Capítulo 21

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  A semana foi entediante, não fiz absolutamente nada além de conversar com o povo no celular e passar o dia no tiktok. Hoje, sábado, é o aniversário de Violeta. Por sorte, eu não estou no meu buraco  e estou na cidade. Tiro algumas roupas do meu guarda roupa, a procura de alguma que eu vá usar. Faço a maior bagunça no meu quarto, e finalmente acho um short de alfaiataria branco e uma blusa rosa. Pego um salto baixo branco para usar, e começo a me arrumar. A primeira ideia, era fazer um aniversário surpresa para a Violeta, só que acabou que a mãe dela decidiu fazer com ela sabendo. Então, estragou um pouco da nossa surpresa. Mas tudo bem. Começa a me maquiar, Tenho que estar pronta às 19h.

Quando chego na casa de Violeta, percebo que fui a primeira chegar.

- Oi, meu amor! Parabéns, linda – Corro e abraço Violeta.

- Oi, princesa! – Ela me abraça.

Violeta é muito alta, tipo, muito mesmo. Eu fico da altura dos peitos dela, quase nos ombros. Entro o meu presente que comprei pra ela e ela agradece e leva-o para dentro.

Entro mais um pouco na casa e vejo uma mesa de madeira repleta de salgados de festa e refrigerantes. Sento no banco também de madeira da mesa e espero mais um tempo até o resto chegar.

Aquiles – pov

Essa merda de bicicleta. Minha bicicleta resolveu furar o pneu no caminho pra casa de Violeta.

– Oh nego sortudo, menino – Pietro fala, andando junto comigo e Kira.

– Te lascar, Pietro.

– Azar do cão, Chico – Henrique fala, empurrando a bicicleta pra ir andando com a gente.

- Pelo menos o pneu furou quando a gente já estava perto da casa da Violeta – Kira diz.

- Graças a Deus, se não eu nem ia – Respondo

- Deixa de mentira – Henrique vira a bicicleta na esquina – Você vinha só pra ver a Ellen.

- É verdade – Pietro concorda.

-  Homi, fiquem calados – Eu rebato.

Era verdade, eu com certeza viria andando só pra ver ela, e claro, pra comer as custas de Violeta.

- E a Lina, Pietro? – Pergunto, pra provoca-lo.

- E o que tem ela? – Ele responde, fingindo de sonso.

- Não sei – Dou de ombros – Quem tava querendo ela era você.

- E é, Pietro? – Kira abre um sorriso.

- Chico azilado, homi – Pietro solta um estalo com a língua.

Solto uma risada.

- E ela quer? – Kira pergunta.

- Vou desenrolar hoje com ela – Respondo.

- Vai estragar minha imagem de bandido – Pietro fala, sendo irônico.

- Te cala, Pietro.

Henrique encosta a bicicleta na garagem da casa de Violeta. Chegamos, subimos para a sacada da casa e vejo Violeta e Ellen sentadas nos bancos de madeira, em uma mesa repleta de salgados de festa e refrigerante.

- Parabéns, sebosa, tá ficando velha – Eu digo a Violeta e entrego meu presente.

- Valeu, seboso.

Kira, Henrique e Pietro cumprimentam Violeta e se sentam na mesa. Ouço barulhos de latido lá de dentro. E vejo uma criaturinha, de pelos brancos, uns 30 centímetros de altura e um rosnado de um urso feroz. Ele começa a latir para mim, que lato de volta. O afrontando, quem ele pensa que é? Esse bichinho pequeno nem mostra a sua verdadeira face, um demônio feroz.

- O que tu tá fazendo, Aquiles? – Violeta me pergunta, com os braços cruzados.

Estou ocupado demais nessa luta para respondê-la. Quanto mais ele late e vem pra cima de mim, mais eu imito seu latido e afronto-o. Até que Violeta pega ele no colo e vem atrás mim, eu corro, para me livrar desta briga em que eu provavelmente vou perder. Estufo o peito, ainda afrontando e andando para trás. Violeta chega mais perto com ele no colo e eu pego uma das cadeiras de metal na mesa para me defender. Mas não dura muito pouco e ele continua latindo alto e feroz. Coloco a cadeira no chão e corro o máximo, bato minhas costas na beira da sacada. Arrasto até a parede e me rendo, sento no chão cobrindo meu rosto com os braços e tentando empurra-lo para longe. Seu latido feroz de poddle me faz arrepiar de medo. Ele parece ser inofensivo mas ninguém imagina o quanto ele pode ser perigoso.

- Pela amor de Deus, Aquiles – Violeta fala – É o Theo, um poddle.

- Isso é um demôniozinho, Violeta! – Eu grito, Violeta afasta Theo de perto de mim e vai até o quarto dela para colocar ele lá dentro.

- Que isso, Aquiles? – Ellen vem até mim, cruzando os braços.

- Essa criatura não é de Deus não, homi – Eu respondo, indo pra perto dela.

Ela solta um riso.

- Jesus, Chico – Ela senta na cadeira e eu sento ao lado dela.

Ficamos ali até o resto chegar e começar a bagunça de hoje.

Nossos Finais (nem sempre) FelizesOnde histórias criam vida. Descubra agora