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Desculpem a demora...
Estamos na Reta Final... menos de 10 capítulos para o final. Boa leitura e até amanhã.





Ohana


O que seria uma visita rápida, apenas para dar um "alô", se estendeu por algumas horas. Talvez porque Lois estivesse lá, tagarelando sobre sua gravidez e tudo que já havia aprendido com ela. Ou talvez porque Alura insistisse para que ficássemos para o lanche da tarde, como um pretexto para manter ali a família reunida. Ou então porque não queríamos ir embora mesmo.

Mas como Larissa precisava saber o que havia sido feito da nossa bagagem (já que eu não sabia sequer sob a responsabilidade de quem elas estavam), saímos de lá às 19h em ponto, mesmo que Alura insistisse para que dormíssemos por ali.

- Amanhã nos vemos outra vez mãe. Estamos realmente a dois quarteirões de distância. São menos de cem passos.

Mas como, na cabeça doentia de Larissa, caminhar era uma tarefa excepcionalmente perigosa para uma grávida, ela não abriu mão de mais um taxi até a nossa casa. Resolvi não contrariá-la, talvez porque estivesse cansada e com dor nas costas.

Chegamos um minuto depois. Já estava quase escurecendo. Paramos em frente a um portão de ferro cheio de detalhes, que foi aberto imediatamente por ela. Ao passar por ele, entramos em um jardim, e mesmo que fosse difícil enxergar bem, eu sabia que era grande - embora modesto, se comparado à casa dos Machados.

- Pode esperar um minutinho aqui? Tenho que fazer uma coisa. - Larissa apertou minha mão com carinho, falando ao pé do meu ouvido.

- Depende. Você vai voltar? - Perguntei de maneira retórica, sentindo o cheiro maravilhoso da grama me tomar por todos os lados e me fazer quase entrar em algum tipo de transe.

Ela riu.

- Um minuto amor.

E dizendo isso, caminhou para frente. Segui sua silhueta com os olhos, e foi só quando Ela sumiu atrás de uma parede que me dei conta de que havia uma casa logo à nossa frente. Mas era difícil descrevê-la, já que a noite começava a cair aos poucos.

O barulho de grilos estava alto. Outra vez, inspirei com força para sentir o cheiro do mato fresco. Junto com ele, pude sentir também o perfume de algumas flores noturnas. Eram doces. De um doce intenso, quase místico. Outra vez me senti bem.

Foi de repente, e quando me dei conta, as imagens à minha volta iam tomando forma diante dos meus olhos. Muitos postes de luz baixos se acenderam ao mesmo tempo, alguns com luz branca e outros com luz verde. O lugar havia se materializado à minha volta, e me vi no meio do jardim mais lindo que já havia visto na vida.

Era de um verde tão vivo e intenso que parecia recém pintado. Aqui e ali, tufos de flores incrivelmente coloridas prendiam a atenção dos olhos, como se estivessem ali unicamente para dar mais vida a algo que já era belo. Alguns dos postes, agora acesos, dispunham-se em todos os lugares, distribuídos de uma forma que desse para visualizar cada canto daquele lugar. Alguns outros alinhavam-se com uma trilha perfeita e caprichada que formava o caminho de pedras planas, pelo qual devíamos passar para que a grama se mantivesse linda e nova daquele jeito.

Era mais ou menos como estar em um jardim encantado, e eu não me surpreenderia, de forma alguma, se encontrasse uma fada passeando por ali.

Olhei para frente, agora encarando a casa a poucos metros de nós, iluminada também em muitos pontos por pequenas lâmpadas presas à extensão das paredes. Como Larissa havia me dito, era mesmo menor que a casa de seus pais. Mas isso não significava, de forma alguma, que fosse pequena.

My Dear Whore - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora