22. the hanged man.

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A sala de estar da antiga casa de Deanna em Alexandria tinha apenas as luzes baixas acesas, quase criando uma atmosfera aconchegante, se não fosse pelo peso do assunto que era sussurrado entre Michonne, Carl, Aaron, Rosita e outros alexandrinos ao redor da mesinha de centro.

Sobre ela, as armas roubadas por Esme estavam a disposição, junto com um mapa do Santuário que Carl, sentado sobre seus tornozelos ao lado da mesinha, reajustava com o giz de cera vermelho toda vez que se lembrava de um novo detalhe.

Michonne assumiu a discussão, apontando para uma entrada do Santuário no mapa com determinação.

— Eles ainda são muitos mais do que nós, então nossa melhor chance ainda seria atacá-los a noite: a guarda é reduzida, eles são pegos de surpresa. — ela sugeriu convicta. — Não é nenhuma garantia, mas é nossa melhor chance.

Carl observou as armas com um brilho no olhar, tentando esconder sua ansiedade, qual Aaron compartilhava, cheio de expectativa sobre agir e, ao mesmo tempo, reflexivo. De braços cruzados, manteve os olhos atentos, a hesitação germinando em sua cabeça.

— E se isso der errado? — Aaron questionou, quase baixo demais para o restante ouvir. — Eles vão retaliar. Hilltop e o Reino não estão prontos para isso, nem nós. — enfatizou ele, a voz tensa de preocupação.

Rosita, impaciente, saiu de sua posição no canto da sala de estar com as costas inclinadas contra a parede, dando um passo ou dois para mais perto da mesa de centro, os braços se mantiveram cruzados sob o peito.

— E se continuarmos esperando, Aaron? — ela disse áspera, mas todos conseguiam entender que não era nada pessoal contra Aaron: Rosita estava assim desde que Negan e os Salvadores dele começaram aquela ditadura em Alexandria. — Quantas pessoas mais vão morrer enquanto Rick tenta 'fazer a coisa certa'? Estamos quase passando fome, tem pessoas sem cama pra dormir,... Até quando? Isso não vai melhorar, se não fizermos alguma coisa.

Por um momento, todos na sala de estar caíram em um silêncio tenso, absorvendo as palavras de Rosita e sentindo o peso delas.

Michonne hesitou brevemente, mas ainda retomou as rédeas da reunião, seus olhar percorrendo os rostos na sala de Deanna.

— Isso não é sobre o Rick: É sobre proteger as pessoas que amamos e esse lugar, mesmo que ele não veja agora. — ela afirmou, não contrariando as palavras de Rosita. — Se não fizermos nada, Negan não vai parar, não enquanto ainda restar algo para destruir.

— Eu não vou ficar sentado esperando enquanto Negan nos massacra. — Carl disse decidido, erguendo o olhar sob o chapéu de xerife para encarar as pessoas reunidas no cômodo. — Temos que agir o quanto antes, isso tem que acabar.

Aaron suspirou silenciosamente, finalmente cedendo a idéia de fazer justiça do jeito de seus amigos. O que eles diziam tinha sentido, embora ainda precisasse de planejamento.

— Se vamos fazer isso — ele disse em um tom ameno —, temos que ser rápidos e discretos. Sem erros.

Ninguém ouviu a porta da frente abrindo, só se deram conta da presença de Rick quando a voz baixa e cheia de autoridade encheu a sala, silenciando a todos e fazendo os olhares se voltarem para a expressão traída no rosto do xerife.

— O que vocês estão fazendo?

Todos congelaram, surpresos e de certa forma culpados. O clima ficou mais pesado, com olhares trocados entre eles enquanto Rick mantinha as mãos nos quadris, esperando algum tipo de esclarecimento.

Rosita resmungou algo inaudível, enquanto Carl parecia frustrado de repente. Michonne foi a primeira a se recompor, cruzando os braços em uma postura defensiva.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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