Capítulo 23

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Sinto outro toque na minha cabeça, ouço um som baixinho de algo a cair no chão. Abaixo-me com cuidado para não me desequilibrar e cair da cadeira, e apanho a bola de papel amassada.

Quando volto à minha posição inicial, deparo-me com um gajo a tentar esconder-se por detrás de um livro. Noto como se está a rir.

Fico à espera e quando ele decide tentar olhar à volta do livro, pondo a sua cara numa boa posição, atiro a bola.

Infelizmente, e como já tinha mencionado, eu sou horrível no que diz respeito a qualquer tipo de desporto, incluindo atirar bolas. Por isso, como já deves ter percebido, a bolinha não acertou na cara dele. Nem lá perto.

Como um namora.... Wait! Ainda não somos oficiais... porque eu não quis.... Começo a acreditar que devia ter simplesmente aceitado quando ele me pediu. É o que eu queria! Às vezes posso ser muito estúpida (a Sofia diria sempre, não só às vezes).

Voltando ao que interessa, como o amigo fantástico que é, o Seungmin parte-se a rir, enquanto aponta alternadamente para a bola, que se encontra a uns metros de nós, e eu.

Parvo! A rir-se da minha desgraça. Ele vai ver! Que não tenha cuidado, não!

-Tu és mesmo uma criança – digo-lhe, enquanto ele mira a bola, que acabou de ir buscar, para me voltar a acertar com ela.

A bola bate-me na testa, levando-me a fechar os olhos. Quando os volto a abrir vejo a Bia a aproximar-se da nossa mesa com os nossos pedidos.

- Então, Teresa, tu e a Ana já mandaram a vossa candidatura? – pergunta-me ela.

Agora não é a melhor altura, besties!

- Não. Combinamos fazer amanhã em conjunto.

Quando olho para o Seungmin deparo-me com um rapaz confuso. Por favor, não perguntes nada! Por favor!

- Candidatura? Para quê?

Acho que não estou a gostar dessa tua curiosidade. Eu não quero dizer a verdade. Não era suposto sair assim.

- Hmmm... é para uma coisa... de... voluntariado! Exato! É para uma coisa de voluntariado – really smooth, Teresa. Nada duvidosa. Nem pareceste nervosa nem nada.

- Voluntariado? De quê?

De quê? Sei lá! Acabei de o inventar! Pensa, Teresa, o que é que podias fazer? Algo plausível. Espera! Eu lembro-me de receber um e-mail da escola sobre um voluntariado num canil para a semana!

- Num canil!

- Parece ser fixe! Sabes quando é que é? Se calhar também podia participar se tiver tempo. Adoro cães!

What? Se ele vier vou ter mesmo de me inscrever! E vou ter que incentivar a Ana, também. Porque é que eu faço isto a mim própria!

- Hmmm... Teresa? – viro-me para a Bia – Eu queria dizer-te uma coisa. Podes vir comigo ali atrás?

E sem esperar pela minha resposta, caminha em direção à cozinha. Sigo-a e, quando entro, ela já está a olhar para mim com um olhar de interrogação.

- Porque é que não lhe disseste a verdade? Voluntariado num canil?

- Ainda não lhe disse que estava a pensar ir de Erasmus.

- Porquê? Ele devia ser uma das primeiras pessoas a saber. Acabaram de começar a namorar, ele devia saber que não vais estar aqui por 6 meses!

- I know. Mas, para além de ter medo da sua reação, também não lhe quero dizer nada enquanto não tenho a certeza se vou.

Sweet Love (Kim Seungmin) PTOnde histórias criam vida. Descubra agora