OhanaA manhã seguinte começou chuvosa. Só fui capaz de despertar às 9:50h da manhã pelo barulho que algumas gotas faziam contra a janela do meu quarto. Meu corpo ainda se assemelhava um pouco a gelatina mole, fazendo com que minha vontade de levantar da cama fosse nula.
Antes mesmo de checar, eu sabia que estava sozinha. O peso, o cheiro e o calor do corpo dela não estavam ali, eu podia sentir ainda de olhos fechados. Talvez porque eu começava a me acostumar com essas coisas, mas a ausência dela era imediatamente captada por algumas terminações nervosas no meu corpo, e então, inconscientemente, eu sabia que estava sozinha.
Me virei na cama, ainda com preguiça, e encontrei ao meu lado um papel com algumas palavras e uma chave. A curiosidade me despertou imediatamente, então peguei o papel e li a caligrafia perfeita de Larissa:
Fui trabalhar. Não quis acordá-la.
Essa é a chave da porta da sala. Ela é sua. Quer jantar comigo hoje à noite?
Te amo.
Larissa
Meus olhos pararam na última frase, como se ali existisse algum significado oculto, como se quisesse entender o que exatamente ela quis dizer com aquilo.
"Te amo".
"Amo".
Reli aquelas duas palavras, imaginando as diferentes formas e entonações que ela daria à frase ao dizê-la. Imaginando as palavras saindo da boca dela, enquanto seus olhos me mostravam que aquilo era verdade.
Derreti como uma boba em cima do travesseiro, trazendo o papel perto do rosto e tentando sentir ali o perfume dela, parecendo uma pré-adolescente romântica e apaixonada.
- Eu também te amo. - Falei em voz baixa - Amo muito.
Me perguntei se teria coragem de dizer aquilo em voz alta se estivéssemos cara a cara, como uma resposta à declaração dela ao vivo e a cores. Confessar para mim mesma a mais óbvia das verdades era fácil, até porque não havia mais como tentar me convencer do contrário, mas confessar minha alma a ela era um pouco mais perigoso.
Mas não confessar o quanto eu a amava estava pesando. Não porque ela precisava saber, mas porque uma parte de mim queria gritar isso em plenos pulmões, como se de alguma forma eu pudesse me libertar da minha própria prisão. Infelizmente, a outra parte em mim me mantinha presa aos meus medos e incertezas, acreditando que a "revelação" - não tão surpreendente assim - seria demais para a boa vontade dela.
Eu ainda não era capaz de dizer a ela aquilo. E esse fato era desesperante. E o fato de que eu precisava deixar isso claro era ainda pior.
Me levantei ainda cambaleante, sentindo meu coração ferver com as palavras escritas por kara e pelo seu voto de confiança. Eu sabia que ela estava receosa com minhas atitudes, e imaginava o quão difícil devia ter sido para ela me dar, de bandeja, a opção de deixá-la ou não. Me perguntei se, caso eu fosse embora, ela iria atrás de mim.
Imaginei que sim. As palavras do dia em que ela me disse toda a verdade ainda estavam frescas na minha memória, e embora ela parecesse um pouco descompensada naquela ocasião, me pareceu estar sendo bastante verdadeira e decidido. Então, se eu realmente fosse embora, não ficaria surpresa em tê-la me perseguindo como algum tipo de predadora.
Preparei um café da manhã modesto, sem querer tirar muitas coisas do lugar. Como já eram 11:30h, comi pouco para que meu almoço não fosse prejudicado. Me perguntei então onde exatamente eu almoçaria, mas sabia que o resto daquele dia dependia do que eu estava prestes a fazer.
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My Dear Whore - Ohanitta
RomansaLarissa G!p (+18) Larissa Machado diretora de umas das empresas de publicidade da sua família, tudo que se limitava fazer era assinar alguns papéis. Com toda esperança de uma relação amorosa Real perdida, não demorou até se render ao álcool e as mul...