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Era sim dia de beber até o cu fazer bico

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Era sim dia de beber até o cu fazer bico. E sabe por quê? Porque estávamos com uma semana e meia de folga. O próximo jogo seria contra o galo, no mineirão. Dia três de Agosto, mais especificamente. Então e eu e os caras temos uns diazinhos pra encher a cara... mas é óbvio que o Abel tá pedindo consciência.
Eu tô tendo consciência, viu? Bebi algumas latas de cerveja e me contentei em ficar estirado no divã da casa da minha mãe. Quer dizer, a chácara. Estamos no interior de São Paulo, ou melhor, estamos em Brotas. É um lugar bacana, turístico, onde tem bastante cachoeira e tem minha família por parte de pai. Esse fim de semana eu pedi a ele pra trazer um pessoal pra cá, então estamos bem aqui, na roça e aproveitando horrores.
Ao levantar minha cabeça, observei Scarpa dormindo no chão da varanda, do outro lado da casa, Piquerez brincava de vôlei com Danilo e Murilo, Weverton entretinha suas crianças, Dudu e Paula conversavam e na cozinha eu pude observar Zé conversar com Ellen, na verdade ele mais irritava do que conversava com ela, que segundos depois o deixou ali e saiu estressada.

– Eita, o que houve?

– Ah, oi Veiga - Ela cumprimentou. - nada não, é o enjoado do meu irmão mesmo. E você tá fazendo o que aí jogado?

– Eu tô tentando me recuperar da cachaça que eu tomei - Dei uma risada nervosa. - liga pro Zé não, ele é chato mesmo.

– Vish, tu bebeu demais? Cuidado pra não vomitar.

– Eu tomei quase um fardo daquela original - Confessei. - mas tô bem, preciso almoçar e dormir.

– Pior que Opala... puta que pariu - Dei risada de seu comentário. - passei la na cozinha agora e acho que tá quase pronta a comida.

– A dona Luiza tá fazendo o que de bom, hein? Você viu?

– Ah, acho que feijão tropeiro, sobrecoxa e molho branco... eu senti cheiro de suco de maracujá também.

– Caralho, mó fome que me deu agora.

– Vamos lá ver se falta muito - Ela deu a ideia e parou bem na minha frente.

– Tô com preguiça - Confessei, jogando o corpo pra trás novamente.

– Deixa disso, Veiga! - Ela exclamou, puxando minha mão. - vamos!

Suspirei.

– Vamos então, menina - Falei resmungando.

– Você fez parecer que tenho dezoito anos.

– Quase isso, né?

– Tenho vinte e dois.

– Hm... dezoito - Dei de ombros.

– Sai de um um enjoado pra outro - Não evitei sorrir do seu estresse.

Estávamos entrando na cozinha, e Luiza deu um sorrisão ao me ver... ou melhor, ao ver Ellen.

Sem sentimento - Raphael Veiga.Onde histórias criam vida. Descubra agora