2. O sequestro

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Aurora dirigia em alta velocidade. Passou dois sinais vermelhos e quase atropelou uma velhinha enquanto atravessava a cidade, ainda sem rumo.

Ela parou na saída da cidade em um posto para abastecer. Optou por fazer o pagamento em dinheiro para não ser rastreada por seu cartão de crédito, entrou no carro e dirigiu para fora da cidade.

Depois de alguns minutos, entrou em um conjunto habitacional e parou em frente a um dos prédios que tinha, mas ao perceber que o apartamento estava totalmente desprovido de qualquer mantimento, teve que mais uma vez sair para comprar algumas coisas.

Aurora saiu do condomínio um pouco mais calma e viajou mais alguns quilômetros até chegar a outra cidade próxima, onde parou em um restaurante para jantar.

— Até que enfim te encontrei — James se aproximou e a assustou.

— James! Não faça isso. Quase me engasguei. — Aurora se recuperou do susto, então perguntou: — O que está fazendo aqui?

— Por acaso fui escalado para vir aqui hoje. Mas e você? O que está fazendo em um restaurante tão longe de casa?

— Bom, eu… fui até o apartamento da minha irmã para fazer uma revista rápida —, Aurora mentiu. — Só precisava jantar antes. Senta comigo?

— Obrigado, estou bem. — James se entrou na frente da moça e acenou para o garçom. — Um rum, por favor.

O garçom logo saiu para pegar o pedido. James observou Aurora, que aparentemente foi jantar, mas não havia comido quase nada.

— Não está bom? — ele perguntou, tentando puxar qualquer assunto que desviasse de sua missão, queria dar a ela a chance de fazer uma última refeição em paz. — Pelo menos a aparência é boa.

— Não é isso, apenas estou sem fome. — Aurora respondeu. — Vou apenas tomar meu suco, acho que algo hoje não me fez bem.

O garçom levou a bebida de James, mas o rapaz também não a tocou de imediato. Ele observava a namorada com cautela, imaginando como ela deveria estar se sentindo, ao mesmo tempo que pensava em como poderia pegá-la sem ser visto.

Ele deu um suspiro, chateado com a situação. Para sua sorte, Aurora não percebeu, mas se levantou delicadamente da mesa e sussurrou:

— Vou ao banheiro, depois podemos ir dar uma volta.

James assentiu e a jovem saiu em direção aos fundos do restaurante. Quando chegou ao banheiro, olhou-se no espelho e viu seu reflexo abatido, precisava sair dali o mais rápido possível e de preferência sem ser vista.

Aurora então pensou em um plano de sair dali sem ser vista pela porta dos fundos. Com o plano arquitetado, intentou sair logo, não queria mais encontrar James, pois conhecia a fama de seu atual noivo, sabia que ele era um homem frio e cruel.
Aurora tinha a noção de que corria um grande risco de ser encontrada por Hunter ou pior, por seu pai. Apesar de Leonard ser um homem bom, ainda era um CEO e como tal, gelo percorria suas veias e ela não teria outra opção a não ser casar-se com seu noivo arranjado.

James percebeu que sua chance de pegar Aurora havia aparecido no momento em que a jovem saiu da mesa. Ele acenou novamente para o garçom e pagou a conta, em seguida, se encaminhou em direção ao banheiro, mas não antes de molhar um lenço com um produto discretamente e guardá-lo no bolso.

O homem andou graciosamente em direção ao banheiro feminino, então abriu a porta.

Aurora ainda estava em transe, mas foi tirada dos seus pensamentos quando ouviu a maçaneta girar. Somente nesse momento que ela percebeu que perdeu um tempo precioso e que a pessoa do outro lado da porta poderia ser alguém mandada por Hunter.

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