- Eu vou-o matar! – exclamo, enquanto o Seungmin ri-se como um louco.
- Coitadinho!
Coitadinho? Já é a terceira vez que aquele cão decide ir para o balde de água, supostamente para beber, molha-se todo e tenta secar-se à minha beira. Estou por um fio do meu cabelo. Ele faz isso mais uma vez e eu prometo que não vai ver mais a luz do dia!
O Seungmin, que se encontrava agachado a dar mimos a uma cadela nos últimos dez minutos, levanta-se, sacode as mãos e leva esta para dentro da jaula, fechando-a de seguida.
- Vou à casa de banho, ok? – pergunta, dirigindo-se para a porta que dá para o interior do edifício.
Aceno a cabeça enquanto o observo a entrar. Ainda não consigo aceitar que ele possa gostar de mim. Isto tudo ainda parece um sonho.
Hoje somos só nós os dois. A Ana não quis vir afirmando que nem por sombras vai ficar a tarde toda a fazer de vela só porque eu não sei ser sincera com o Seungmin nem sei arranjar boas desculpas. Segundo ela, eu que resolva os meus problemas e que não a meta no meio.
Quando menos espero, sinto uma quantidade grande de gotas de água a atacarem-me. Fico com o meu lado direito parcialmente molhada. Quando me viro para avaliar a situação e descobrir a causa disto deparo-me com o palerma do cão todo animado, cauda a abanar e língua de fora, a olhar na minha direção.
Se olhares pudessem matar, este cão já estava aniquilado e em pó.
Levanto-me e começo a correr atrás dele.
De repente, dois braços amarram-me pela cintura, evitando que pudesse continuar atrás do cão.
- Wow, wow, wow... calma!
- Calma?! Eu não aguento aturar mais aquela coisa!
- É um cão, Teresa.
- Cão? Aquilo é um demónio!
- E que tal eu pô-lo dentro da jaula? Melhor? – aceno com a cabeça.
- Seungmin! Teresa! Podem dar-lhes de comer, por favor?
Olho em volta e só vejo um saco de comida no chão, já meio vazio. Decido, então, ir à arrecadação para trazer outro saco.
Eu não tenho nenhum complexo com a minha altura. Não sou alta. Se quisermos ser mais corretos, estou mais para o lado pequeno, mas também não sou muito baixa. Eu aceito bem quando os outros gozam com a minha altura (já estou habituada aos comentários da Sofia, pior duvido que exista). Ser pequena até que tem os seus benefícios.
Agora, quando é para ir buscar algo que está na estante mais alta, onde nem a saltar consigo alcançar, aí eu desprezo o meu tamanho.
Quem foi o palerma que decidiu por os sacos da comida para cães no ponto mais alto possível da arrecadação? Quem é que vou ter de matar?
Mesmo não esperando bons resultados, ainda tento esticar-me e saltar, chegando à conclusão que preciso de ir a um fisioterapeuta num futuro muito próximo, porque estas costas já não são o que eram.
Desisto! Viro-me para ir buscar uma cadeira, mas sou barrada por um corpo, não conseguindo sair da minha posição.
O Seungmin levanta os braços e retira um saco da estante sem dificuldades nenhumas. Pousa o saco no chão ao nosso lado e, no momento em que olha para mim, tem um sorriso trocista na cara.
- Estou indeciso. Devo enviar o vídeo de ti aos saltinhos a falhar miseravelmente em chegar ao saco aos outros, já que é bom demais para ser o único a vê-lo, OU guardá-lo para mim e utilizá-lo como forma de chantagem? Qual preferes?
- Vai chatear outra! - e tento contorná-lo, chateada. Não acredito que ele estava à porta a ver-me a fazer cenas. Que vergonha.
Antes que possa andar mais, a mão do Seungmin para-me, puxando-me de volta à minha posição original, pela cintura.
- Estou a brincar contigo, ok? Não vou mostrar a ninguém nem te fazer chantagem. Embora, não prometa não o usar para gozar contigo.
Porco. O que ele não sabe é que eu também tenho algo nas minhas mangas.
- Lembras-te daquela foto que o Han tirou de ti? Aquela em que tinhas acabado de acordar? Ele pode, ou não, ter-mo enviado. Por isso, eu teria cuidado se fosse a ti.
Ele olha para mim com uma cara de choque, fazendo com que eu fique com mais confiança. Como consigo ver o telemóvel dele no seu bolso das calças e ele ainda está a assimilar o que eu acabei de lhe dizer, ataco.
O problema? Não é assim tão fácil tirar um telemóvel de um bolso de umas calças de ganga (estúpidos rapazes e os seus estúpidos e grandes bolsos das calças, que acredito que nós todas gostaríamos de também ter). Ele conseguiu intersetar os meus movimentos, amarrando a minha mão que se encontrava mais perto do alvo.
Antes que possa voltar a reagir, ele já está a pegar no meu telemóvel, tirando-o do bolso do meu casaco com facilidade e elevando-o por cima da sua cabeça.
Tento chegar a ele, sem sucesso. Como é que o irei conseguir de volta? Preciso de distrair o Seungmin. Mas como? Pensa, Teresa. Algo que o irá desconcentrar de certeza absoluta.
E é aí que me vem uma ideia à cabeça. Uma ideia muito estúpida, completamente irracional. Em minha defesa, eu estava desesperada e ele estava muito perto de mim. Se virmos bem, a culpa é dele. Ele irritou-me o que me fez não pensar duas vezes nas minhas ações e nas suas consequências.
Dou mais um passo em frente, ficando praticamente colada a ele, ponho-me em bicos de pés, mãos a subir até aos seus ombros e por fim ao seu pescoço, puxando-o para baixo.
E Beijo-o.
Algo simples, só um toque.
Não compreendo como, só um simples contacto dos nossos lábios levou a um aumento exponencial dos meus batimentos cardíacos, quase como se o meu coração quisesse sair. Ponho as minhas mãos de forma a tapar a minha boca, chocada com o que acabei de fazer. Estou a ficar com calores, bochechas a escaldar.
EU BEIJEI-O! OMG! Nem me conheço. JE! BEIJO! SEUNGMIN! OMG!
Ele parece tão surpreendido como eu, olhos completamente arregalados.
Lembro-me do meu objetivo com isto: reaver o meu telemóvel. Retiro-o da mão dele, já que, com tudo o que aconteceu, ele acabou por baixar o braço, e contorno-o, desta vez com sucesso.
Estou quase a escapar quando sou novamente parada com uma mão a amarrar-me o pulso. Vira-me e outra mão posiciona-se na minha cara. Nem consigo registar o sucedido quando os mesmo lábios voltam a conectar-se com os meus. Agora, mais que um toquezinho.
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Sweet Love (Kim Seungmin) PT
ChickLitA Teresa conhece um rapaz nas pastelaria. Ele era lindo, quase que podia ser um modelo. Como qualquer pessoa realista, ela acredita que nunca o voltará a ver. Até que descobre que ele é amigo dos novos amigos da sua amiga (esta frase saiu interess...