10. - Uma boa caçada

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A viagem de Filadélfia até Dallas prometia ser repleta de desafios e emoções que se estenderia por, no mínimo, 15 horas. Hunter sabia que precisaria reunir sua equipe e fazer todos os preparativos necessários antes de partir rumo ao encontro do homem audacioso que ousara tocar em sua noiva.

Antes de colocar o pé na estrada, fez algumas ligações cruciais, entre elas uma que se revelou particularmente importante: entrou em contato com seu investigador de confiança e compartilhou com ele todos os detalhes chocantes que havia presenciado nas imagens, uma descoberta totalmente incoerente com tudo o que havia sido desvendado sobre Aurora ao longo de meses de investigação.

— Eu quero saber absolutamente tudo sobre ela. Desde suas primeiras ações ao acordar até o último suspiro antes de dormir, a partir do último ano do ensino médio — exigiu Hunter, sua voz transbordando de determinação.

O investigador ficou surpreso com a requisição e tentou argumentar:

— Mas senhor, eu já lhe disse antes. Ela era apenas uma jovem estudiosa, que se destacava academicamente, tinha amigas da alta sociedade irlandesa. Quando retornou para casa, limitava-se a sair apenas com seus seguranças, frequentava a faculdade e apreciava coisas delicadas, como qualquer garota da idade dela.

Hunter, impaciente, enviou o vídeo para o e-mail do detetive, desafiando-o a enxergar a imagem e encontrar ali a jovem donzela delicada que lhe havia sido descrita. E deixou claro o prazo para todas as informações sobre sua noiva estarem em seu escritório, em sua casa, em até três dias.

Após desligar o telefone, Hunter respirou fundo, sentindo a adrenalina correr em suas veias. Decidiu então ligar para James, buscando notícias sobre o estado de Aurora, que havia sido vítima desse ultraje.

— Como ela está? — indagou Hunter, a preocupação evidente em sua voz.

— O pulso dela estava bastante inchado, então apliquei Diclofenaco Dietilamônio para amenizar a dor. Desde que chegamos, ela adormeceu e mal teve apetite. O voo está marcado para esta noite, mas ela não saiu do quarto — respondeu James, com cautela.

Hunter, determinado a preservar o bem-estar de Aurora, instruiu:

— Se for necessário, adie o voo. Não quero que a pressionem de forma alguma. Fique ao lado dela, cuide dela. Voltarei o mais rápido possível. E se ela perguntar, diga que estou no exterior.

— Tem certeza de que não quer que eu vá junto? — questionou James, demonstrando sua lealdade.

— Aurora é minha prioridade máxima no momento. Confio em você para mantê-la segura até que eu retorne.

Após desligar o telefone, Hunter concentrou-se intensamente na missão que o aguardava. Sua mente não encontrou descanso sequer por um segundo, alimentando-se do desejo de chegar logo ao destino final. Quando a meia-noite finalmente chegou, ele se encontrava diante de um imponente hotel em Dallas, após uma exaustiva e vertiginosa jornada, percorrida por quatro carros em alta velocidade. Hunter não permitiu que o cansaço o dominasse. Pacientemente, aguardou seus homens encontrarem o paradeiro do seu alvo, e assim que a aurora iluminou o horizonte, ele já tinha o homem capturado e amarrado a uma cadeira no porão de uma casa alugada.

— David Parker, 29 anos — começou Hunter, passando os olhos pela ficha do homem. — Diretor de uma empresa farmacêutica, interessante.

O prisioneiro, visivelmente assustado, não pôde evitar perguntar:

— O que você quer?

— Ajustar algumas contas, é claro. Ou será que você já esqueceu o que fez na noite passada?

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