- Nós conseguimos. - Ele finalmente falou - Ela vai ficar bem.O peso esmagador que comprimia meus pulmões se dissolveu em um estalo, quase doloroso, e então eu senti que podia respirar outra vez. Mais do que isso, o alívio que senti foi tão grande que, possivelmente, me desequilibrei. Ao sentir os braços do Dr. Lewis se firmarem nos meus, fiz a primeira e única coisa que achei certa, por mais que soasse até um pouco patético.
- Obrigada! - Falei, abraçando-o com desespero, como se ele tivesse acabado de salvar minha própria vida. - Muito, muito obrigada!
- Não há de quê... - Ouvi-o dizer, e quis respondê-lo que havia muito, MUITO pelo que agradecer. Mas ele não entendia. E eu não fazia questão de explicá-lo.
- Como ela está?
- Sedada. - Ele respondeu de maneira simples - Ela perdeu muito sangue, nós tivemos que correr. É o que chamamos de choque hipovolêmico. O coração dela não estava distribuindo sangue suficiente para os outros órgãos, mas nós conseguimos controlar a hemorragia. Está tudo bem agora.
Está tudo bem agora.
- Eu tenho que vê-la. - Falei de repente, me livrando dos braços do médico e já caminhando, um pouco bamba, pelo corredor.
- Larissa, ela está sedada. - Ele repetiu, segurando meu ombro e me impedindo de prosseguir.
- Não importa. Eu tenho que...
- Tem muitos médicos lá dentro terminando o procedimento. - Ele insistiu. - Você não pode entrar...
Encarei-o de maneira séria, mesmo ainda estando um pouco atordoada. É claro que ele não entendia tudo que eu estava sentindo, mas ao menos uma coisa ele tinha que entender:
- Eu PRECISO vê-la.
Ele suspirou, largando o meu ombro logo em seguida.
- Ok, Larissa. - Ele finalizou, derrotado - Só espere mais um pouco. Troque de roupa e espere lá fora. Quando ela já estiver em um quarto, eu te aviso. Tudo bem?
"Bem" não estava. Mas era melhor do que ficar sem vê-la.
Por isso, tirando forças unicamente da minha vontade em estar ao lado dela outra vez, fiz como ele pediu, voltando a vestir minhas roupas de antes, secando as lágrimas e saindo para o corredor onde, para minha surpresa (porque eu tinha esquecido do resto do mundo), meus pais ainda me esperavam.
- Graças a Deus! - Minha mãe exclamou assim que me viu, correndo até mim e me abraçando. Senti um nó apertando minha garganta, mas o ignorei. Por causa daquela ligação estranha que tínhamos, ela sabia que algo muito ruim tinha acontecido, mas sabia também que, agora, tudo estava bem - O que houve?
Tentei explicar tudo que o Dr. Lewis e o enfermeiro haviam me dito, fazendo força para lembrar dos detalhes mas, ao mesmo tempo, esquecer. Porque eu queria esquecer o pânico que tomou conta daqueles últimos minutos. Do desespero, da sensação de sufocamento, do medo e da tristeza esmagadora. Eu quase tinha perdido Ohana, mas aquilo havia passado. E eu queria deixar essa lembrança para lá.
E eu queria vê-la. Desesperadamente. Queria ficar perto dela outra vez. Tocá-la outra vez. Ter certeza de que ela estava bem, que estava tranquila, que não estava sentindo dor ou sofrendo. Eu precisava vê-la. Precisava estar com ela.
E pacientemente, eu esperei. Informei meus pais de que passaria aquela noite no hospital, porque sabia que Ohana teria que ficar. Ao reconhecer dezoito chamadas não atendidas de lois no meu celular, pedi para que eles dessem notícias à ela e ao Clark, porque obviamente não estava em condições de fazer isso eu mesma. Eles me fizeram companhia durante todo o tempo de espera, e fiquei feliz por isso: Eu estava estranhamente sensível. O perigo já tinha passado, mas eu ainda me sentia frágil, com um certo medo.
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My Dear Whore - Ohanitta
Любовные романыLarissa G!p (+18) Larissa Machado diretora de umas das empresas de publicidade da sua família, tudo que se limitava fazer era assinar alguns papéis. Com toda esperança de uma relação amorosa Real perdida, não demorou até se render ao álcool e as mul...