Capítulo 18

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- Não te queres sentar? – pergunta-me o Seungmin, apontando para a cadeira que está ao seu lado.

Se me quero sentar? Não. Eu só quero fugir, ir para a cama e nunca mais aparecer cá fora. Posso o fazer? Infelizmente, a vida é parva e não gosta de me ver feliz e em paz.

Posso recusar sentar-me? Sim. Mas, já fiz o rapaz sofrer o suficiente ao ignorá-lo por tanto tempo. Por isso, sento-me. Ao lado dele? Nope. Que questão. Obviamente que me fui sentar numa das cadeiras mais afastadas dele, ou seja, do outro lado da mesa.

Olho para ele, algo que o rapaz já estava a fazer. Ficamos assim por uns segundos, até que ele finalmente decide iniciar a conversa.

Eu não quero mesmo nada estar aqui. Já sinto suor a formar-se debaixo dos meus braços e na minha testa. Esta luz não me favorece nada. Quero ir embora.

- Sentes-te melhor?

Melhor? Era suposto eu estar-me a sentir mal?

Ele deve ter percebido a minha confusão interior, pois acrescentou: - Como a Ana disse que não podias vir porque te sentias mal...

- AH! Pois. Ya. Eu estava um bocado mal disposta, you know? Doía-me a barriga e assim.

Boa, Teresa. Não parece nada que estás a mentir.

- Mas, sentes-te melhor agora, certo?

- Depende do que tu achares que melhor significa. Já não me doi a barriga, o que é bom, – como se ela alguma vez tivesse doído – mas, por outro lado, acabei de ser raptada da minha linda casinha por quatro maluquinhos, o que não considero ser uma coisa muito boa.

- Pois .... Desculpa. Se eu soubesse que isso era o que o Minho estava a planear, eu tentaria impedi-los.

- Don't worry. A culpa não é tua – faço uma pausa para pensar – Se é para sermos realistas, eu é que te devia estar a pedir desculpas.

Olho para todos os lados menos para a cara do rapaz.

- Porquê?

Porquê? Porque te tratei como lixo estas semanas, sem te dar justificações nenhumas e ainda perguntas porque é que me estou a desculpar?

- Por te ter estado a ignorar. Eu sou uma pessoa horrível!

Ponho as minhas mãos na minha cara, de maneira que ele não possa olhar para mim. Quem é que faz algo assim?

- Não digas isso. Eu tenho a certeza absoluta de que tens boas razões para o teres feito.

Yeah... about that ...

- Eu compreendo se não quiseres dizer, mas se eu fiz alguma coisa de mal, gostava de saber o quê, em específico, para me desculpar e assim.

Então ... como é que eu explico ao rapaz que tenho uma crush enorme que o ignorei por ter descoberto que ele tem uma namorada sem que ele perceba que gosto dele? E que posso ou não ter sérios problemas mentais? É que, digo-te já, duvido ser normal uma pessoa fazer isto se não tiver algum tipo de deficiência cerebral.

- Sinceramente, é estúpido. Eu sou estúpida. Eu não tenho uma boa razão para o ter feito. Sou estupida. Esquece que fiz alguma coisa. Só finge que nada aconteceu.

Com isto levanto-me da cadeira. E caminho para a porta. Não consigo estar aqui dentro mais tempo, sozinha com ele. Odeio confrontações. Só quero ir para a cama, please.

- Então, até amanhã ou outro dia qualquer em que nos voltemos a ver.

Ponho a minha mão na maçaneta, pronta a abrir a porta, mas sou interrompida quando uma mão amarra o pulso daquela que não está a ser usada. Sou puxada para trás e obrigada a virar-me.

- Espera, Teresa. Ainda não acabamos de falar. Tu não podes fugir assim. Não quando ainda sinto que não estamos bem. Tu não me ignoraste por nada. Não me mintas.

Agora é que não consigo mesmo olhar para ele. O parvo acabou de me chamar de mentirosa. Que desrespeito... e verdade. Eu sou uma mentirosa! OMG! No que eu me tornei.

Devo estar completamente vermelha. Apetece-me chorar. Porque é que o rapaz que eu mais gosto no mundo (sorry, brother, mas deixa-me ser dramática), tinha que estar com outra pessoa? Porque é que eu não sei fazer boas decisões? Porque é que me ponho em situações que odeio?

Odeio drama. Odeio ser má e desiludir os outros. Odeio fazer com que as outras pessoas se sinto preocupadas comigo e tristes. E acabei por fazer isso tudo de uma maneira ou de outra.

Eu sou horrível!

- Teresa. Olha para mim.

Não olho. Já estou chateada o suficiente comigo própria. Não preciso de ter que sofrer mais e olhar para a cara linda dele, que neste momento deve estar cheia de desilusão escrita.

- Teresa.

Não vou olhar. Para de insistir.

Então, do nada, sinto a outra mão dele, a que não estava a segurar o meu pulso, no meu queixo, a puxá-lo para cima. O que ele não deve estar à espera é que também tenho os olhos fechados. Toma!

- Teresa, abre os olhos.

Ok. Se calhar é o melhor a fazer. Tenho o quê? Dez anos? É hora de ser responsável e aceitar as consequências das minhas ações.

Abro os olhos. E apetece-me fechá-los outras.

Os olhos castanhos mais bonitos que algumas vez vi na vida estão fixados nos meus. Eles estão tristes. Sorry.

- Por favor, diz-me porque é que me estavas a ignorar – sussurra.

As palavras parecem estar presas na minha garganta. De certa maneiro quero acabar com isto e só admitir tudo, mas, por outro, não sei como dizer esse tudo.

- Teresa...

- Porque te vi com uma rapariga – admito finalmente, também num sussurro.

Reparo como as sobrancelhas dele se juntam, indicando-me que ele não compreende o que lhe quis dizer.

- Viste-me com uma rapariga? – aceno com a cabeça – Quando?

- Na segunda, há duas semanas, e durante o fim de semana.

Volto a olhar para baixo, visto que ele já não está a fazer pressão para estar com a minha cara voltada para cima.

Sinto-o a aproximar-se mais de mim, se isso fosse sequer possível. Sinto a mão dele, que estava no meu queixo há uns segundos atrás, a tocar-me no braço, a descê-lo e, ao chegar à minha mão, a entrelaçar os nossos dedos.

- E porque é que tu, ao veres-me com uma rapariga, me decidiste ignorar?

Ele está muito, muito perto. Tipo MUITO. Sinto-lhe a respiração na minha pele. A única coisa que consigo sentir com o meu nariz é o seu perfume. Estou a dar em louca. Preciso de espaço, now. Preciso de me afastar dele para ver se o meu cérebro, os meus pulmões e o meu coração voltam a funcionar direito.

- Eu ...









... Gosto de ti.

 Gosto de ti

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Sweet Love (Kim Seungmin) PTOnde histórias criam vida. Descubra agora