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Ohana


Mais uma noite na Casa Al Ghul. Mais uma noite para me sentir uma vadia.

Mas que coisa idiota de se dizer. Eu ERA uma vadia. Uma vadia que agora se aprontava para seu próximo cliente. A tal Larissa Machado, era bem incomum eu atender mulheres.

- Bem, Ohana, pelo menos ela é bonita. Ok ok, não muda quase nada. Mas vamos lá, finja que será ao menos um pouco prazeroso.

Não mudava muita coisa o fato desta cliente ser bonita. Eu continuaria oferecendo meu corpo a ela em troca de dinheiro. Não seria menos suja por isso. Eu já havia estado com clientes belíssimos antes, e nenhum deles me deu o mínimo prazer.

- Merda. - Eu continuava falando sozinha. - Por que ela tinha que me ver?

Todas as noites, quando descia, eu procurava andar sempre nos cantos mais escuros, pedindo a Deus que ninguém me notasse ali. Me vestia de uma forma nada sensual e olhava sempre para baixo. Estar com um alguém, embora fosse meu trabalho e eu já devesse ter me acostumado com isso há muito tempo, sempre era um suplício. Eu precisava me sustentar, mas minha maldita consciência insistia em me fazer sentir mal.

Bom, lamentações não iriam mudar nada. Ela de alguma forma havia me visto. Mesmo rodeada de três lindas meninas, ela se interessou por mim. Mais tarde, fui saber que ela era uma antiga cliente e "especial" por ser uma mulher intersexual, isso era novo pra mim, mas também não faz diferença.

Estava tudo explicado: Ela devia já ter se divertido com todas elas, e queria carne fresca.

O que diferenciava Larissa dos outros clientes? Quase nada, mas ela me olhou como quem quisesse me entender. Como se tentasse ler meus olhos, encontrar algo dentro deles. Pode não fazer o menor sentido, mas eu fiquei um pouco desconfortável com o jeito como me olhou.

Enquanto me aprontava para recebê-la em meu quarto, pensava em como seria esse novo suplício. Deitei na cama com um hobby de seda preto e fiquei à sua espera.

Não demorou muito e a porta se abriu. A cliente havia entrado em meu quarto, já tirando a jaqueta e colocando-a sobre uma cadeira, após trancar a porta.

- Poderia pagar antes? - Perguntei.

- Pagar antes? E se eu não ficar satisfeita?

- Você ficará satisfeita.

Ela riu, ainda me encarando.

- Bom... Se, por uma ironia do destino, eu não ficar satisfeita, posso ter meu dinheiro de volta então?

- Ok. Mas isso não vai acontecer.

Ela riu novamente, tirando do bolso algumas notas e colocando em cima da escrivaninha ao lado da cama.

- Você é muito segura de si.

Não respondi.

- Muito bem. Como não nos conhecemos, temos que esclarecer alguns pontos aqui. Você tem alguma objeção quanto ao sexo?

- Como disse? - Estava um pouco confusa.

- Algo que não goste de fazer?

Ninguém nunca havia me perguntado aquilo. Normalmente os homens tentavam fazer qualquer coisa comigo, e só então, quando eu negava, eles entendiam que eu não faria.

- Eu não faço anal.

- Uma prostituta que não faz anal? - Pareceu espantada.

- Estava me referindo a coisas como sadomasoquismo, bondage, essas coisas. Pra mim, qualquer garota de programa fazia anal.

My Dear Whore - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora