24. Bolt

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Aurora não podia mais esconder quem realmente era. Pegou a arma de Vicent antes de sair, engatilhando-a com mãos firmes. Movendo-se silenciosamente pelos corredores da casa, usou suas habilidades para imobilizar alguns dos atacantes, avançando com determinação até chegar ao ferro da casa.

Ali, encontrou Matt, que a esperava, ferido.

— Vá agora! — disse ele, jogando a chave do carro para ela.

Aurora pegou a chave e hesitou por um momento.

— E você? — perguntou, preocupada. 

— Eu vou ficar bem. Apenas vá! — Matt insistiu, segurando o ferimento no braço.

Ela sabia que não tinha tempo a perder. Com um último olhar de gratidão e desespero, Aurora correu para o carro. O peso de deixar seu amigo ferido nas mãos do inimigo era quase insuportável, mas ela sabia que precisava escapar. Entrou no carro e dirigiu sem rumo, enquanto processava o caos ao seu redor.

No porta-luvas, encontrou documentos e cartões que poderiam ser úteis. Decidiu dirigir para Jersey City, onde poderia se esconder e tentar estabelecer contato com seu pai ou alguém de confiança. 

Ao chegar na cidade, entrou em um subúrbio tranquilo e alugou um quarto em uma pensão barata, um local que não chamasse a atenção. Sentada na cama, com o celular e o laptop deixado no carro, tentou repetidamente fazer conexão com Edwin ou seu pai, sem sucesso. Pensou em ligar para Megan, mas descartou a ideia, seria perigoso demais.

Exausta e frustrada, Aurora decidiu tomar um banho para clarear a mente. A água quente ajudou a aliviar a tensão muscular, mas sua mente continuava agitada. Quando saiu do banheiro, enrolada em uma toalha, ouviu uma movimentação estranha fora do quarto.

Seu corpo congelou momentaneamente. Com passos cuidadosos, aproximou-se da porta, tentando ouvir melhor. Através da fina divisória, podia ouvir vozes abafadas e passos rápidos. Seu coração acelerou, a adrenalina tomando conta novamente.

— Quem está aí? — murmurou para si mesma, pegando a arma que havia deixado na mesa de cabeceira.

Aproximando-se da porta, respirou fundo e abriu uma fresta. Viu sombras se movendo pelo corredor, e seu instinto lhe dizia que o perigo estava mais perto do que nunca.

Aurora precisava agir. Com a arma em mãos, procurou por uma saída de emergência. Seu olhar varreu o quarto até que seus olhos pousaram na pequena janela do banheiro. Sem perder tempo, correu para lá, abrindo-a com um esforço que fez suas mãos doerem. Espremeu-se pela abertura estreita, sentindo o metal frio arranhar sua pele, mas conseguiu sair.

Do lado de fora, pulou para o beco atrás da pensão, o ar noturno batendo em seu rosto. Correu o mais rápido que pôde, cada batida de seu coração ecoando em seus ouvidos. Estava quase segura quando uma tontura súbita a atingiu. Sua visão começou a ficar turva, e ela se esforçou para manter o equilíbrio.

— Não agora... — murmurou para si mesma, tentando continuar.

Mas a tontura foi forte demais. Aurora sentiu-se cambalear e, antes que pudesse reagir, mãos firmes a agarraram por trás. Seu corpo foi puxado para trás com força, e ela tentou lutar, mas a escuridão tomou conta rapidamente. A última coisa que viu foi a sombra de seu captor se fechando sobre ela antes que tudo ficasse completamente escuro.

...

Aurora acordou em um lugar completamente estranho. As luzes estavam fracas, e o ambiente parecia ainda mais macabro na penumbra. Suas mãos e pés estavam amarrados a uma cadeira, e por mais que tentasse se soltar, seus esforços eram em vão. Ela sabia que havia sido capturada pelos inimigos de seu pai e que provavelmente pagaria pelo preço de um crime que não cometeu.

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