My Dear Whore - Ohanitta

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Larissa

Saí da empresa uma hora antes, pois assim haveria tempo de passar em casa e tomar um bom banho. Minha atitude me fez ter a certeza de que estava, finalmente, enlouquecendo. Querer ficar cheirosa para uma prostituta? Qual era o meu problema, afinal?

- Que se dane. Vou me sentir melhor depois de um banho. - Falei comigo mesma.

Tomei uma ducha demorada, e meu stress de todo um dia de trabalho havia diminuído. Poucas coisas eram tão prazerosas quanto um banho fresco.

Mais tarde, eu já estava no salão de Talia. Bebia minha dose diária de whisky, enquanto encarava as meninas que divertiam seus clientes.

Mas onde ela está, afinal?

- Sozinha essa noite,Larissa?

Ross falava com uma voz de manha, enquanto fazia uma massagem suave em meus ombros.

- Olá, querida. Estava procurando pela Ohana. Estou aqui há vinte minutos, mas não a encontro.

- Deve ser porque ela já está com um cliente.

Ah, sim, claro. Um cliente. Por que não pensei nisso?

- Bom, daqui a pouco ela deve estar descendo então.

- Não hoje, meu amor. Parece que o cavalheiro que está com ela, e devo admitir, um pedaço de mau caminho, pagou caro pela noite inteira da menina. O que quer dizer que você só conseguirá vê-la amanhã.

Um homem havia pagado para ficar com Ohana a noite inteira? Isso era permitido?

- Não sabia que podíamos monopolizar as meninas aqui. - Disfarcei minha amargura com um sorriso falso.

- Minha cara, se tiver dinheiro, você pode fazer o que quiser.

- Entendi. Bom, já que Ohana está ocupada, talvez outra menina possa me alegrar hoje. Ouvi dizer que vocês têm uma novata por aqui.

- Larissa, assim me ofende. Estou sendo o mais agradável possível com você, e você sequer me considera como uma opção? - Fingiu estar magoada, fazendo biquinho.

- Ross, querida, só estou procurando novidades. Quem sabe outro dia? - Falei, beijando seu pescoço. Ela se arrepiou.

- Odeio quando você fala manso, Larissa. Seu poder de sedução é uma maldição para as pessoas..

Dizendo isso, virou-se para buscar a novata que eu havia mencionado.

Então, poderíamos mesmo monopolizar as putas daquele lugar? Por que ninguém havia me dito isso ainda? Eu havia pagado por uma hora inteira, certa vez. Mas uma noite? Toda?

Imaginei Ohana com o homem, naquele momento. Ele deveria estar se divertindo, afinal. Ela era muito boa, e, ao contrário da maioria das garotas da Casa, não exalava vulgaridade. De uma forma estranha, Ohana parecia uma puta comportada, como se a promiscuidade de sua profissão fosse balanceada pelo ar inocente que emanava dela.

- Ele deve estar se divertindo, isso é claro. Só espero que esteja sendo gentil. - Murmurei para mim mesma.

Não gostava de todos aqueles hematomas em seu corpo, e não queria ver novas marcas nela. O corpo de uma mulher devia ser bem tratado, delicado e macio, e me irritava ver marcas de violência no corpo dela... Ou no de qualquer mulher! Que inferno...

- Olá. Você é a Larissa? - A menina disse, com um olhar tarado.

- Sim, sou eu. E você é?

- Meu nome é thea. Ross me disse que a mulher mais linda do salão queria ficar comigo essa noite, então não foi difícil achá-la.