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Essa história de cobra estava deixando o Piquerez birutinha das ideias, o cara não se aquietou um segundo mesmo depois que tiramos ela de lá

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Essa história de cobra estava deixando o Piquerez birutinha das ideias, o cara não se aquietou um segundo mesmo depois que tiramos ela de lá. Era uma coral verdadeira, e quando a gente disse isso, ele quase infartou. Mas a bichinha não fez nada demais, era bonita aliás. O Zé só fingiu que tava tudo bem enquanto o Weverton dava um jeito.

– Esquece essa cobra, Piquerez - Eu falei pela terceira vez. - ela já tá bem longe daqui.

– Tu não acha que ela vai voltar?

– Não acho, não. Sinceramente.

– Sei lá, viu.

Os caras só sabiam rir da desgraça do uruguaio. Eu sabia que eles iriam aprontar alguma.

– Vocês estão bem rindo, né? Mas quem teve coragem de ir lá tirar foi só eu, Weverton e Zé.

– Quem disse que eu não ajudei? - Dudu questionou. - dei apoio moral.

– Nem isso, meu amor, nem isso - Paula cortou a onda dele. - tu foi lá pro outro lado da casa correndo.

– Ih, que mulherada enjoada.

– Deixa de onda, baixola - Retruquei. - vamos ver esse filme ou não?

O plano inicial era jogar truco lá fora, mas um temporal começou, então viemos pra sala. Mas não dá pra negar que estava quente, afinal as janelas estavam fechadas.

– Bora, dá play aí - Scarpa pediu, e Veiga pegou o controle, iniciando um filme de terror que escolheram.

Eu estava bem tranquila sabendo que iria dormir antes de acabar. Sem brincadeira, o Piquerez tomou uns cinco sustos, e alguns provocados por Scarpa que adorava tirar sua paciência. No fim das contas, eles começaram a brincar de lutinha. Olhei pro lado, Paula e Dudu dormiam, Weverton estava até babando no travesseiro, Zé roncava e Raphael e eu assistíamos os dois bocós brigando em silêncio.

– Misericórdia - Sussurrei. - parem!

E eles seguiam brigando em silêncio, as vezes se xingavam por leitura labial. Não aguentei aquilo e afundei uma almofada no rosto pra rir. Eles só pararam realmente quando o Piquerez quase bateu a cabeça na mesa de vidro.

– Eu avisei pra parar - Dei um tapinha em Scarpa, que fez uma careta. - bora dormir? Hoje já aconteceu muita aventura, e eu tô assando de suor nessa sala.

– Bora, vou aproveitar esse sofá - Piquerez disse, e todos ali sabiam que era por medo.

– Picarez, pelo amor de Deus, vai deitar no seu quarto, não tem cobra mais.

– Picarez o caralho - Seu portunhol estava incrivelmente puxado hoje. - aquela merda subiu no meu pé.

– Relaxa, não tem mais - Raphael suspirou, ele parecia com sono assim como eu.

Sem sentimento - Raphael Veiga.Onde histórias criam vida. Descubra agora