Capítulo 10

19 2 2
                                    


- Então, deixa-me ver se entendi. O excedente do consumidor é a área acima da curva da procura, certo?

- Hmmm. E qual destas curvas é a da procura?

Ele hesita um bocado antes de apontar para uma – Esta?

Abano a cabeça.

- Como é suposto decorar isto tudo? – um Seungmin frustrado põe as mãos no cabelo, desajeitando-o todo.

Como podes estar a pensar, sim, eu estou a sofrer. Ele está aqui ao meu lado. Não! Praticamente colado a mim! Mais um centímetro e os nossos braços tocam-se.

E já mencionei como atrativo ele é. Já me chegou ele estar sempre lindo. Hoje decidiu vir de fato de treino, já que foi fazer um jogo de basquetebol com os rapazes. Tem uma t-shirt preta e umas calças de fato de treino cinzentas. Tu ouviste bem. CINZENTAS! Meu Deus! E agora, com o cabelo despenteado .... Estou a dar em louca! Só me apetece passar as minhas mãos pelo seu cabelo (obviamente, para o arranjar, não porque me parece ser muito macio).

Preciso de ajuda. Médica, de preferência. Ok. Um psicólogo deve chegar.

Estamos na biblioteca há quarenta e cinco minutos. A explicação está marcada para uma duração de uma hora, ou seja, só tenho que sofrer mais um quarto de hora. Easy. Já consegues perceber que não estou bem, quando passo o meu tempo a fazer matemática para me distrair.

- Tenta fazer estes exercícios – Exato. Faz alguma coisa para te distraíres e não reparares na forma como não consigo para de olhar para ti.

Passam-se uns dez minutos. Algumas vezes corrijo algo que ele fez de mal ou ele faz-me perguntas. Nada de especial acontece. À exceção do meu coração não parar de bater a velocidades não consideradas saudáveis, suponho eu.

Enquanto tentava pegar na borracha para apagar algo que escreveu mal, sem tirar os olhos da folha, o Seungmin empurrou-a para o chão entre as nossas cadeiras, acidentalmente.

Começo-me a baixar e quando estava prestes a apanhá-la, uma mão toca na minha. Olho para cima e vejo o Seungmin também abaixado para ir buscar a borracha.

Os nossos olhos cruzam-se. Ele está com a cara praticamente a milímetros da minha. Sinto a sua respiração a tocar-me na bochecha. Narizes quase a tocarem-se. Ele está tão, mas tão perto. Os meus olhos percorrem a sua cara e os dele a minha. Cada segundo passa, ficamos cada vez mais perto um do outro.

Uma das suas mãos aproxima-se da minha cara e põe uma das minhas madeixas de cabelo atrás da minha orelha. Até que decide deixá-la aí.

Não sei se sou eu ou ele quem se está a aproximar. A resposta mais certa é sermos os dois. Parece que não consigo controlar o meu corpo. Os meus olhos chegam aos seus lábios, mas olho logo para cima, para os seus olhos, aqueles que já estavam fixados em mim. Agora é ele que olha para baixo, para os meus. Mais um bocadinho ... está tão perto ... só mais um milímetro ...

- A biblioteca vai fechar!

Afastamo-nos um do outro e levantamo-nos das cadeiras como um relâmpago.

Sinto a minha cara a ferver. As minhas bochechas devem estar vermelhas como um tomate.

O que é que acabou de acontecer? Porque é que não me conseguia afastar? Parecia que havia uma gravidade nele que me estava a puxar com uma força enorme.

Começo a arrumar as minhas coisas, para ter a certeza que ele não consegue ver a minha cara.

Consigo ver que ele também faz o mesmo. Será que ele sentiu o mesmo? Ou só fui eu? Será que isto tudo aconteceu só na minha cabeça e estou a dramatizar a situação? Não. Ele teve que o sentir. Ele também não se afastou. Right?

Os nossos braços roçam-se um no outro. O meu coração não para de bater. Deve estar a mil. Vou para fechar o manual. Ele faz o mesmo. As nossas mãos voltam a tocar-se. Ele retira-a logo, pondo-a por trás do seu pescoço.

- Então ... voltamo-nos a ver na sexta, como combinado? – ele parece estar tímido. Não. Impossível. Isto é que está a mudar-me a cabeça e a minha perceção da realidade.

- Sim. Combinado – e com isto, saio da biblioteca quase a correr. Nem me importo com o que pode pensar de mim. Mais um segundo ali e tenho quase a certeza que morria de ataque cardíaco. Preciso de me acalmar e de ar puro.

Caminho até à pastelaria, abro a porta e sou recebida logo por uma Bia sorridente a falar com uma Sofia irritada e a Ana, que calmamente bebe o seu café.

- Oi, Teresa! – Cumprimenta-me, mas logo a seguir, as suas feições mudam de uma feliz para uma preocupada. – Estás bem? A tua cara está muito vermelha.

Acho que a caminhada não me conseguiu acalmar. Também é complicado quando não consegues tirar uma certa situação da cabeça.

- Andar cansa, sabes.

- Pelo menos diz-me que a tua sessão de explicação correu bem? – pergunta-me a Sofia – Eu tive logo que ficar com a pessoa mais irritante do mundo! Porque é que ele teve que escolher microeconomia e não algo para burros.

- O que se passou? – questiono. Admito que ouvir e ver a Sofia irritada está a ajudar-me a distrair. Já sinto o meu coração a voltar ao normal, tal como a cor e temperatura da minha cara.

- É o Minho, duh – responde-me a Bia.

- Odeio-o!! Odeio-o tanto! Se ele abrir aquela boca à minha frente mais alguma vez, eu prometo-vos que alguém vai morrer! – para de falar, respira fundo, a tentar acalmar-se.

- Alguma de vocês já pensou se querem ir de Erasmus? Eu estava a pensar ir. Podia viajar para outro país e ajuda no currículo. Mas não quero ir sozinha – diz a Ana.

- Agora que falas nisso, até não me importava.

- E vocês? Já falei com a Íris e ela não quer – dirige-se agora para as outras duas.

- Não sei. Se calhar para o ano – responde a Bia seguido por um "também" da Sofia.

- Então, vamos as duas, Teresinha. Não precisamos destas falsas.

A Sofia revira os olhos.

- Correu bem hoje? – pergunta.

E de volta à cara vermelha. Porque é que me tinhas de voltar a lembrar disso!

Nunca vou recuperar do que aconteceu!

É OFICIAL!

O Seungmin vai ser a causa da minha morte!!! Nunca pensei que morreria por causa de um rapaz, mas aqui estou eu.

O Seungmin vai ser a causa da minha morte!!! Nunca pensei que morreria por causa de um rapaz, mas aqui estou eu

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Sweet Love (Kim Seungmin) PTOnde histórias criam vida. Descubra agora