Nervosismo e apreensão se dividem em minha cabeça. Não faço ideia do motivo, mas acordei com uma sensação de peito carregado e até fiz uma oração pra ver se isso aliviava.
Eu posso estar numa má fase, mas essa sensação não é tão comum e na realidade, quase não a tenho. Chegamos em Curitiba há algumas horas e nesse momento, Abel coordena o time pelo campo do furacão.
Estou treinando pênalti há pelo menos quarenta minutos mesmo sabendo que esse não é meu problema. Já cansei dois goleiros, mas a minha mente se encontra acelerada demais pra parar. O último pênalti que eu cobro é tão forte que machuca o meu pé.– Puta merda - Solto um grunhido enquanto massageio o local.
– Tá bem aí, Veiga? - Lomba pergunta.
– Eu chutei com mal jeito, muita força... sei lá - Tentei explicar. - tá tudo bem. Só preciso alongar.
– Veiga - Abel chamou. - o que aconteceu?
– Chutei de mal jeito - Gritei de volta.
– Deus do céu!
O português veio correndo pra ver a situação.
– Vai ter que olhar com a equipe se aconteceu algo a mais ou é apenas momentâneo - Ele orientou.
– Já está melhorando - Falei me levantando.
– Graças a Deus - O homem disse, se tranquilizando por alguns segundos. - veja se consegue correr perfeitamente.
Obedeci o professor, fiz uma volta de corrida e o pé simplesmente estava bom.
– Ótimo, Veiga - Abel fez um joinha e voltou a orientar o resto do time.
Fui direto na assistência médica e o fisioterapeuta deu uma uma observada, disse que provavelmente foi mal jeito, mas que até o momento do jogo acreditava estar tudo bem.
Eu assenti e me sentei no banco ao lado do Endricki, que tinha chegado há um tempinho e já fazia um sucesso absurdo.– Qual é, Veiga? Tá de caô?
– Caô por que, moleque?
– Machucar em final? Aquieta esse rabo, vai nem treinar mais - O jeito que ele falou me fez dar uma risada sincera pela primeira vez no dia.
– Foi só um susto - Afirmei. - hoje tô sentindo que não vai dar bom pra mim.
– Vira essa boca de chulapa pra lá!
– Não tô brincando - Falei isso sorrindo, mas só meu coração sabia o quanto batia forte. - mas enfim, Deus nos abençoe nessa noite.
– Faltam exatas três horas e vinte minutos - Scarpa falou se aproximando.
– Tá perto - Endricki se levantou e foi pro campo em uma súbita, eu permaneci sentado e tentando pensar em algo de bom.
– O que foi?
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Sem sentimento - Raphael Veiga.
FanfictionSEM SENTIMENTO; a química que há entre nós. "Mas qual é a chance? Ela é irmã do Zé, nós nem nos conhecemos e eu saí de um relacionamento há uns meses. Sem chance alguma." "Eu não vou quebrar a confiança dele." "E, no fim das contas, eu quebrei sim...