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Já aviso que esse capítulo começa triste e termina na putaria. Pra matar a saudade né? Rsrsrs

As lágrimas escorrem em meu rosto numa suavidade implacável

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As lágrimas escorrem em meu rosto numa suavidade implacável. É um choro diferente, sem barulho e doloso. Limpo os olhos e volto pra sala. Há várias pessoas aqui, as irmãs de Scarpa, meu irmão, Veiga, os caras do Palmeiras e um pessoal do skate. Tudo junto e misturado.

Meio que ele fez um discurso. Disse que amava muito seus amigos, que jamais iria se esquecer do que viveu no time, do que viveu no condomínio do Figueiras Alto. Ele até puxou a Manoela pra um abraço apertado, quase matou a mulher de vergonha.

"A vida é feita de mudanças, e eu estou indo embora por isso. Mas acho que meu lar sempre vai ser por aqui... mesmo que eu rode o mundo todo. Enfim, obrigada, à todos vocês."

– Que foi, Ell? - Manu se aproxima, cautelosa e até mesmo assustada. - tava chorando?

– Dá pra perceber assim? - Questiono, já querendo me esconder no meu quarto.

– Não, é que eu te conheço mesmo - Ela fala simples e me puxa pelo braço. - vem cá. O que aconteceu?

– O que aconteceu? - Falo, tentando compreender como ela consegue não chorar. - o Scarpa vai embora, é isso!

Manu dá um sorriso compreensivo e me abraça de lado.

– Também tô triste, na verdade até demais - Ela confessa. Eu presto bastante atenção, porque são raras às vezes em que ela se abre. - gosto pra valer desse idiota.

– E ele gosta de você - Me solto pra poder falar olhando pra ela. - muito.

Manu sorri meio tímida e desvia o olhar. Ela fica quieta alguns segundos olhando pra um canto em específico. Eu sigo o caminho e vejo o que ela tanto encara. É a Ingrid, irmã do Scarpa, dividindo uma dose com Veiga.

– Não tá com ciúmes? - Ela pergunta. - eu sentiria...

Nego de imediato. Acho que a minha natureza não é muito dessas...

– Acho que não preciso me preocupar com essas coisas - Sou bem sincera. - o fato mesmo é se ele quer algo comigo, se eu quero...

– Como assim, se você quer? Que história é essa? - Parece indignada. - com uma química dessas? Ah, conta outra!

Antes que eu sequer possa responder, Zé se aproxima e me puxa pra um abraço de lado. Ele tem uma cara de quem escutou tudo.

– Sabe o que é, Manoela? - Ele começa, com um sorriso escancarado. Já sinto vergonha. - O Raphael e a Ellen são dois sem vergonha. Ele principalmente, porque fica de papo com minha irmã, mas não toma atitude de homem... enfim, eu me abstenho, você sabe como é.

– É, você faz bem em se abster, pode continuar assim - O tom apelativo de Manu me faz gargalhar. Ela também ri, mesmo que singela. Zé revira os olhos e me solta.

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⏰ Última atualização: Nov 24 ⏰

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Sem sentimento - Raphael Veiga.Onde histórias criam vida. Descubra agora