VI

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Estávamos entrando em casa quando Viktor me empurrou para dentro rapidamente e fechou a porta atrás de si com força

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Estávamos entrando em casa quando Viktor me empurrou para dentro rapidamente e fechou a porta atrás de si com força.

- O que foi? - perguntei.

Ele correu até mim e calou meus lábios com uma mão me levando para seu quarto em seguida.

- Não faça nenhum barulho... - pediu - Tem alguém lá fora.

Concordei já sentido meus olhos arderem pelas lágrimas que ameaçavam cair.

- Vá até o closet e pegue um telefone na última prateleira do lado esquerdo.

Dei-lhe as costas e fui fazer o que ele havia pedido, quando estava dentro do closet ouvi a porta do quarto sendo trancada.

Peguei o aparelho e voltei para o quarto mas os barulhos de tiros mais uma vez me fizeram me jogar no chão; Viktor não estava no quarto.

Minhas lágrimas desciam descontroladamente, eu soluçava e tentava recuperar o fôlego que me faltava, meu corpo balançava em espasmos e eu me tremia incontrolavelmente.

Os barulhos foram cessando e eu só conseguia pedir a Deus que cuidasse dele... Que o trouxesse de volta, para mim.

Eu estava jogada no chão quando a porta foi aberta devagar e mãos fortes me envolveram, o cheiro familiar invadiu minhas narinas e agarrei seu corpo com toda força que eu tinha.

- Oh meu Deus! - solucei.

Ele afagava minhas costas enquanto abraçava meu corpo, eu o apertava contra mim na falha tentativa de não nos separar mais.

- Está tudo bem... - falou.

Eu afastei um pouco meu corpo do seu para checar se realmente estava tudo bem, toquei seus braços e abdômen, olhei-o atentamente e levei minhas mãos para seu rosto.

Cheguei mais perto e deixei um beijo em sua bochecha, seu rosto antes enchuto agora estava molhado por minhas lágrimas.

- Não chore. - pediu.

- Cadê o Luke? - lembrei de repente.

- Ele está bem, deixei ele no seu quarto antes de sair.

Mais uma vez eu estava em seus braços, no único lugar onde eu me sentia verdadeiramente segura.

- Não podemos mais ficar aqui.

Olhei para ele que acariciou meu rosto e aproximou sua face da minha.

- Posso te beijar?

Beijar? Na boca?

Sem pensar muito apenas acenei positivamente e esperei seu próximo passo, eu estava muito curiosa em relação a tudo aquilo.

Viktor chegou mais perto e seus lábios tocaram os meus devagar, ele deslizou devagar sua carne sob a minha e eu...

Ele se afastou um pouco mas o necessário para me olhar nos olhos.

- Nosso primeiro beijo. - ele falou - Primeiro de muitos. - completou.

Ele sorriu e acariciou meu rosto.

Viktor e eu arrumamos nossas coisas dentro de algumas malas, de acordo com ele nós iríamos para o real apartamento dele, esses que estávamos era disponibilizado pelo governo.

- Luke? - chamei.

Ele logo saiu debaixo da cama e correu para os meus pés, meu garotinho estava enorme.

Peguei-o no colo e esperei que Viktor passasse com as malas para eu poder fechar a porta.

Ele chamou o elevador e logo estávamos pondo os cintos de segurança para ir embora.

Enquanto Viktor dirigia, para o nosso novo destino, eu não conseguia parar de notar as veias saltadas em seus braços fortes, ele ficava estranhamente fascinante enquanto tinha suas mãos sob os volantes.

Dei uma boa olhada em todo ele, seu corpo bem definido, os cabelos curtos que me chamavam tanta atenção, os olhos azuis fixos no trânsito, as mãos grandes e ásperas que eu desejava a todo momento ter em meu corpo, os lábios vermelhos e carnudos...

E foi olhando-o que senti uma fisgada em meu íntimo, algo quente escorreu por minhas pernas e eu não consegui sufocar o medo que me tomou.

- Aí meu Deus! - falei agitada.

Viktor antes concentrado na direção do carro, agora me olhava assustado.

- O que foi?

Como eu falaria para ele que eu estava naqueles dias?

- Nina! O que foi?! - perguntou mais uma vez.

- Podemos parar em uma farmácia por favor?

Ele rapidamente girou o volante e nós estávamos na direção oposta, ele não me perguntou o que era, apenas fez o que pedi.

Descemos do carro e Viktor pegou Luke de meus braços; eu estava com um vestido azul marinho e esperava fielmente no Senhor que não tivesse melado minha roupa, iria ser um constrangimento e tanto!

- Nina pode, por favor, me falar o que aconteceu?

Tentei esconder dele o meu rosto vermelho enquanto caminhava para o caixa, eu precisava saber onde tinham absorventes e com urgência.

- Boa noite... Vocês tem absorvente? - perguntei baixinho.

- Absorvente? - questionou mais alto.

Fechei meus olhos com vergonha de toda aquela situação e senti uma mão envolver meu braço e me virar para trás, ainda de olhos fechados ouvi Viktor dizer:

- Era isso? Nina, eu não acredito nisso.

Abri os olhos devagar já sabendo que meu rosto estava completamente vermelho.

- Desculpa? - pedi.

Ele não respondeu e foi até um corredor mais a frente, o segui e vi ele pegar vários pacotes de absorvente.

- Quanto fica? - perguntou a moça.

- 57₱ - falou a moça desinteressada.

Acho que era normal ela não ligar muito, era tarde da noite e a pobrezinha deveria estar cansada.

- Tem banheiro aqui? - Viktor inquiriu.

- Última porta do corredor. - apontou.

Ele pegou a sacola de absorventes e estendeu na minha direção, peguei sem pestanejar e ele foi comigo até o banheiro.

Entrei no pequeno lavabo e levantei o vestido, baixei a calcinha e...

Sem sangue? O que...?

Vesti-me novamente e saí do lado de fora.

- Vik... N-não tem sangue... - falei nervosa.

Eu nunca falava sobre esses assuntos assim, tão abertamente, ainda mais com um homem.

- Como não tem sangue? Você pode por favor me explicar, Nina? - pediu numa falsa calma.

Suspirei e decidi de uma vez ser verdadeira.

- E-eu estava te olhando no carro... E então eu senti... S-senti uma coisa lá embaixo e... E aí algo escorreu. - parei para respirar - Mas quando eu olhei só estava molhado... Como se eu tivesse feito xixi.

Baixei a cabeça completamente envergonhada pela situação, aquilo era tão constrangedor...

Senti seu corpo mais próximo ao meu e logo ele me envolveu em seus braços, um abraço de carinho e compreensão, mas como ele podia compreender aquilo?

- Isso é normal, Nina. - afirmou - Vamos para casa, eu te explico lá, tudo bem?

Apenas balancei a cabeça ainda apoiada em seu peito.

Tão compreensivo.

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