SEM SENTIMENTO; a química que há entre nós.
"Mas qual é a chance? Ela é irmã do Zé, nós nem nos conhecemos e eu saí de um relacionamento há uns meses. Sem chance alguma."
"Eu não vou quebrar a confiança dele."
"E, no fim das contas, eu quebrei sim...
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Sexta-feira, 19 de Agosto. Era o fim do meu dia e eu estava saindo da escola, tinha recebido alguns presentes dos meus alunos, e eles só sabem do meu aniversário porque me fizeram um questionário esses dias, depois das aulas voltarem. Ganhei flores, bombons e até mesmo uma caneca, sem falar nas cartinhas. Fiquei bem surpresa em receber todo esse carinho deles, mas muito, muito feliz. Porque esse era um claro sinal de que estava no caminho certo e fazendo algo que realmente era pra mim. Assim que estava saindo, a supervisora e a diretora me pararam pra dar os parabéns também. Tinha sido um ótimo dia.
– Que você cresça cada vez mais, viu? - Edilaine, aquele doce de diretora, disse. - continue sendo essa profissional dedicada e que tem um jeito único de lidar com os alunos.
– Com certeza - A supervisora concordou. - mantenha sempre essa boa postura misturada com doçura. Vai ir longe, menina.
– Vê se ela não parece um anjo? - Edilaine brincou, me fazendo rir.
– Muito obrigada mesmo - Falei com um sorriso de orelha a orelha. - vocês já são especiais pra mim em tão pouco tempo. É mais fácil conseguir superar a rotina tendo na escola duas profissionais tão excelentes quanto vocês duas são.
Me despedi das mulheres com um abraço e pedi meu Uber. Só tinha uma coisa que estava me incomodando. O Zé Rafael me ignorou o dia inteiro, não me deu nem parabéns. Eu recebi muitas mensagens, inclusive liguei para os meus pais e amigos lá de Carambeí.
Assim que o carro chegou, eu soltei um suspiro alto. Será mesmo que ele esqueceu? Tipo, ele nem visualizou meus stories, nem conversou com os nossos pais... sei lá! É sério que meu irmão não lembrou do meu aniversário?
O caminho passou pelos meus olhos sem eu nem notar, e quando tive noção, já estava em casa, abrindo a porta do meu apê e respirando fundo.
– Cara, não é possível, ele não esquece datas - Falei sozinha enquanto deixava minha bolsa na cadeira. - Não é o fim do mundo, mas né? Custava um parabéns?
Eu sabia que ele não estava em casa pois não cheguei ver seu carro no estacionamento, então falei sozinha mesmo.
– Agora vou é tomar um banho - Resmunguei, tirando a roupa rápido e indo pro chuveiro.
Fiquei um bom tempo, lavei o cabelo, tive um banho daqueles que tiram a caraca do ano inteiro. Devo ter ficado meia hora lá, ou até mais.
Quando fui pro meu quarto notei que Zé havia chegado porque pelo corredor dava pra ver a luz acesa, mas eu não queria conversar com ele, então fechei a porta e escolhi algo pra vestir. Se ele não vai comemorar comigo, então eu mesma vou sair sozinha.
