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Os guardas me levam até uma cela, que é bem horrível por sinal, eis a questão, por que o Snow ficava numa estufa com lindas rosas e eu tenho que ficar aqui? A porta da cela é fechada e eu fiquei completamente sozinha, se não fosse pelos guardas que ficam de vigia na porta pela parte de dentro. Aquele lugar me faz lembrar dos dias que fui torturada pela Capital. Respirei fundo e me sentei em um canto da cela.
Por que Peeta simplesmente não me deixou morrer? Seria um destino melhor que este aqui. Não tenho mais nada para fazer aqui, por que ele não deixou eu tomar aquela pílula?
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Não sei quanto tempo que passou, se foi minutos, horas ou até mesmo dias. Só sei que fiquei naquele mesmo canto e de lá não sai. Minhas costas e pernas doem, mas não sai daquela posição, dormia daquele mesmo jeito e tudo que eu fazia era olhar para um ponto fixo e pensar. As vezes em coisas boas, como em momentos felizes com Peeta, Desiree e Katniss e em coisas ruins como os Jogos Vorazes, a tortura na Capital e essa rebelião. Ouço a porta sendo aberta, mas não me interessei em ver o que estavam fazendo. Segundos depois escuto alguém entrar, se meus sentidos não falham, os passos seriam de Haymitch. E eles não falharam, era ele. O mesmo se senta à minha frente.
—Olha Dalila. — ele começa a dizer. — Você nunca desaponta, sabia? Sempre soube que o rostinho angelical era só fachada. — deu um riso fraco. — Plutarch lhe escreveu uma carta. Você pode ler ou eu mesmo posso ler para você. — eu não disse nada, apenas continuei olhando em um ponto fixo com um olhar vago. — Tudo bem, eu irei ler para você. — ele abre a carta. — "Dalila, talvez o país inteiro tenha ficado chocado esta noite com seu tiro, mas, mais um vez, eu não fiquei. Você era exatamente quem eu imaginava que fosse. Gostaria de poder me despedir apropriadamente, mas com Coin e Snow mortos, o destino do país será decidido esta noite e não posso ser visto ao seu lado. Hoje, os líderes dos doze Distritos convocarão uma eleição livre. Há poucas dúvidas sobre a vitória de Paylor. Ela se tornou a voz da razão. Lamento pelo grande peso sobre seus ombros. Sei que nunca irá se livrar disso. Mas faria tudo de novo para chegar a este resultado. A guerra terminou. Entraremos num período de paz em que todos concordam em não repetir os recentes horrores. Claro, os humanos são seres idiotas e sem memória com grande talento para a autodestruição. Embora, quem sabe talvez desta vez, a gente aprenda. Já providenciei a sua saída da Capital. É melhor que não seja vista. E quando for o momento certo, a Comandante Paylor te perdoará. O país vai encontrar a paz. E espero que você encontre a sua. Plutarch."
