IX

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- Nina, querida, você precisa falar comigo

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- Nina, querida, você precisa falar comigo... - tentou Viktor.

Desde ontem eu não havia dito nenhuma palavra, desde que ouvi dele as coisas mais absurdas e dolorosas que alguém já havia me dito.

Meus olhos não se fixavam em nada, absolutamente tudo estava em segundo plano ao meu redor, somente meus pensamentos tinham espaço para mim, pensamentos esses que me sufocaram ao ponto de eu não conseguir mais chorar.

- Pode me dar um abraço? - falei pela primeira vez.

Talvez fosse a dor, talvez fosse o medo ou talvez eu apenas quisesse pertencer a algum lugar de verdade... Sem mentiras ou segredos.

- Claro, Nina! Todos os abraços do mundo. - disse.

Ele veio caminhando em passos apressados até mim e me agarrou cheirando meus cabelos, Viktor me apertou em seus braços como se não quisesse me soltar nunca mais e eu não queria que ele me soltasse nunca mais.

Nós ficamos abraçados por muito tempo, possivelmente horas haviam se passado mas a intensidade de seus braços era a mesma.

- Você quer ouvir a história toda...? - levantou o questionamento.

Apenas balancei minha cabeça com medo do que eu poderia ouvir em seguida.

[...]

22 anos antes...

- Nina, o nome da menina é Nina. - Karina falou - Os pais morreram em um acidente de carro e vi um futuro promissor para a menina... Os cabelos ruivos podem render uma boa grana.

Ivan olhava desconfiado para Karina, sem querer acreditar na facilidade com a qual ela conseguiu a garota ruiva.

- Eu pago o triplo do que oferecerem por ela. - Ivan decretou.

Katrina ligeiramente sentindo o breve cheiro do dinheiro que em poucos anos estaria em suas mãos não pensou duas vezes em aceitar o trato, ela teria um lucro ainda maior do que o esperado.

- Mas eu a quero virgem. - avisou Ivan.

Um sorriso largo, que ia de orelha a orelha, tomou a face de Katrina e seus olhos brilharam já pensando na bênção que seria aquele pequeno poço de dinheiro que era Nina.

- Vou dar a melhor educação a ela, será uma menina muito obediente... - disse - Mas só a entregarei depois dos vinte.

Ivan de primeira achou estranho sua mudança de opinião mas resolveu aceitar já que ele sabia bem que Katrina não seria louca a ponto de traí-lo, ela sabia bem o que a esperava se assim o fizesse, as mãos do homem envolveram a da mulher e alí eles firmaram um pacto que só seria quebrado após a morte.

- Ela é minha, só minha, Katrina.

Ivan jovem, com seus recém dezoito anos, estava encantado pela possibilidade de tomar Nina como esposa em um futuro próximo e fazer dela a mãe de seus herdeiros.

- Só sua, senhor Ivan.

[...]

- Seus pais morreram em um acidente, alguns meses depois Katrina a encontrou em um abrigo para órfãos... - suspirou - Ela cuidou de você para ser uma moça submissa as vontades de outras pessoas... Há um homem, Ivan, Ivan comprou você...

" Há vinte e dois anos atrás e há três meses ele foi buscar você no convento, Ivan é um mafioso muito perigoso daqui de Tallinn, ele já foi indiciado por pedófila uma vez mas não conseguimos "provas" contra ele...  Eu não sei o que poderia ter te acontecido se aquela mulher não tivesse te escondido, Nina."

Eu fui comprada? Por um homem acusado de pedofilia? A madre... Ela me vendeu quando eu era uma criança...?

- Mas por que ela me escondeu? Por que ela fez isso?

Viktor passou a mão por meus cabelos e beijou minha testa antes de me responder.

- Nós ainda não sabemos, linda, estamos investigando... Mas, por favor, você não pode contar nada disso a ninguém. - fez uma pausa - Mikail não queria que eu te contasse.

Levantei um pouco minha cabeça e dei um pequeno sorriso para ele, tentando demonstrar que estava bem, mas a verdade é que aquilo era demais para mim.

Olhei nos lindos olhos azuis dele e fechei os meus antes de colar nossos lábios, Viktor desceu uma de suas mãos para minha cintura e pressionou meu corpo no meu, nós nos largamos pela falta de ar e eu disse:

- Obrigada por cuidar de mim.

- A psicóloga disse que já podemos ir, meu bem. - Viktor avisou.

Uma semana havia se passado e para Graça do Senhor as sessões com a psicóloga já haviam começado, eu realmente estava gostando de ir, já que não podia descarregar meus problemas em Viktor, ele já tinha problemas suficiente.

Por falar nele, nos últimos dias descobri que ele é um homem muito ciumento... Isso até me fez rir, por que, eu não fazia questão nenhuma de ter contato com outro homem além dele.

Quando Mikail sugeriu que meu psicólogo fosse um homem, Viktor quase teve um colapso nervoso, de acordo com ele, não se podia confiar em nenhum homem sozinho comigo... Ele dizia que eu era muito ingênua e que os homens eram ruins.

Em partes eu acreditava nele, mas eu não era tão boba assim, então resolvi confiar na palavra de alguém que desde o início não exitou em cuidar de mim.

- Se comporte, rapazinho! - falei para Luke.

A cada dia o cachorrinho crescia mais e nosso amor por ele só aumentava, meu Viktor tem sido muito mais carinhoso ultimamente.

Nós agora só dormíamos juntos e os beijos estavam mais quentes... Aquela quentura no meio das pernas vinha me incomodando mais a cada vez que Viktor me tocava, era como se um bolo se formasse em meu ventre, e minha calcinha agora ficava molhada com mais facilidade.

Seus olhos azuis fixos em mim me traziam a sensação de proteção e desejo, um desejo tão forte que era capaz de nos consumir sem esforços.

Suas pupilas, agora, dilatadas entregavam tudo... Ele havia me ensinando o que era aquilo duro entre suas pernas e o por que de sempre ficar assim quando estávamos próximos.

Ele me desejava.

Nós já havíamos conversado sobre sexo... Não foi algo que eu pudesse opinar muito sobre, já que, não tenho muito conhecimento quando se tratava daquilo mas Viktor me entendeu, entendeu que eu estava quase me ordenando freira e que aquilo nunca havia passado na minha cabeça.

Mas ele me esperaria.

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