Blood Mind | Black Clover

Rob

A reunião dos líderes dos esquadrões estava para começar. O Rei Mago, Julius, estava atrasado como sempre e os comandantes trocavam farpas enquanto esperavam. Charlotte estava farta de ter sua atenção voltada para Yami e, para sua sorte — ou azar — ela vê uma faca ser lançada em sua direção, cravando na madeira bem em sua frente. Os capitães finalmente fazem silêncio, olhando para o objeto afiado na frente da líder das Rosas Azuis, que mantinha a expressão serena.

— Você não poderia esperar a reunião acabar para me dar o recado? — a loira perguntou, desamarrando o papel da adaga que tinha uma borboleta entalhada na madeira — Se te punirem por estar aqui, eu não irei impedir. — Ela olha para cima, vendo sua irmã adotiva de cabeça para baixo, presa ao teto por magia.

Todos ali presentes fazem o mesmo, um tanto incomodados de como a garota havia entrado sem ser notada.

— Era urgente. — a moça de pele alva, cabelos longos, loiros escuros e olhos negros respondeu — Sol me pediu para te entregar o quanto antes, maninha. — ela deu um pequeno sorriso por trás da máscara ao proferir a última palavra.

— Me chame de capitã, Rob. — Charlotte suspirou, lendo o conteúdo da carta — Realmente, partirei ao fim da reunião. — seus olhos mostravam um pouco de preocupação, voltando a olhar para a mulher presa ao teto — E você me aguarde do lado de fora, eu ainda vou resolver aquele assunto com você.

Rob passou os olhos pelos líderes de esquadrões, pois sabia que seria redesignada para um deles. Mas qual? Não importava, sua irmã dizia que era um caso perdido e que não iria mais mantê-la em seu esquadrão. Desfez a magia que a segurava e caiu de pé no chão, com a sutileza de um gato.

Simplesmente deu as costas e saiu, os deixando como antes, mas com um pequeno toque de curiosidade.

— Problemas familiares? — Yami se virou para ela, a fazendo corar.

— Acho que pode se dizer que sim. — a mulher franziu o cenho, um pouco frustrada com toda a situação.

Julius havia finalmente chegado e a reunião foi iniciada, não sendo muito longa. No fim, um a um foram levantando até Charlotte se virar para outro capitão, o chamando.

— Eu preciso conversar com você... — ela engoliu seco, encarando Jack, o Estripador — Serei breve, eu prometo.

Jack não tirou seu sorriso maldoso do rosto, acompanhando a outra capitã até uma varanda. Yami, sendo um curioso, ficou um pouco atento a conversa enquanto fumava seu cigarro.

— Você conheceu minha irmã, a Rob. — ela começou, olhando para a garota que estava no jardim, obervando as borboletas — Ela é usuária de magia de sangue, tem um dom nato para execução e eu não consigo mais lidar com ela. — apertou os punhos.

— E você acha que ela se dará melhor no meu esquadrão? — seu sorriso aumentou ao ver Rob os notar, olhando para cima — Acho que ela será bem útil.

— Cuide da minha irmã, agora ela é sua. — a mulher virou as costas, voltando para dentro.

— Não vai nem se despedir dela? — seu tom irônico irritou a outra.

— E você se importa com isso? — perguntou sem se virar para ele.

— De modo algum. — passou a língua pelos lábios — Mas ela sim, eu suponho.

Charlotte se pôs apenas a suspirar e chamar outro soldado de seu esquadrão, que abriu um portal para que voltassem para a base das Rosas Azuis. Neste tempo, Yami se aproximou de Jack com um sorrisinho no rosto.

— Que presentão, hein. — debochou, fitando a garota que não tinha mais nenhuma atenção neles alguns andares abaixo — Eu teria aceitado também.

— Claro, seu esquadrão só tem maluco. — Jack soltou um pequeno riso — Acho que é hora de levar meu presente para casa. — o estripador desceu calmamente as escadas, parando alguns passos atrás da garota, que apenas o encarou por um tempo. Jack era um homem alto, mas Rob não ficava muito atrás.

— Então você é meu novo capitão? — a garota o olhava de forma estranha, se perguntando o motivo dele usar poucas roupas.

— De fato. — seu sorriso cresceu — Você deve me conhecer.

— Jack, o Estripador. — a expressão neutra da garota não mudava — Não me surpreende ter aceitado a proposta da minha irmã.

— Considere que será mais benéfico para você do que para mim. — seu tom irônico a irritou um pouco — Vamos, ainda tenho que te apresentar para os outros.

A garota não questionou mais, entrando em um dos portais da capital e indo até a base dos Louva-a-Deus Verdes. Era diferente, mas ela sentiu que podia se adaptar a nova vida.