2

1K 84 8
                                    










Larissa

- Hum... Preciso me distrair...

Eram 22h. O Último filme havia acabado de passar na TV, e eu começava a falar comigo mesma.

- Ótimo Larissa. Fique maluca e fale sozinha.

Fazia três semanas que eu não fazia sexo. Nos meus padrões, esse é um tempo longo. No entanto, a única vontade que antes era constante em minha vida atualmente também estava decaindo na minha lista de prioridades.

- Bom, já vi que aguento três semanas sem. Mas mais que isso também não dá.

Vesti meus jeans, uma blusa preta e minha jaqueta. Segui em meu Lexus para o lugar onde me sentia quente e aconchegada quando procurava uma mulher durante muitos anos.
a rua estava deserta e silenciosa, como sempre. Um pequeno letreiro rosa-neon, muito discreto, brilhava em cima de uma porta bem ornamentada. "Al Ghul".

Entrei no local sem bater. Era familiar, eu já estivera ali muitas e muitas vezes. Um ambiente escuro, decorado em madeira, abrigava homens de classe alta e mulheres lindas e bem vestidas. Grande parte dos clientes eram senhores ditos respeitosos fora daquele ambiente. A luz fraca era agradável, deixando o lugar misterioso e quente. Músicas aleatórias, mas sempre sensuais, ajudavam na ambientação.

O bar central acomodava duas lindas meninas que preparavam drinks. Alguns homens conversavam com elas, enquanto elas faziam seus trabalhos. Aos cantos, muitos sofás e mesas estavam ocupados por casais, uns mais discretos, outros completamente sem pudor.

- Larissa! É mesmo você?

- Olá, Talia.

- Por onde andou? Pensei que tivesse nos abandonado!

- Estive fora por algum tempo. Problemas na empresa. - Menti.

- Terá que compensar os dias que ficou ausente então.

Com uma piscada, Talia me puxou para o bar, ordenando à moça morena que me servisse uma dose de whisky.

- Olá, Larissa! - Três garotas me cumprimentaram às minhas costas. Virei e vi três beldades. Jéssica, uma morena linda e muito pequena, Andy, com traços latinos e Sara, loira e escultural.

- Olá, meninas. Como estão?

- Bem. Mas sentimos saudades suas. - Respondeu a loira, com uma certa tara no olhar.

- Esteve frenquentando outros "ambientes"? - Jéssica perguntou.

- Não, estava viajando a trabalho. - Menti novamente. Não queria falar que meu sumiço se dava à minha total falta de vontade em sexo, e que agora precisava tirar o atraso.

- Bom, você precisa relaxar então.

- Andy falou, aproximando-se para me fazer uma massagem nos ombros.

- As três estão livres, Larissa. - Disse Talia, como se as meninas não estivessem ali. Elas sorriram com malícia.

Foi então que vi uma garota que, até então, nunca havia visto na Casa.

Uma mulher aparentemente normal, Cabelos longos loiros, pele bronzeada , um pouco mais baixa que Jéssica e parecendo estar completamente deslocada.

- Quem é aquela?

- Oh, quase havia me esquecido! Aquela você não conhece, chegou há duas semanas. Chama-se Ohana.

Uma novata. Era até estranho encontrar alguém naquela casa a qual eu já não havia provado. Estive com todas, absolutamente todas as mulheres que moravam naquela casa. Inclusive Talia, que não se prostituía, apenas coordenava os negócios.

- Ohana. - Repeti seu nome, olhando com curiosidade. - Ela é boa?

- Bem, durante essas duas semanas, ainda não ouvi nenhum cliente insatisfeito. - Ela sorriu. - Ela parece tímida e quieta, mas é como dizem... As tímidas são as melhores na cama.

- Uhm... Ela está livre?

- Claro, por isso está aqui embaixo. - Sorriu para mim com simpatia e dispensou as três meninas que acompanhavam nossa conversa com um aceno de mãos. Elas se foram, e Talia chamou Ohana. A menina atendeu ao chamado e veio em nossa direção.

Ela vestia uma blusa branca de botão com mangas até os pulsos, uma saia jeans apertada e curta, um cinto preto, meia-calça preta e um sapato discreto de salto. Ela não estava vulgar, embora tudo nela fosse justo e curto. Estava simplesmente... bela.

- Ohana... Quero que conheça uma antiga cliente nossa. Está é Larissa Machado.

- Olá - disse a garota, sem o menor entusiasmo, completamente diferente das três garotas que tinham acabado de nos deixar. - Meu nome é Ohana Lefundes.

- Olá, Ohana. Seu nome é tão gracioso quanto você.

- Obrigada.

- Vejo que é nova por aqui.

- Sim. Cheguei há umas duas semanas, acho.

Notei que os olhos dela eram lindos e difícil explicar. Seu corpo inteiro exalava um perfume suave e muito agradável. No pescoço, pude notar alguns hematomas e marcas de mordidas. Tentei não ficar olhando.

- Está gostando daqui?

- Bem, é melhor do que minha antiga vida, de qualquer forma. - Seu tom não era nada alegre. Parecia que ela simplesmente aceitava a vida que levava.

Eu imaginava que nenhuma mulher gostaria de levar essa vida. No entanto, as outras meninas da Casa Al Ghul fingiam gostar de tudo aquilo. Para mim, algumas sequer se sentiam mal fazendo o que faziam. E essa garota, a novata, simplesmente não se comportava como elas. Era muito fácil perceber que Ohana não era feliz.

Talia olhou-a com um olhar de reprovação, e ela se apressou em corrigir:

- Mas ainda estou me acostumando, tenho certeza que daqui a algum tempo tudo estará mais confortável para mim. Todos aqui são muito gentis.

- Tenho certeza que sim. - Falei, ainda encarando seus olhos.

- Você está livre agora Ohana? Quero te experimentar.

Ela se mexeu desconfortavelmente, como se eu a tivesse xingado e ela tivesse que aceitar o xingamento.

- Ohana, Larissa é uma dama. Tenho certeza que gostará muito dela. - Disse Talia, novamente com um olhar fuzilante para a garota que agora assentia.

- Sim, claro. - Abaixou a cabeça. - Estou livre. Eu vou... Vou para o meu quarto. Me dê cinco minutos, estarei esperando lá. Tudo bem?

- Claro, Estarei lá em cinco minutos.

Dito isso, a menina virou-se e subiu as escadas próximas à parede à nossa esquerda, para seu quarto. Eu a segui com os olhos. Aquela seria a puta mais esquisita que eu comeria.

- Desculpe, querida. Ohana ainda não se acostumou com tudo isso.

- Tudo bem. Eu preciso de novidades.

Eu queria novidades. Fui à Casa de Talia aquela noite não esperando por uma novata, mas sim por uma simples trepada. O destino, por sua vez, foi gentil comigo, colocando Ohana à minha disposição.

Ela era nova. Seria uma experiência nova. Eu não conhecia aquela puta, e o desconhecido era excitante.

- Depois lhe dou meu veredicto sobre sua nova aquisição, Talia.

Bebi a dose de whisky e me afastei do bar, rumo ao quarto de Ohana.

My Dear Whore - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora