VOTEM
Narradora Pov's— E abriu mão de tudo isso para sair da Prisão?— perguntou Mor, baixinho.
— Entreguei minha graciosidade, minha imortalidade perfeita. Eu sabia que depois que o fizesse... Sentiria dor. E arrependimento. Eu quereria e queimaria por querer. Eu... cairia. Mas estava... O tempo que fiquei trancafiada ali... Não me importava. Não sentira o vento no rosto, não cheirara a chuva... Nem mesmo me lembrava de qual era a sensação. Não me lembrava da luz do sol.
Foi para Visenya e Azriel que a atenção de Mor se voltou; a escuridão da Rainha dos Dragões e do encantador de sombras recuou e revelou olhos compreensivos. Trancafiada.
— Então, me aprisionei neste corpo. Enterrei minha graciosidade incandescente bem no fundo. Abri mão de tudo o que eu era. A porta da cela simplesmente... se abriu. Então, saí.
Uma graciosidade incandescente... que ainda queimava bem no fundo de Amren, visível apenas na fumaça dos olhos cinzentos.
— Esse será o custo de libertar o Entalhador — explicou Amren. — Precisarão prendê-lo a um corpo. Torná-lo... feérico. E duvido que ele concorde. Principalmente sem o Uróboro.
Ficaram em silêncio.
— Deviam ter me perguntado antes de ir — admoestou ela, com aquela rispidez de volta à voz. — Eu os teria poupado da visita.
Rhysand engoliu em seco.
— Você pode ser... libertada?
— Não por mim.
— O que aconteceria se o fosse?
Amren o encarou por um longo tempo. Depois, encarou a Feyre. Cassian. Azriel. Mor. Nestha. Finalmente, encarou a Grã-Senhora.
— Eu não me lembraria de você. Não me importaria com nenhum de vocês. Eu os destruiria ou abandonaria. O que sinto agora... seria estranho para mim, não teria força. Tudo o que sou, este corpo... deixaria de existir.
— O que você era? — sussurrou Nestha, dando a volta por Cassian para se colocar ao lado do general.
Amren brincou com um dos brincos de pérola negra.
— Uma mensageira... e soldado-assassina. De uma deusa vingativa que governava um mundo o mundo dos mortos, jovem.
— Seu nome era Amren? — perguntou Nestha.
— Não. — A fumaça espiralou nos olhos de Amren. — Não me lembro do nome que recebi. Usei Amren porque... É uma longa história.
— Oh.
Elain se sobressaltou Não faziam ideia que estava ali. Ela permaneceu perto das escadas. Ela cobriu a camisola com um xale de seda do azul mais pálido, os dedos se agarravam ao tecido, como Elain agarrava o próprio corpo. Feyre foi imediatamente até ela.
— Precisa de alguma coisa?
— Não. Eu... eu estava dormindo, mas ouvi... — Ela sacudiu a cabeça.
Piscou para roupas formais da irmã, para a coroa preta sobre sua cabeça, e a de Rhysand e Visenya. — Não ouvi vocês.
Visenya avançou um passo. Falou com Elain:
— Mas ouviu outra coisa.
Elain parecia prestes a assentir, mas apenas recuou.
— Acho que estava sonhando — murmurou ela. — Acho que estou sempre sonhando ultimamente.
— Vou buscar leite quente para você — falou Feyre colocando a mão no cotovelo de Elain para levá-la até a sala de estar. Mas Elain se desvencilhou, voltando para as escadas. Ela disse, ao subir os primeiros degraus:
— Eu consigo ouvi-la... chorando.
— Quem? — perguntou Feyre
— Todos acham que ela está morta. — Elain continuou andando. — Mas não está. Apenas... diferente. Transformada. Como eu fui.
— Quem? — Feyre insistiu.
Mas Elain continuou subindo as escadas, aquele xale caindo pelas costas. Nestha saiu do lado de Cassian para se aproximar.
— O que você viu? — exigiu Visenya.
Elain parou no meio das escadas. Devagar, ela se virou para encarar Visenya.
— Eu vi mãos jovens se enrugarem com a idade. Vi uma caixa de pedra preta. Vi uma pena de fogo cair na neve e derretê-la.
Louca. Elain podia muito bem estar louca...
— Estava com raiva — disse Elain baixinho. — Estava com muita, muita raiva por algo ter sido levado. Então, levou algo como punição.
Não disseram nada. Não sabia o que dizer. o que sequer perguntar ou indagar. Se o Caldeirão fizera algo a ela também...
Feyre encarou Visenya, expondo as palmas das mãos para ela.
— O que isso quer dizer?
Os olhos vermelhos escarlate de Visenya se agitaram enquanto ela estudava sua irmã, o corpo magro demais. E, sem dizer uma palavra, a Grã-Senhora atravessou em uma fumaça roxa. Mor olhou o espaço onde ela estivera durante muito tempo depois de Visenya partir.
VOTEM
Continua...
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CORTE DE FOGO E SANGUE
Fanfic- Nosso destino é governar sobre todos os outros e eu estou aqui para restaurar esse poder... De joelhos perante mim, e juntem-se ao deleite de minha grande conquista! Visenya Reino Negro Grã-Sen...