Já faziam muito mais do que vinte e quatro horas desde que o grupo que havia saído para afastar aquela infestação de zumbis tinha ido, e agora não davam mais pistas de sua existência. Nem Sasha, nem Abraham e nem Daryl forneciam algum sinal de que estavam vivos e isso preocupava genuinamente Esme.
Nesse meio tempo, os que ficaram na comunidade foram atacados por uma dúzia de malucos e alguns alexandrinos haviam morrido durante o ato. Esme não foi vítima desse infortúnio, felizmente, tendo estado escondida em um lugar seguro até tudo acabar.
Além disso, os mesmos malucos tinham um caminhão, qual bateu nos muros e agora a torre da igreja estava cedendo, pronta para desabar para dentro - ou pior, por cima - dos muros a qualquer momento. Rick estava sobrecarregado com as cobranças para que algo fosse feito, não só a respeito de todos esses problemas, mas também sobre aquelas boas centenas de zumbis lá fora, cercando a comunidade.
Porque como tudo que é ruim sempre pode piorar, quando aquele maldito caminhão bateu no muro, o motorista morto ficou um bom tempo debruçado sobre o volante, e o peso do cadáver pressionou a buzina. Essa foi a receita que trouxe metade da multidão de zumbis, que Rick planejou guiar para quilômetros de distância na direção contrária, direto para Alexandria.
Impedidos de sair, todos os suprimentos como comida e medicamentos estavam por tempo indeterminado sendo racionados para que pudessem dar conta de todas as pessoas por mais tempo até que as dificuldades fossem superadas.
Rosita estava ensinando alguns moradores a manejar facões desde então, para ocupá-los com algo útil como a autodefesa. Se ela estivesse ensinando a manusear armas de fogo, Esme teria participado. Além disso, depois da morte de Pete, estavam sem médico e acharam justo colocar uma psiquiatra medrosa no lugar. Denise era inexperiente e não fazia nada sem consultar os livros de medicina antes. Isso não era ruim, mas tornava o trabalho dela lento, e isso sim poderia se tornar prejudicial e até causar a morte de alguém.
Posto isso, Esme se propôs a ser voluntária na casa que funcionava como enfermaria. Como tinha dito ao grupo de Rick, e isso surpreendentemente era verdade, a mãe dela tinha sido médica e usado isso pelo grupo com qual estiveram. Esme a viu em ação mais de uma vez, mesmo com escassez de recursos médicos, além das ocasiões em que Esme precisou ajudá-la, o que dava à ela a experiência e calma que Denise não tinha para realizar o serviço.
Esme decidiu que estudaria com Denise, para se certificar de que as duas entendiam a mesma coisa e que Denise estaria evoluindo. Tara passou algumas vezes na enfermaria para verificar como as duas estavam indo e até encorajar Denise, Esme observava as duas silenciosamente, se fingindo ser invisível para incentivar a interação entre as duas. Porque convivendo mais com Denise, Esme estava começando a perceber como Tara tinha influência sobre ela e vice-versa, então, toda a privacidade era um bom incentivo. Um mundo em ruínas como aquele certamente precisava de mais daquilo que elas pareciam ter.
Sem pacientes, elas tinham a garantia de algum tempo livre para estudar mais. Denise tinha elaborado um tipo de mapa mental com as coisas essenciais e o usava como guia para encontrar soluções mais rápido, até que aprendesse a fazer sem espiar em sua "cola". Esme não se opôs, de qualquer forma era um jeito de aprender, e se fazia Denise se sentir mais segura em sua atuação, era ótimo.
O homem que carregava um bastão para todo lado entrou na enfermaria, pensava ter ouvido que o nome dele era Morgan, e ele estava saindo com Denise quando Esme voltou do banheiro. Eles nem mesmo a viram. Se perguntou se poderia ter acontecido algum acidente, mas então por que a pessoa ferida não veio até a enfermaria? Passou alguns minutos encarando através da porta aberta, tentando ver aonde eles iam. Viu Carol se esgueirando pela rua enquanto os seguia, com a mesma curiosidade de Esme. Sabia que se perguntasse para Carol, assim que chegasse em casa, passariam as próximas horas falando sobre aquilo em detalhes. Então não estava mais preocupada: saberia de um jeito ou de outro.
Mas ainda estaria presa na enfermaria. Não poderia deixá-la sem ninguém. Caso alguém aparecesse ferido, alguém precisaria estar lá para atender. E assim, Esme ficou alheia a tudo que estava acontecendo lá fora, enquanto lia mais alguns capítulos de um dos livros de medicina que tinham ali.
Foi quando um estrondo irrompeu lá fora, chamando a atenção de Esme para longe do livro e do café que tomava. Se levantou do chão onde estava sentada, correndo para a porta para tentar ter alguma visão do que estava acontecendo. Passou algum tempo olhando ao redor, pelas ruas, pelas casas e além, até perceber a ausência da torre da igreja na paisagem: finalmente ela tinha decidido ceder por completo, derrubando a parte do muro localizada sob ela.
─ Puta merda. ─ praguejou, seus olhos arregalados em total choque.
Uma horda de zumbis começou a invadir a comunidade, atraídos pela oportunidade e pelo som do desabamento. Quando começaram a inundar as ruas, Esme desistiu da idéia de sair e lutar. Nem mesmo quem já estava na rua o fez, todos correram. Alguns desses, correram para a enfermaria, o primeiro lugar seguro que viram, como Heath, Aaron e Spencer. Esme bateu a porta e a trancou enquanto os outros começavam a fechar as cortinas.
Grunhidos vinham de todas as direções, não queria nem imaginar como estavam as ruas. Era a única deles que não se atrevia a espiar pelas cortinas fechadas: Tantos zumbis lhe traziam lembranças. Lembranças ruins. Não precisava olhar para eles, só esperar que passassem.
...
Anoiteceu, e os zumbis ainda faziam turismo, explorando e se espalhando como se Alexandria fosse deles. Heath destrancou a porta, e a trancou tão rapidamente quanto a abriu, dando apenas tempo de Denise entrar. Esme ficou surpresa, de forma positiva, por ver que ela ainda estava viva. As perguntas ficariam para depois.
Os três bisbilhoteiros se juntaram novamente para espiar pela janela, Denise decidiu participar. Então Esme ouviu os murmúrios.
─ É o garoto! Ele foi mordido? ─ Alguém perguntou, eles se entreolhavam.
─ Preciso de bandagens, prateleira de cima perto da pia. ─ Denise começou, Esme saltou de cima da pia onde tinha se sentado, se colocando de pé para pegar as bandagens. Spencer e Heath se espalharam para reunir as outras coisas: ─ Dois soros, na geladeira. Peguem todas as toalhas limpas que acharem, e Aaron, pega a maca.
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Way Down We Go [TWD]
Fiksi Penggemar☆ oh, pαı, me dıgα, nós tıvemos o que merecemos? oh, nós tıvemos o que merecemos... e lαdeırα α bαıxo, nós vαmos.