6. Não foi culpa sua

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"Que ridículo, infantil", ela pensou com raiva.

— Theodore McGraw, me deve uma visita. — Hunter cumprimentou o homem. — Está é minha noiva, Aurora.

— Aurora Smith? É um prazer conhecê-la. — Theodore cumprimentou Aurora.

— Sim, sou um homem de sorte, não? — Hunter perguntou com um sorriso frio.

— Com certeza — Theodore falou amigavelmente, mas Aurora não se sentiu confortável com as palavras. — Esse é meu sobrinho, Fernan McGraw.

Aurora começou a ficar desconfortável e acabou por sair de perto dos homens assim que Hunter confirmou a visita do advogado à sua casa no meio da semana.

— Então você conseguiu mesmo agarrar Hunter Jonhsonn — Helena se aproximou de Aurora com duas taças de champanhe e lhe entregou uma.

— Talvez tenha sido destino — Aurora emitiu um sorriso de escárnio.

— Espero sinceramente que dê tudo certo entre vocês. Hunter nunca foi um cara monogâmico, se é que você entende.

— Dizem que o amor muda as pessoas, não? É uma pena que não deu certo entre vocês. Sinto muito, de verdade. Com licença.

Aurora se afastou. Observou o conteúdo da taça e imaginou que poderia estar batizada com qualquer coisa e considerou jogá-la fora quando um homem parou em sua frente.

— Senhorita Smith, para onde vai sozinha? — Fernan perguntou sorrindo.

Aurora não queria ficar perto do homem, então falou a coisa mais segura:

— Encontrar meu noivo, claro.

— Ele está ocupado — Fernan soltou um riso malicioso. — Tenho certeza que não poderá encontrá-lo nesse momento, por que não me deixa fazer companhia por enquanto? Até posso tomar uma taça com você enquanto aguarda seu noivo... Fazer o que tem de fazer.

"Isso era para me causar ciúmes?" Aurora pensou enquanto o homem praticamente tomou o champanhe de sua mão e bebeu um gole.

— Sabe que você é muito famosa no ramo da moda, Aurora?

— Já larguei a carreira de modelo, senhor McGraw.

— Ainda assim, ainda é referência para as novas modelos. Na empresa em que sou diretor, muito se fala de sua beleza e sensualidade nas passarelas.

— É uma pena, porque agora estou mais interessada no ramo do direito. Com licença. — Aurora virou para sair, mas o homem pegou em seu braço e o segurou.

— Calma, por que está fugindo? Se direito é o que quer, meu tio pode ajudá-la a se tornar uma das melhores advogadas da cidade, ou do país.

— Gosto de conseguir meus méritos por mim mesmo. O que o senhor quer dizer com isso?

— Quero dizer que posso pedir ao meu tio para influenciar em suas notas acadêmicas e no estágio. — Fernan se aproximou e passou a mão no braço dela, deixando-a enojada e com vontade de quebrar aqueles dedos magrelos.

— Não me toque! — ela disse com firmeza, afastando-se e passando a mão em seu braço, como se estivesse limpando-o.

— Qual é, princesa, não pode me tratar assim. Sou um cara gente boa, se você se deixar me conhecer melhor.

Fernan apertou o braço dela e chegou mais perto. Ele se aproximou o suficiente para tentar beijá-la, mas Aurora deu um passo para trás e lhe acertou um tapa forte no rosto.

— O que pensa que está fazendo? — ela perguntou com raiva.

— Vadia!

O homem estava com olhos vermelhos como se estivesse possuído. Aurora recuou, quando olhou para o lado percebeu que já estavam afastados demais para que alguém tivesse visto o que aconteceu. 

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