Rafael mantinha Aurora em cativeiro, e a torturava com palavras cruéis. Ela estava impotente, sem meios de se defender. Em sua mente, pensamentos de arrependimento a consumiam.
"Se tudo tivesse sido esclarecido antes, não estaríamos nessa situação", refletia. Ela não sabia se admirava Rafael por amar tanto alguém a ponto de buscar vingança em nome dessa pessoa, ou se sentia raiva, pois ele tinha criado Aurora como filha e, ainda assim, fazia aquilo com ela.
Rafael se aproximou lentamente, enxugando as lágrimas no rosto de Aurora.
– Não se preocupe. Apesar da minha raiva por Leonard, eu não vou te machucar fisicamente – disse ele, a voz surpreendentemente suave. – Eu te vi crescer, você era como uma filhinha para mim quando era bebê.
De repente, Rafael notou a pequena protuberância no ventre de Aurora. Seu olhar se suavizou quando percebeu que ela estava grávida. Ele estendeu a mão e tocou sua barriga, sentindo um leve chute do bebê.
Aurora se retraiu, o medo evidente em seus olhos. Rafael manteve sua mão ali por um momento, antes de falar novamente.
– Não vou machucar você, e muito menos esse bebê inocente – garantiu ele, olhando-a nos olhos. – Mas também não vou te devolver para sua família. Diana não está comigo e eu preciso de alguém para ocupar o lugar dela. Seu bebê será perfeito para recomeçarmos.
As lágrimas de Aurora escorreram ainda mais rápidas, um desespero profundo tomando conta dela. Foi então que sons de tiros e gritos interromperam o momento. Rafael percebeu que estavam sendo atacados. Com um puxão rápido, ele segurou Aurora.
– Sua família jamais a verá de novo – disse ele, com determinação.
Rafael era forte, mesmo com a idade avançada. Ele a colocou rapidamente em um carro e saiu em disparada, mas logo perceberam que estavam sendo perseguidos.
Aurora conseguiu libertar as mãos enquanto Rafael dirigia apressadamente pelas ruas escuras. Vendo seus movimentos pelo retrovisor, ele acelerou ainda mais, pensando que ela iria atacá-lo. Mas Aurora permaneceu em silêncio, com as mãos trêmulas, e começou a falar.
– Você é uma pessoa que claramente ama demais. Seu amor por Diana é tão grande que está disposto a qualquer coisa para vingá-la, mesmo depois de tantos anos. Por favor, me deixe ir. Eu também não tenho culpa do que aconteceu – sua voz quebrou, e lágrimas rolaram por seu rosto.
Rafael olhou para ela de relance, preocupado.
– Não chore, pode fazer mal ao seu bebê – disse ele, tentando manter a calma, mas a velocidade do carro só aumentava.
Aurora não conseguia parar de chorar, a angústia crescendo dentro dela. De repente, ela desabafou, a verdade explodindo de dentro dela.
– Eu não sou Aurora! Meu nome é Megan. Diana é minha irmã e ela está viva. A verdadeira Aurora... Foi ela quem morreu há 10 anos.
Aurora soluçou ao terminar de dizer as palavras. Guardar esse segredo por tantos anos, não ter o amor de seu pai porque ele não podia saber quem ela era… e no final estar ali. Não era justo.
Rafael piscou, surpreso e confuso, apertando ainda mais o volante.
– Você está tentando me enrolar. Isso é impossível! – gritou ele, os olhos cheios de dúvida.
– Não estou. A revelação me pegou de surpresa também. É impossível que eu esteja fingindo – Mega falou com a voz cheia de desespero. – Minha mãe nunca me disse nada, apenas que Diana deveria ocupar o lugar de Aurora, e eu não poderia voltar para a casa do meu pai.
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Contrato duplo
RomanceAurora assina um contrato de casamento sem saber ao ganhar um carro de luxo de presente. Sem alternativa, ela foge de seu noivo para tentar viver sua vida sem barreiras e com seu verdadeiro amor. Hunter precisa se casar para gerar um herdeiro, mas q...