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Larissa

Sem checar se haviam realmente se passado cinco minutos, tomei o resto de meu whisky e subi as escadas, rumo ao quarto de Ohana.

Entrei sem bater, e encontrei um ambiente mais escuro do que quando entrei pela primeira vez naquele quarto. Apenas uma luz fraca vinda de um abajur de uma mesa ao longe, encostada na parede, iluminava timidamente o local, deixando a mulher que deitava na cama, vestindo um hobby preto totalmente fechado, praticamente nas sombras.

- Está escuro...

- É bom que seus outros sentidos ficam aguçados. - A mulher disse, num timbre de voz fraco.

- Não é bom. Já disse que quero ver você...

Ela se levantou, vindo em minha direção, e num ato completamente imprevisível, me abraçou. Enfiou seu rosto no tecido da minha blusa em meu pescoço, e ficou ali um tempo suspirando. não precisei sequer me mover.

- Por favor Larissa... Vamos fazer assim hoje. Por enquanto...

Então, senti aquele perfume. O perfume que sempre me fazia perder um pouco do controle que tinha.

Amêndoas. Amêndoas e shampoo.

Merda! Aquele maldito perfume...

Senti suas mãos agora abrindo timidamente os botões de minha camisa, enquanto beijava suavemente meu pescoço.

Eu queria perguntá-la o que havia acontecido, queria saber o que fizeram a ela. Mas estava óbvio que ela não me diria.

Sem pensar muito, empurrei para os lados o tecido de seda que cobria seus ombros e abaixei minha cabeça até o local, aplicando beijos suaves. O perfume estava mais forte do que o normal, combinando perfeitamente com o ambiente escuro e incrivelmente sensual.

Minhas mãos foram para o nó em seu hobby, abrindo-o lentamente. Ela se afastou um pouco, para que eu pudesse removê-lo completamente.

Então, fui pega de surpresa, ao constatar que ela não usava nada por baixo do hobby, agora no chão.

E, quase que imediatamente, outra surpresa me fez estacar diante de Ohana. Embora o quarto estivesse escuro, consegui ver seu corpo, em quase sua totalidade, coberto de manchas escuras e arranhões, e seu rosto sutilmente marcado, a maquiagem tinha saído um pouco quando ela me abraçou e esfregou um pouco o rosto em minha blusa.

Dei um passo para trás, assustada.

- Que porra é essa?

- Ossos do ofício. Vem cá... - Ela veio em minha direção, segurando com firmeza o botão de minha calça e abrindo-o.

- O quê... Espera aí! O que diabos aconteceu com você Ohana, quem fez isso?

Ela bufou, parecendo impaciente.

- "Aconteceu" um cliente. Quem fez isso não é da sua conta... Foi só.. um cliente empolgado nada de mais.

- Não é da minha conta? Claro que é! Não quero comer uma mulher que parece ter acabado de ser espancada!

Minhas palavras impensadas saíram num jorro, e pareceram extremamente insensíveis e rudes no silêncio do quarto.

Ohana olhou para mim com um misto de raiva e tristeza, parecendo pensar nas palavras antes de pronunciá-las.

- Foi por isso que deixei as luzes fracas...

- Achou que eu não fosse ver? Não sou cega! Você parece uma colcha de retalhos, pelo amor de Deus!

My Dear Whore - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora