Acho que ninguém gosta de ser acordado, pelo menos não quem bate bem do juízo, e foi exatamente o que aconteceu. Aquele bando de idiota com mentalidade de criança entrou no meu quarto batendo panela e cantando o hino do Palmeiras.
Olhei ao redor e o Scarpa estava fazendo o download da alma, enquanto Ellen se levantava pra jogar uma almofada em um deles, que eu presumi corretamente ser seu irmão. Acertou em cheio a cara dele.– Pirralha - Ele disse, mas não parou a cantoria e barulheira.
– Vocês tem o quê? Quinze anos? - Scarpa reclamou. - puta merda.
– Acordou bravinho? - Piquerez debochou. - bom dia, flor do dia!
– Puta que pariu - Ouvi Ellen resmungar enquanto saia do quarto brava.
– Vish, se algum de vocês aparecer numa cova aí, já sabemos quem foi - Dei de ombros, indo até o banheiro e implorando mentalmente que parassem. - Porra, deixa de bater essa panela aí!
– O Veiga tá irritadinho também, ô dó! - Escutei Dudu falar. Eles realmente tinham um problema sério, não é possível.
De alguma forma consegui ignorar aqueles idiotas e fui tomar meu banho, que deve ter durado quinze minutos no máximo. Quando sai do banheiro, o quarto estava vazio, então me troquei ali mesmo e desci pra ver o que estavam arrumando.
A dona Luiza estava colocando a mesa com a ajuda de Dudu, Scarpa e Ellen. Enxerguei Weverton, Zé e Piquerez lá fora brincando de peteca.– Bom dia, meus consagrados - Falei.
– Bom dia, meu filho - Dona Luiza disse com seu sorriso doce de sempre. - vocês dormiram bem?
A maioria respondeu que sim, menos Paula.
– E você, Paulete? Dormiu mal? - Ellen questionou.
– Ah, eu sofri com o Piquerez caindo da beliche em cima do meu braço.
– Sério isso?
– Sério, Veiga! Coloca uma cama de casal naquele quarto, por favor.
– Pode deixar - Dei risada - da próxima vez que vocês vierem provavelmente vai ter mais um quarto de visitas, eu tô reformando o último cômodo la de cima. E tem o escritório também, que vai servir pra quando tiver bastante gente.
– Veiga - Ellen chamou, ela estava concentrada em cortar uma maçã.
– Hm?
– E quando é que você vai consertar a porta daquele seu banheiro?
Seus olhos se encontraram nos meus, e eu tentei ao máximo segurar um sorriso.
– Da próxima vez vai estar funcionando direito, pode deixar Ellen.
– Eu agradeço por isso - Ela riu, e antes que alguém pudesse falar qualquer outra coisa, ela deu um gritinho. - Puta merda.
– Que isso, menina? - Scarpa perguntou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sem sentimento - Raphael Veiga.
FanfictionSEM SENTIMENTO; a química que há entre nós. "Mas qual é a chance? Ela é irmã do Zé, nós nem nos conhecemos e eu saí de um relacionamento há uns meses. Sem chance alguma." "Eu não vou quebrar a confiança dele." "E, no fim das contas, eu quebrei sim...