1. O contrato

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Aurora estava em um bom momento de sua vida: segundo semestre da faculdade de direito, seu sonho, e namorava o homem por quem foi apaixonada secretamente por alguns anos.

- Está tudo bem? - ela perguntou enquanto tomavam café no centro comercial. - Parece um pouco apático.

- Não se preocupe, só estou pensando no trabalho. - James se aproximou e Aurora sentiu seu coração bater mais rápido. - Talvez eu precise viajar por alguns dias, quero que me prometa que vai ficar bem.

Aurora achou o pedido muito estranho e teve um mau pressentimento, mas assentiu. Tudo o que ela queria era passar seu vigésimo aniversário com o homem que amava e talvez, apresentá-lo à sua família como seu namorado.

- Vou ficar com saudades, mas bem.

- Não se preocupe, estarei contigo no seu aniversário, é uma promessa. - James beijou a mão da namorada.

- Eu te amo, James. Eu... - o momento foi cortado quando o telefone da jovem começou a tocar.

Aurora rapidamente pegou o aparelho e viu que era uma ligação de sua casa, provavelmente um chamado de seu pai.

- Onde a senhorita está? - Um homem perguntou quando ela atendeu, mas não a deixou responder. - Não importa, seu pai a quer em casa em vinte minutos.

- Ok, já estou chegando - Aurora respondeu e desligou o telefone, então olhou para James. - Desculpa, eu tenho uma reunião com meu pai agora. Podemos nos ver à noite?

- Talvez eu trabalhe essa noite, mas te ligo para marcarmos algo amanhã - ele respondeu tirando o dinheiro da carteira e o jogando na mesa. - Eu te acompanho até seu carro.

Aurora e James saíram para o estacionamento onde se despediram com um beijo apaixonado que fez borboletas voarem no estômago da jovem e depois ela seguiu direto para casa.

Quando entrou no escritório de seu pai, sentiu que havia uma aura fria naquela sala, mas ao ver um dos amigos empresários de seu pai ali, abriu um sorriso educado e o cumprimentou:

- Senhor Johnson, como está?

- Muito bem, querida. Espero não ter a atrapalhado. - O homem mais velho apertou sua mão e depois apontou para outro homem que estava ao seu lado: - este é meu filho mais velho, Hunter, ele tomará conta dos negócios da empresa em breve, assim que eu me aposentar.

Anthony Johnson mantinha um sorriso educado enquanto apresentava o filho. A jovem ainda tinha a sensação de que algo estava errado, mas o cumprimentou educadamente antes de se virar para seu pai.

- Em que posso ajudar, papai?

Nesse momento o telefone de Leonard Smith tocou. Ele pegou o aparelho no intuito de desligar, mas ao ver que era uma ligação importante, se desculpou.

- Eu realmente preciso atender. Volto logo.

Leonard saiu do escritório para atender o telefone. Ao se deparar com os dois homens no escritório, Aurora tentou manter a harmonia.

- Aceitam um café ou uma bebida mais forte?

- Muito obrigado, querida - Anthony respondeu suavemente -, mas receio ter esquecido algo no porta-luvas. Vou aproveitar que Leonard está ocupado e agilizar as coisas, afinal creio que está ansiosa para saber o motivo dessa reunião de última hora?

- Claro! - Aurora sorriu tentando disfarçar o pânico que se formou em seu ventre. - Fique à vontade.

Anthony saiu do escritório e quando a porta foi fechada, Aurora sentiu como se o ar ficasse abafado.

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