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- Nina, querida! - ouvi a madre chamar.

- Sim, madre?

Ela suspirou e veio até mim, uma lágrima solitária escorrendo por sua face, ela me agarrou em seus braços e me apertou forte contra si... Eu não entendi o por que daquilo, já que ela raramente nos abraçava.

- Querida, preciso que faça uma coisa por mim e me obedeça, Nina! Não importa o que ouça, Nina, só me obedeça. - suspirou - Quero que fique debaixo da sua cama e por favor fique lá até que alguém venha até você!

Eu não entendi nada a princípio mas resolvi acatar a ordem da mulher a minha frente, eu precisava obedecer, já que ela sempre fez de tudo por mim e me criou como uma mãe desde o acidente dos meus pais.

- Tudo bem... Mas está acontecendo alguma coisa? - questionei curiosa.

- Não querida... Só preciso que faça o que pedi, tudo bem?

Acenei positivamente e ela me empurrou até a cama, Karina me ajudou a entrar debaixo da cama de solteiro e colocou um baú a minha frente, de repente tudo estava escuro.

Ouvi os passos de Karina se afastarem devagar e logo o interruptor ser acionado fazendo com que toda a iluminação do ambiente acabasse.

- Nina, eu amo você, querida... Siga sempre os passos de Jesus, promete?

- Eu prometo madre.

E então a porta se fechou, eu não ouvi o barulho das chaves mas sabia que ela havia ido embora, eu me questionava o por que daquilo, por que eu tinha que ficar debaixo da cama?

Logo meus pensamentos foram silenciados por gritos.

Ouvia as meninas pedirem por favor, elas imploraram, pediam para que não fizessem aquilo.

Mas fizessem o que?

A agonia estava presente naquele momento e comecei a me sentir sufocada, como se roubassem o ar de meus pulmões, meus olhos ardiam em lágrimas quentes que desciam sem controle por meu rosto e caim em meu pescoço.

Eu ouvia barulhos altos, como se fogos de artifício estivessem sendo soltos dentro do convento, gritos e mais gritos...

E então um barulho alto ecoou dentro do quarto onde eu estava, a porta foi aberta e alguém caminhava lá dentro, apesar de pequeno, a pessoa andava lá dentro e remexia tudo.

- Onde está, Nina? - uma voz grossa soou.

Era um homem? Só podia ser, aquela voz tinha um timbre muito forte para ser feminina, mas eu não conhecia nenhum homem... Como ele sabia meu nome?

Instantaneamente o medo tomou conta do meu corpo, eu não conhecia a pessoa que me chamava então essa pessoa não podia saber meu nome.

Eu não respondi seu chamado e logo tratei de tapar minha boca, com medo do que vinha pela frente, comecei a orar em meus pensamentos e fechei meus olhos esperando que Meu Senhor cuidasse de mim como sempre fez.

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