Capítulo 35

28 2 8
                                    

- Gente, não – Começo a gargalhar.

A cena não poderia ser mais engraçada, Thaís e Guilherme, namorado dela, estão quase se engolindo em uma parte da mesa, e na outra cadeira, Pietro está tentando ignorar a cena, olhando algumas vezes e voltando o olhar para o celular. Tampando uma parte do rosto de desconforto.

- Pietro, doido – Naomi gargalha mais alto que eu.

Pietro olha pra gente e tampa o rosto, depois olha pra gente novamente.

- Socorro – Ele verbaliza com a boca.

Eu aponto a câmera do celular pra registrar essa cena, filmando Pietro olhando pros lados, para o casal, pro celular e depois tampando a vista de novo. Olho pra onde estamos, mais afastados deles, Lina está lacrimejando de tanto rir.

- Alguém tira o coitado dali – Aquiles diz.

Lentamente, ele coloca o dedo mindinho na minha coxa, subindo e fazendo-me sentir o calor de sua mão por completo por cima da minha coxa.

Quando finalmente Guilherme e Thaís param de se comer na mesa, Pietro abre um sorriso constrangido e Thaís revira os olhos e Guilherme começa a rir.

- Que isso, doido?

Soltamos as gargalhadas altas que pareciam estar estaladas na nossa garganta.

- Ridículos – Thaís respira fundo.

Ficamos um bom tempo na nossa resenha de sempre, que sinto minhas bochechas doloridas depois de tanto rir. Estamos andando até a pracinha perto do restaurante.

- Viemos pra ficar de vela – Bia diz.

- Ei, real – Lina enrosca o braço no de Bia.

- Calem a boca – Sorrio.

- Volte com Pietro, Lina – Aquiles fala rápido, soltando uma risadinha depois.

- Deus me livre, tá repreendido.

- Eu não deixo não, meu filho – Bia responde.

- Eita meu Deus – Aquiles cruza os braços.

- Deixe eu quieta, Aquiles – Lina diz.

- Tá certo, homi – Ele olha pra baixo – Ei, me espera ai Ellen.

Ele agacha e começa a amarrar o cadarço do tênis dele, as meninas e o outro casalzinho anda mais pra frente, deixando-nos pra trás.

Aquiles levanta devagar, ajeita a camisa, olha pra direção onde o resto está andando, bastante longe da gente, na verdade.

- Vem cá – Ele me puxa pela cintura e me arrasta pra um vão entre as paredes das casas, escuro e frio.

Minhas costas batem na parede e minhas mãos pousam em seu peitoral.

Ele pega um nicho pequeno que estava no chão e sobe em cima, ficando maior que eu.

- Você tem alguma coisa em ser maior que eu, né? – Digo, mordendo o lábio inferior.

- É que é melhor pra te beijar – Aquiles sorri de canto.

Maldito sorriso.

- E é assim? – Sorrio.

- Ah, é – Ele lambe os lábios e se aproxima mais nossos rostos.

Sua mão apertando minha cintura e as nossas respirações misturadas me fazem perder a consciência. Ele começa a me provocar, mexendo nossos narizes em movimentos que me fazer querer impulsionar minha cabeça pra frente e beija-lo, acabando com essa tensão inexplicável. Ele parece estar se divertindo com isso, vendo minha respiração ficar mais ofegante e minhas mãos envolvendo sua nuca, desesperada para tentar puxar seu rosto para perto do meu e colar nossos lábios. Aquiles beija o canto da minha boca, me fazendo soltar um suspiro de frustração por não ser exatamente onde eu gostaria. Desce os beijos para meu pescoço, continuando a despejar beijos em toda a extensão. Cravo minhas unhas em seu pescoço e enrosco-a em seu cabelo, dando leves puxões. Ele sobe o rosto e sorri. Puxo seu pescoço e aproximo nossos rostos em uma tentativa falha de colar nossos lábios.

- Tá desesperada, Princesa? – Ele olha em meus olhos.

Filho da puta.

- Cala a boca.

Fecho os olhos e respiro fundo. Aquiles levanta uma de suas mãos que estavam pressionando minha cintura para a minha nuca, ajeitando alguns de meus fios de cabelo e enroscando seus dedos neles.

- Quer que eu cale como? – Ele sussura em meu ouvido.

- Assim.

Assim que respondo, puxo seu rosto e colo meus lábios no dele. Enrosco nossas línguas. Puxo-o cada vez para mais perto, como se não quisesse que ele fosse embora. E de repente tudo fica em silêncio, ao carros parecem não tem som, o resto do pessoal procurando por nós, que nesse momento, não sou capaz de ouvi-los. Deslizo minha mão para debaixo de sua camisa e arranho todo seu peitoral e abdômen. Sinto sua pele quente na palma de minhas mãos, sinto cada toque em nossas línguas. Sinto tudo. Quando estou com ele, parece que todo o resto do mundo se desliga, e ficamos só nós. Aqui. A sós. No nosso mundinho.

Nossos Finais (nem sempre) FelizesOnde histórias criam vida. Descubra agora