrigado por ler.

🌈🍉✨

Tem alguém vindo (ShikaNeji)Onde histórias criam vida. Descubra agora