II

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- Bem-vinda, Nina

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- Bem-vinda, Nina. - Mikhail disse.

Ele estava me apresentando o tal apartamento que agora eu dividiria com Viktor, aquele era o apartamento de Viktor e não tinha nada de muito interessante já que as cores eram neutras e não havia quase nenhuma decoração.

Quando dei por mim Mikhail já não estava mais ao meu lado e eu estava sozinha dentro do meu novo quarto, era bonito, sem muita informação, como o do convento, as janelas eram grandes e tinha uma linda vista para a cidade, que agora brilhava com as luzes noturnas.

Me aproximei da porta afim de encontrar Mikhail e agradecer pelo cuidado, ele me disse que era superintendente de uma operação que investigava algumas coisas aqui em Tallinn, Viktor estava ajudando na tal operação.

- Por que ela tem que ficar comigo?! - ouvi Viktor falar.

- Por que você é o único que não tem mulher, porra! - Mikhail se pronunciou - O que acha que a minha mulher vai achar de ter um outra sobre o mesmo teto?!

- E os esconderijos para sobreviventes e essas coisas?

- Porra, Viktor, você acha que eu não procurei antes? Estão todos lotados caralho!

Eram tantos palavrões que eu me sentia enjoada, eu não queria me sentir um fardo para alguém que eu não conhecia.

Saí do quarto e os dois me encararam.

- Senhor Mikhail eu agradeço sua ajuda mas eu não preciso ficar aqui... - falei - Eu tenho uma amiga, sei que ela pode me ajudar.

Os olhos do homem se arregalaram em sua face e no mesmo instante ele tratou de me responder:

- Não, Nina, não é seguro. - afirmou - Tenho certeza que o Viktor cuidará muito bem da senhorita. Não é, Viktor?

Eu poderia jurar que seu tom estava carregado de uma ameaça que se encontrava subentendida.

- Sim, senhor. - respondeu por fim.

A resposta do louro não me convenceu nem um pouco, mas eu não poderia dizer nada já que sua expressão facial era a mesma desde que saímos do hospital.

Mikhail me deu um pequeno sorriso e saiu do apartamento, agora só estávamos eu e Viktor.

- Quer comer? - ele perguntou.

Assenti e logo ele começou a andar, segui ele até a cozinha que me mandou sentar enquanto ele preparava o jantar.

Eu olhava ao redor curiosa, eu nunca havia morado em outro lugar além do convento e por falar nisso, como vou ter meu hábito?

- Senhor... - chamei - Será que posso pegar minhas roupas amanhã?

Ele se virou para mim devagar e deu um longo suspiro antes de abrir a boca.

- Suas roupas já estão aí, estão todas no armário que está dentro do seu quarto.

Viktor não disse mais nada e se virou para o fogão de novo, o cheiro que se instalou era maravilhoso.

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