#15 Nem sempre a escolha vai estar na palma da sua mão...

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Segunda 10:35, 16 de Outubro de 2022. 

Pov Kara

Hoje era segunda e também era praticamente meu primeiro dia no hospital, eu vou trabalhar no setor de pediatria, eu tenho 29 anos e já acabei a faculdade tem 8 meses. 

- Irmã, eu fique muito feliz de saber que você ia vir pro hospital.- Alex fala e passa o braço no pescoço. 

- Eu estou a um tempo querendo voltar, não me dei bem como secretaria.- estávamos indo ate a entrada do hospital

-Kkkkk realmente, você tem um dom para medicina chega a ser absurdo.- Alex fala e para de andar. 

- O que foi?- questiono a mais velha. 

- Aquela não é a Andrea Rojas? a menina que a gente conheceu no Pug?- Alex tira a mão do meu pescoço e olha confusa na direção da Andrea, ela estava ao lado de menininho que era levado para a emergência em uma maca. 

- Merda, eu tenho que ir Alex.- dou um beijo rápido na testa de minha irmã e saio correndo. 

- Vou com você.- Alex fez faculdade de medicina, porem ela preferiu o governo. 

Vou na direção da minha sala na busca do meu pijama e meu jaleco, assim que os coloco vou atrás do menino. 

- Kara, a gente precisa de você na sala 4, um menino de 7 anos esta tendo uma convulsão.- Helena andava ao meu lado me instruindo. 

- Me da a fixa dele, aguenta firme pequeno.- assim que Helena me entrega a fixa eu vou correndo ate a sala 4, o menino convulsionava e os enfermeiros tentavam o acalmar. 

- Prepara uma dose de levetiracetam.- pego a agulha que a Nia me entregou e injeto no menino, olho para o monitor e vejo os números diminuírem. - Graças a Deus.- assim que acabo de ajeitar o Heitor eu vou para a recepção pois outra criança precisava de mim. 

- Você é a nova medica?- Nia pergunta me olhando. 

- Você é enfermeira?- caminho ao lado da menina. 

- A gente precisa conversar depois, agora tenho que ir, tchau Danvers.- a mais nova da um beijo em minha bochecha e vai em bora.

- O que foi agora?.- questiono a recepcionista. 

- Esme, uma menina de sete anos que foi jogada contra uma parede de vidro.- Helena fala e me entrega a fixa. 

Eu esperava que estivesse feio, porem quando ultrapassei aquela porta, eu vi uma criança com um olhar desesperado, metade do rosto sangrando, um ombro deslocado, a barriga toda cortada e um pedaço de vidro fincado na coxa. Umas da piores cenas da minha vida, meu coração estava despedaçado só de vê-la assim. eu já tinha me esquecido da dor que esta em um hospital.  

- Oi, qual seu nome?- eu ainda me perguntava como ela não havia desmaiado.

- Esme.- a menina com lagrimas no rosto se limita a responder.

- Esme? que nome lindo. Eu sou a Kara, Kara Danvers.- falo limpando a coxa da menina. 

- Isso dói.- Esme fala assim que passo o leno mais perto de onde o vidro estava. 

- Olha, se eu não limpar a gente não vai conseguir tirar, eu prometo que vai ser rápido. - assim que termino de limpar eu aplico a anestesia. - Olha, eu acho melhor você virar pra lá.- olho nos olhos da pequena. 

- Eu tô com medo.- Esme fala colocando a mão sobre a outra perna. 

- Se você não olhar não vai doer, palavra de escoteiro.- falo fazendo a formação de um soldado. 

- Ta bom tia Kara.- por isso eu não gostava de estar em um hospital, é horrível ver qualquer um sentir dor... mas ver uma criança sentir dor é como ter uma faca em meu peito. 

Faço os pontos da menina, coloco seu ombro no lugar correto e receito uns remédios para ela. Estava  indo ate a recepção quando encontro a minha irmã. 

- Olha eu acabei de chegar e já tive que lidar com duas emergências.- falo ao lado da minha irmã. 

- O que aconteceu?-  minha irmã fala pegando a fixa em minha mão. 

- Uma menina chamada Esme foi jogada contra uma parede de vidro. -

- Meu Deus, como isso.- Alex começa a analisar a fixa.

- Ainda não sei.- assim que chego no balcão eu apoio o meu cotovelo ali e coloco meu rosto sobre minhas mão.- aqui esta a receita dela, entregue aos pais da Esme.- levanto a cabeça e entrego a folha juntamente a fixa para a Helena. 

Assim que viro de costas ouço Helena me chamar. 

- Kara, a Esme mora em um lar adotivo ela não tem uma família.


Pov Alex

As palavras de Helena me atingiram como um tiro, eu podia sentir a dor no olhar da minha irmã. 

- E-eu preciso que ela fique sob observação, eu mesma compro os remédios e dou a ela.- Kara fala se retirando do local. 

- Já volto.- falo para Helena,

Assim que chego ao lado de fora Kara esta sentada em um dos bancos com a cabeça baixa. 

- Eu não posso fazer isso Alex, é preciso ter um psicológico muito forte e eu definitivamente não tenho.- fala me olhando com os olhos marejados. 

- Ei maninha, você consegue lidar com isso. Por mais que seja difícil Kara, eu sei que consegue.- falo abraçando a minha irmã de lado. 

- E se eu não consegui salvar alguém?- se sapara e olha nos meus olhos novamente. 

- Você não vai poder controlar isso sempre, é um fato. Uma vez eu tive a oportunidade de matar um cara, todos na escuta gritavam para que eu atirasse, mas eu não atirei eu sabia que não deveria tirar a vida dele, hoje ele se tornou bombeiro e já salvou a vida de mais de 40 pessoas, também teve uma vez que eu não atirei e o cara estuprou e matou 2 mulheres, o que eu quero dizer com isso é que, você pode salvar uma vida e acabar perdendo duas, como você também pode salvar duas e perder uma, Nem sempre a escolha vai estar na palma da sua mão. Você não é Deus Kara, você é medica, você não tem o poder da vida e da morte mas você tem a obrigação de fazer o que é humanamente possível para salvar aquelas crianças.- assim que acabo de falar a minha Irmã se levanta.- Agora vá lá e salve aquelas pequenas vidas.- falo abraçando a loira. 

- O que eu seria sem você?.- minha irmã encerra o abraço e vai para dentro do hospital.

Assim que subo na moto ouço meu celular tocar. 

- Oi, Kelly?- coloco o capacete e apoio o celular na lateral do meu rosto.

- Oi ruivinha, só liguei para perguntar se você ta bem.- depois da noite que eu tive com a preta, continuamos nos falando. 

- Ei, você quer ser mãe?- pergunto sem pensar. 

- Quero, mas porque ta perguntando isso?- MERDA DANVERS!!!.

- Eu falei sem pensar, não é nada. - respondo rapidamente. 

- Ei amor, relaxa. Mudando de assunto, a gente pode jantar com a sua irmã hoje? o que acha?- me questiona. 

- Acho ótimo princesa.- 

- Tchau baby.- assim que Kelly fala ela mesma encerra a ligação. 

Eu não conseguia tirar a Esme da cabeça, eu daria um jeito de adota-la, mas por enquanto eu tinha que ir trabalhar.

- Danvers, preciso de você na rua Santielle, um homem armado esta assaltando uma loja.- John fala assim que piso no DOE, coloco meu colete, pego minha arma e meu distintivo e subo na moto novamente.

                                                                       [...] 


Essa sou eu... (Supercorp)Onde histórias criam vida. Descubra agora