13. - noite de núpcias

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Aurora olhou para James e para a irmã. Que diabos? Como ele poderia ter reconhecido ela assim?

— Olá James! Que bom te ver.

— Você está louca? — James trancou a porta e baixou a voz. — O que está fazendo aqui? Onde está Cristopher?

— Está em Moscou, claro. E o que acha que estou fazendo aqui? É o casamento da minha irmã. Agora você é quem não está muito bem, não é? De namorado a padrinho de casamento... Foi um tanto rebaixado, não é?

— Só não vou te responder à altura porque não tenho tempo. Você precisa ir embora e eu preciso levar Aurora para a igreja. — James a ajudou a arrumar a peruca, que deixava à mostra seu cabelo loiro, então abriu a porta, olhou o corredor e apontou para ela sair. — E vê se atende o telefone ou pelo menos responda as minhas mensagens.

Megan deu um beijo na irmã, mostrou o dedo do meio para James e saiu. James então deu espaço para Aurora sair e pegou o buquê antes de segui-la.

— Ela é uma má influência para você — ele resmungou.

— Se eu fosse como ela, hoje não estaria nessa situação.

— Se a sua mãe não tivesse metido vocês duas em encrenca, não estariam nessa situação — James chamou o elevador. — Aliás, como pensam em contornar a situação? A formatura dela é em dois meses, não?

— Convenci meu pai a deixá-la fazer medicina em Moscou. Ele não se importa com Megan, então enquanto ela estiver longe de casa, está tudo bem. Quando ela terminar a faculdade, então será a hora de contar a verdade. Ela já estará com a vida estabilizada e eu... Bem, você sabe. Então Leonard Smith poderá surtar e nos deserdar à vontade.

Eles saíram do elevador e foram para o carro em silêncio. O la Vouture desfilou graciosamente por Nova York até chegar na igreja, que estava lotada de pessoas influentes e jornalistas.

— Eu já volto — James falou e saiu.

Aurora estava magoada com ele. Desde a rejeição da noite passada o homem estava mais frio em relação a ela, que também não fez a menor questão de se entender com ele mais do que o necessário.

James não retornou, no entanto, seu pai abriu a porta do carro e lhe estendeu a mão.

— Onde está James? — Aurora perguntou.

— A tradição é o pai acompanhar a noiva, não o padrinho do noivo — Leonard sorriu. — Você está maravilhosa, filha. Estou muito orgulhoso de você.

Aurora não respondeu. Ainda sentia a dor da traição, e seu pai a tratava como se ela tivesse se casado por escolha própria.

— Sorria — Leonard a cutucou quando entraram na igreja.

Mas Aurora não conseguia sorrir de imediato. Ver Hunter no altar e James ao seu lado não lhe dava nenhuma sensação boa. Quando seu noivo lhe olhou nos olhos, ela sentiu vontade de chorar, mas se obrigou a olhar para os convidados e dar um sorriso mínimo.

Quando Leonard a entregou para o noivo, Hunter beijou sua mão e a encarou. Aquele olhar dizia tudo, ou ela pelo menos fingiria estar feliz ou ele diria não e acabaria com aquela farça. Então Aurora olhou para seu padrinho, a presença dele ali significava que sua irmã também estava assistindo o casamento e era por ela que a noiva estava ali.

Aurora então sorriu. O padre realizou toda a cerimônia e logo os votos chegaram.

— Eu, Hunter Johnson, prometo amá-la e respeitá-la, honrá-la e protegê-la até que a morte nos separe — ele colocou a aliança no dedo dela.

Contrato duploOnde histórias criam vida. Descubra agora