8.Ainda é amor?

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Aurora acordou com um mal pressentimento, estava suando e respirando ofegante, como se tivesse acabado de sair de um pesadelo. Levantou-se e, depois de fazer sua higiene matinal, desceu para tomar o café da manhã.

— Bom dia senhorita. — Felicia a cumprimentou com um sorriso animado. — Preparei as panquecas que você tanto gosta.

Aurora agradeceu e saboreou o café da manhã, mas uma pergunta surgiu em sua mente:

— Hunter não ligou?

— O tempo estava ruim em Madri e o voo dele atrasou. Acredito que deva chegar ao anoitecer, se não houver mais nenhum imprevisto.

Aurora concordou, balançando a cabeça, mas ao sentir o silêncio estranho, outra dúvida ecoou em sua mente:

— E James?

— Ele está por aí — respondeu Felicia. — Não o vi hoje. Não se preocupe, a senhorita está segura.

Felicia saiu da sala e Aurora se viu pensando: "Por que ela disse isso?" A sensação de que algo estava profundamente errado ainda não a abandonava. Apesar disso, ela pegou o telefone e começou a verificar suas mensagens do dia.

Naquele dia, estava marcada a prova do vestido de noiva. Aurora sentia uma aversão crescente em relação ao casamento, e essa prova era a evidência de que sua vida estava desmoronando.

Faltavam apenas quinze dias para seu aniversário, e em seguida, poucos dias até o casamento. "Eu só quero que essa tortura acabe logo", pensou Aurora, desesperançosa e subiu para seu quarto novamente, onde ficou deitada até a hora em que alguém bateu à porta.

— Entre! — Aurora falou assim que ouviu a batida.

— Como está a noiva mais linda de Nova York? — Pierri, o estilista responsável por seu vestido, perguntou.

— Está desanimada — Aurora afundou na cama.

— Que isso, minha querida? Uma beleza dessas desanimada? O homem com quem vai se casar é o mais sortudo do mundo, não acha?

"Enquanto isso, sou a mais azarada", Aurora pensou, mas deu um sorriso para Pierri.

Enquanto olhava para o vestido pendurado no canto da sala, uma mistura de angústia tomou conta de Aurora. Ela percebeu que não poderia continuar seguindo um caminho que não a fazia feliz. No entanto, ao pensar em sua doce irmãzinha, tratou de colocar um sorriso no rosto e por uma hora ser a noiva mais feliz do mundo

Aurora estava exausta. A prova do vestido havia demorado mais do que ela havia imaginado. O cansaço a envolvia, e ela ansiava por uma tarde tranquila de descanso. Porém, algo estava prestes a interromper sua paz.

Enquanto caminhava pelo corredor em direção ao seu quarto, um cheiro estranho alcançou suas narinas, despertando sua atenção. Era um aroma metálico, levemente adocicado, mas nada familiar.

Confusa e um preocupada, Aurora parou no meio do corredor, observando os cômodos ao seu redor. Foi então que os primeiros estalos ecoaram, seguidos por ruídos de objetos sendo quebrados.

O coração dela disparou, e a adrenalina começou a percorrer suas veias.

Aurora correu até seu quarto, buscando abrigo e segurança. Antes que pudesse assimilar completamente a situação, a porta do quarto foi aberta bruscamente, e um homem entrou apressadamente.

— Temos que sair daqui agora! — disse James, com a voz tensa.

Ele portava uma arma, que Aurora percebeu, estar destravada. Antes, quando pensava que o ex namorado era um mero segurança, sabia que ele podia e sabia usar uma arma de fogo, mas vê-lo em ação trouxe a ela uma sensação estranha.

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