3. A força do imperador

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- Se eu quiser lhe tomar à força, você não pode me impedir, querida. A única coisa que poderia fazer é gritar e espernear, algo que não me afastaria.

As lágrimas banhavam o rosto de Aurora que lutava desesperadamente para sair daquela situação. Ela sentia que se fosse tomada a força por aquele homem diabólico, sua vida não teria mais sentido.

Como se suas orações fossem ouvidas, o telefone de Hunter começou a tocar. Ele a observou respirar aliviada, então como se a compreensão de seus atos lhe pesasse, saiu de cima dela. Ainda a olhando furiosamente, pegou o telefone do bolso e atendeu.

- Espero que seja importante, estou ocupado -, Hunter falou ríspido.

- Proteja sua garota. O velho está procurando por ela na cidade inteira. Não aconselho que a deixe sair por esses dias.

- Ok! - Hunter desligou o telefone e olhou para a jovem ainda chorando na cama. - Está com sorte. Tenho um compromisso agora, mas volto depois para continuarmos a nossa conversa, querida.

O homem saiu da mesma forma que entrou, imponente e com a áura fria, deixando Aurora ainda remoendo suas lágrimas em cima da cama.

Seguindo o corredor, Hunter desceu as escadas e foi para seu escritório. Tinha uma reunião que não podia adiar e estava muito irritado para não descontar sua raiva em alguém.

Abrindo a porta do escritório, viu James que o esperava de pé e sem pensar duas vezes lhe deu um murro no rosto, arrancando sangue de sua boca.

James não revidou, antes deixou o outro lhe socar como queria e após cair no chão, ouviu a arma ser destravada. Com ódio gelado, Hunter descarregou sua pistola com 15 tiros seguidos, todos no chão ao lado do homem de cabelos compridos.

- Vai me explicar o que foi que aconteceu? - ele perguntou assim que se acalmou, alguns minutos depois.

James viu a pergunta como a deixa para se levantar. Estava todo dolorido, o rosto inchado e sangrando, mas se sentou na cadeira em frente à mesa do escritório e explicou:

- Namorávamos há seis meses e ela iria me apresentar à família no seu aniversário.

Hunter passou a mão, ferida de socar, no rosto. De todos os problemas que ele imaginou que Aurora poderia lhe causar, não imaginava que brigar com James estaria na lista.

- Acho que temos um problema então.

Hunter entregou um envelope para James. O loiro afastou o cabelo comprido espalhado do rosto e observou o conteúdo, seu semblante ficando cada vez mais fechado a cada informação que obtinha.

- Então é isso. - Ele suspirou e jogou o envelope na mesa. - 15 milhões, é?

- Mais 5 do meu carro e as multas que ela pegou enquanto dirigia feito uma louca pelas ruas de Nova York.

- Entendi. - James respondeu seco. - Eu já vou.

Hunter observou o loiro e viu nele o mesmo olhar que havia visto em Aurora.

- Espere! - Parou James antes mesmo de ele se levantar. - Você foi imprudente essa noite e o fato de ser meu melhor amigo não quer dizer que pode desobedecer às regras sem ser punido.

- Você me bateu por 5 minutos inteiros. Eu nem revidei -James arqueou a sombrancelha e Hunter deu um meio sorriso.

- Se você não estiver querendo me matar à noite, proponho dermos uma volta. Nossos amigos na boate da zona leste estão nos cobrando uma visita.

James sorriu. Mesmo que estivesse odiando-o naquele momento, nunca o deixaria entrar em território inimigo sozinho. Se Hunter tivesse de morrer naquela noite, seria pelas suas próprias mãos.

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