9 - Acabou

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— Quero terminar o noivado.

Aurora o olhou atônita, sem conseguir acreditar nas palavras que acabara de ouvir. Seu coração disparou, o choque tomava conta de seu corpo. A sensação de insegurança que a assombrava ultimamente parecia confirmar que talvez fosse o melhor ficar longe dele, mas não era tão simples assim.

— Terminar o noivado? — repetiu, com a voz trêmula. — Por quê? Fiz algo errado?

Hunter suspirou, os olhos fixos nos dela, cheios de aflição e dor.

— Não, Aurora, você não fez nada de errado. Deveria estar feliz. Sou eu quem está quebrando o contrato. Não se preocupe, continuarei ajudando a empresa de sua família e lhe darei 70 milhões e mais algumas propriedades para ressarcir a multa do contrato que assinou com meu pai. Está livre.

— É por causa do que aconteceu? Acha que sou a culpada? Por isso não quer mais se casar?

— Um casamento não deve ser construído na base do desamor, Aurora. Você não me ama e eu...

Hunter não continuou. Aurora achou estranho aquela conversa, mas bem, eles estavam terminando um acordo multimilionário.

— Entendi. Você passou todos esses dias fora. Não ligou ou mandou mensagens. Só poderia ter avisado antes, assim, eu não perderia meu tempo fingindo ser uma noiva feliz fazendo os preparativos. Mas não importa, nunca foi de verdade mesmo.

Aurora ouviu dizer que Helena estava no exterior também. Ela pensou que talvez Hunter estivesse com ela, o que era considerável.

Essa percepção passou por Hunter. Ele não estava com Helena, mas a deixaria pensar o que quisesse se ela concordasse em voltar para a casa de seu pai.

— James a levará embora. Suas coisas, ou o que restou delas, está em seu apartamento. Sugiro que não vá lá por esses dias. Ainda pode ter alguém de olho em todos os nossos movimentos. Nos meus e nos seus.

Aurora saiu do quarto atônita. Não sabia se ficava feliz, zangada ou somente aliviada. O importante é que estava livre. Podia até mesmo sentir o gosto do ar fresco em seu rosto.

Ao encontrar James do lado de fora da cabana, ela correu até ele e o beijou.

— Aurora, o que...

— Ele me deixou ir. Estou livre, James. Me leve para casa agora.

James olhou para dentro dacabana. Não sabia o que passava na cabeça do amigo, mas pela felicidade óbviano rosto de Aurora, sabia que ela não estava mentindo. Ele pegou a chave docarro e a levou para Nova York. O caminho foi longo, mas tranquilo, o que elenão pôde dizer o mesmo na volta, mas precisava sobreviver pelo menos até saberquais as ideias insanas que se passavam na cabeça de Hunter.

Aurora estava radiante por finalmente sentir-se livre do controle de Hunter, embora ainda não compreendesse completamente as razões por trás de sua decisão. Agora ela tinha a chance de ser feliz ao lado do homem que amava, e o melhor de tudo: seu pai não poderia mais repreendê-la por essa escolha, pois com o rompimento do noivado, Hunter teria que indenizá-lo com uma fortuna em milhões de dólares. Essa perspectiva encheu Aurora de alívio e satisfação.

Ao chegar em casa, ela seguiu direto para o seu quarto, buscando um merecido descanso sob a proteção dos guardas contratados por seu pai. Somente após dois dias, Aurora decidiu finalmente sair e ir até a mesa do café. Para sua surpresa, seu pai não estava em casa, o que significava que ela teria alguns dias extras sem repreensões e reclamações. No entanto, Edwin, seu irmão, estava presente, e por isso ela estava ansiosa para compartilhar a primeira refeição do dia com ele.

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