A porta abre-se e a campainha toca.
Adoro o cheiro de bolinhos acabados de sair do forno. Se me deixassem, não me importaria de viver aqui para sempre. O ambiente é simplesmente tão calmo, relaxante e acolhedor.
À exceção da voz estridente e cheia de entusiasmo que acaba de atacar os meus ouvidos.
- TERESA!
- Calma, rapariga – tento dizer, o que se torna um bocado complicado quando te encontras a ser estrangulada com a uma tentativa de abraço afetuoso de uma suposta tua amiga (que eu saiba elas não se deviam tentar matar umas às outras, but ok) - Eu compreendo que seja muito entusiasmante estar na presença de sua excelência, aka me, mas eu sou um ser humano, o que significa que preciso de respirar para sobreviver.
- Desmancha prazeres. Já vi que andas a passar muito tempo com a Sofia - reclama a Bia, a fazer uma espécie de beicinho (not working, girl) – Queres pedir alguma coisa?
- Um croissant de nutella e um compal de pêssego, please - digo de uma forma que considero ser muito fofinha, dando-lhe um sorrisinho. E com isto, a Bia vira-me costas e vai-me buscar a comida.
Entretanto, sento-me numa mesinha desocupada, começo a abrir o meu caderno e tiro um lápis para continuar a minha escrita enquanto lancho. Se as minhas contas não estiverem erradas, ainda tenho umas duas horas até que a Ana esteja despachada, por isso vou aproveitar o tempo o melhor que conseguir.
Depois de mais de meia hora a escrever, posso afirmar que hoje a minha imaginação decidiu arregaçar as mangas. Nesta última semana, tenho sofrido de um writers block que me estava a irritar e não era pouco. Felizmente, neste momento, as palavras parecem fluir com facilidade e estou satisfeita com a direção que estão a seguir. Também tenho que dar crédito à minha amazing playlist, que é constituída por cigarettes after sex, jogi (yes, i love my melo music) e talvez por algumas músicas do The weekend (don't ask me which ones *not so guilty - very guilty – side eye *). Ah ... não me posso esquecer de músicas de kpop (duh – shoutout to my fellow carats).
Resumindo, estou muito focada, mais do que nas aulas (também não é difícil). O que me leva a ter um mini ataque cardíaco quando ouço a campainha da porta a tocar e os guinchos da Bia (ela devia sinceramente pensar em ir ao hospital – não é normal uma pessoa falar assim tão alto – still love you though, girl).
Quando os meus olhos se levantam do papel para o balcão, a primeira coisa que reparo é o sorriso enorme que a Bia tem na cara enquanto se dirige ao novo cliente. O que me leva a mudar a trajetória do meu olhar para essa pessoa.
Está de lado para mim o que me possibilita avaliar as suas feições. Ele parece ser muito mais alto do que eu (I am saying this like it's hard), já que ainda dá uns dez centímetros à Bia with ease.
O rapaz é jeitoso. Não. Risca isso. O rapaz é LINDO. DE. MORRER. Não estou a exagerar. Eu sei que o faço muitas vezes, mas neste caso é a sério. Com uns fios do seu cabelo castanho escuro a tapar-lhe os olhos da mesma cor, um sorriso amável nos seus lábios, uma jawline de morrer, e uma voz meia grossa enquanto fala com a Bia, eu acho que me apaixonei.
Joking.
Mas o gajo é mesmo lindo, believe me.
A Bia diz uma piada ou algo de estupido (nada de novo) o que leva o rapaz a rir-se. E quando te digo que nunca ouvi gargalhadas tão atrativas como as dele, I am not lying. Vou entrar em hiperventilação. Alguém me salve.
Vou apostar que deve ter mais ou menos a minha idade só pelo seu estilo. Veste umas calças de ganga azuis claras e largas, umas sapatilhas Nike pretas e brancas (devem ser baratas, devem) e um casaco que acho ser de uma equipa de basebol. Tudo isto acompanhado por uma mochila preta. Parece andar na universidade. Será que anda na nossa? E eu nunca o vi? Duvido. Eu nunca me esqueceria de um rapaz destes.
Ok, agora é uma boa oportunidade para desviar o olhar, antes que ele se sinta a ser observado. Não vá o gajo pensar que eu sou uma stalker, ou algo parecido (e se ele pensasse isso não estaria enganado).
Decido prestar atenção de volta à trapalhada que tenho em cima da mesa. Não vou estar aqui a formar uma crush neste rapaz. Ele já deve ter raparigas suficientes atrás dele. Ainda pode ter uma namorada. Não sou das de ficar com o que é das outras. Ou também pode ser um daqueles playboys, you know? Mas a forma como se dirigia para a Bia ele parecia ser muito simpático, por isso, tenho as minhas dúvidas.
Falando em Bia, enquanto o rapaz desvia o olhar para a carteira, virar-se para mim e, quando nota que reparo nela, faz-me sinal com as sobrancelhas e balbucia um inaudível "bonitinho, não é?".
Reviro-lhe os olhos. Ignora-a e concentra-te, rapariga!
E foi assim que continuei a ocupar as folhas do meu caderno com as minhas amazing skills de escritora.
Eu sei o que estás a pensar. Não. Eu NÃO notei como ele se sentou numa das mesas em frente da minha, exatamente na linha do meu campo de visão. NEM como ele tirou a sweater e ficou só com uma t-shirt preta que lhe ficava tão, mas tão bem. Acentava-lhe na perfeição (porque é que as camisolas pretas são tão hot? Nunca irei compreender). NEM que ele começou a ler um livro (that 's how you know he's a good one) enquanto NÃO bebia o seu segundo café. NÃO. Eu estava, obviamente, muito focada no que EU estava a fazer, não no que ELE estava a fazer, nos últimos dez minutos.
Quem é que estou a tentar enganar? Desde que eu reparei nele que perdi o foco.
Olho para o meu relógio e noto que só passou uma hora, ou seja, ainda me falta outra hora completa para eu poder ir embora.
This is going to be hard.
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Sweet Love (Kim Seungmin) PT
ChickLitA Teresa conhece um rapaz nas pastelaria. Ele era lindo, quase que podia ser um modelo. Como qualquer pessoa realista, ela acredita que nunca o voltará a ver. Até que descobre que ele é amigo dos novos amigos da sua amiga (esta frase saiu interess...