Capítulo 16

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Aquiles – pov

Quando estou guardando minhas chuteiras na bolsa para ir pro jogo, vejo uma mensagem de Ellen. Hoje é o amistoso contra o nono ano.

Ellen

- Eu vou te ver jogar hoje, tá?

Por algum motivo, sorrio ao ver aquela mensagem e respondo rapidamente.

                                    Blz, Maria bonita, te vejo lá –

Chego na quadra de bicicleta e vejo o meu time do oitavo ano e o time do nono ano, quem vamos jogar contra.

- Fala, Chico – Julio me estende a mão para que eu bata nela, e eu faço.

- E aí, Julio.

Coloco minha bicicleta encostada na parede e entro para dentro da quadra, me sentando no chão e abrindo minha bolsa, tiro as chuteiras e começo a calça-las.

- E aí, seboso – Pietro, que vai jogar no nosso time para completar, me cumprimenta.

- Seboso é tu, cabinha.

Henrique chega e coloca a bicicleta na parede, ao lado da minha.

- Valeu, Ellen – Os meninos geralmente brincam comigo, me chamando de Ellen por conta que estou tendo alguma coisa com ela.

- Te cala, Cigano.

- Vicente vai se atrasar – Ele diz.

- Esse cachorro, porque? – Termino de amarrar o cadarço de um dos tênis e passo para o outro.

- Tá enchendo o pneu da bicicleta agora.

Assinto com a cabeça.

- E o Natan? Ele vai agarrar pra nois, né? – Amarro o último cadarço e levanto.

- Vem – Ele vira a cabeça para a porta da quadra – Lá está ele.

Natan vem, também de bicicleta, entrando na quadra.

O jogo começa. Pietro dribla alguns jogadores do time adversário, passando a bola para Henrique, que estava mais a frente. A bola é tomada pelo outro jogador do outro time, que rapidamente começa a ser perseguido por mim, que corro para cima dele para tentar tomar a bola dele. Bola pra fora, é deles. Nesse momento, vejo Ellen, com os cabelos lisos, o sorriso de criança encapetada dela estampado no rosto, uma blusa verde clara e um short jeans,  acompanhada de Melina, prima dela. Me distraio por alguns momentos e depois retorno ao jogo.

Fim do primeiro tempo, 2x1, dois para eles e um para nós, gol do Cigano.

Me aproximo das "arquibancadas" (que não parecem arquibancadas), de onde minhas coisas estão, que coincidentemente, é onde Ellen e algumas das meninas estão.

- Valeu, Aquiles – Lina grita, quando eu pego a garrafa do lado de Ellen e bebo um gole.

- E aí, Maria bonita? – Dou um leve sorriso pra ela.

- E aí, Chico? – Ela sorri de volta.

- Tá tirando foto minha? – Dou mais um gole.

- Estou, só não garanto que tenham ficado muito boas – Ela está com a câmera do celular aberta, o que indica que ela realmente está tirando fotos.

- Bora! – Cigano grita – Deixa de namorar aí, Chico, voltar ao jogo.

Fecho a garrafa e coloco em pé, do lado de Ellen, junto com minha bolsa.

- Vou fazer um gol pra você – Ela sorri e assente com a cabeça.

E eu fiz. Pietro dribla o camisa sete, toca para Vicente, que perde a bola para o camisa quinze do time adversário, que chuta pro gol, mas que é muito bem defendido por Natan. Natan joga a bola para Henrique, que toca pra mim e eu chuto pro gol, com muita sorte, o goleiro deles é baixo e não conseguiu defender. Caminho de volta para nossa área e escuto alguns gritos de onde as meninas estão, olho para Ellen, aponto e faço um coração com as mãos. E meu sorriso aumenta por achar engraçado quando ouço o grito de Cecília extremamente alto e emocionado.

Nossos Finais (nem sempre) FelizesOnde histórias criam vida. Descubra agora