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Estamos sentados na mesa de jantar da casa de Pablo, seus pais cozinhavam juntos enquanto conversávamos com sua irmã, tomávamos vinho seco. Pablo parecia nervoso por algo dar errado.

- Como se conheceram? - o questionamento vem de Aurora, sua irmã.

- Eu também quero saber. - Sua mãe se apoia na banca da cozinha, que estava próxima de nós.

- Em uma festa. - No CT do Barcelona

Nossas falas as confundem.

- Nos conhecemos em uma festa no CT. - digo.

- Entendi... - Aurora parece não acreditar.

- O jantar está pronto. - seus pais chegam.

Todos se sentaram na mesa, como uma família unida.

- Você já era uma fã de Pablo? - a mãe do mesmo pergunta. - Sempre achei que ele acabaria namorando uma.

- Ah ela era minha fã! Daquelas loucas, sabe? - piso em seu pé o repreendendo. - aí!

- O conhecia pelos jogos, mas não era uma fã louca.

- Entendi. - a mãe dele responde.

- E vocês já... - a pergunta de seu pai me assusta.

- O que? Não! - respondo rápido com cara de nojo.

- Não se faz uma pergunta dessa. - a mãe de Pablo o repreende.

- Eu preciso mostrar uma coisa a ela, licença. - Pablo me puxa da mesa.

Ele me puxa até um corredor vazio.

- Qual é, Isabela! Se esforça pelo menos! - sua cara demostrava seu desespero.

- Desculpa, mas eu não mentiria que transamos para seu pai, é falta de educação! Já pensou se ele imagina isso? - debochava de toda a situação.

- Você já foi em um jantar com sogros? - ele debocha de mim.

- Vários! - minto.

- Ótimo, então sabe fazer isso! Para de graça e me ajuda, se não, tchau tchau Barcelona. - sinto ódio desse menino.

- Ok.

Sentamos de volta a mesa, agi normalmente, como se eu amasse esse cara babaca, como ele pode me chantagear assim? Pois isso não vai ficar assim.
Comemos e conversamos por horas com seus pais, riamos felizes, mas por dentro queria mata-lo.

- Eu preciso levá-la em casa. - Pablo diz para todos.

- Esta tarde, ela pode dormir aqui. - o pai de Pablo diz.

- É, sair essa hora é arriscado. - Sua mãe concorda.

- Vocês estão no quarto de hóspedes. - Pablo retruca.

- Para Pablo, não é como se não soubermos que vocês dormem juntos.

A fala de minha "sogra" me faz prender a risada, estávamos sem saída, se queríamos manter a mentira de pé, teríamos que dormir juntos.
Pablo parece aceitar a ideia de sua mãe, me olhando esperando a aprovação.

- Tudo bem. - digo cerrando o maxilar por não querer.

Continuamos conversando até decidirmos subir para os quartos. Assim que Pablo abre a porta, minha primeira visão é um quadro com sua camisa da seleção espanhola, o mesmo tranca sua porta enquanto estava vidrada naquele quadro.

- Aqui. - Acabo me assuntando com a fala.

Ele esticava uma camisa do Barcelona lilás, para que eu me vestisse, já que estava de vestido.

- Eu prefiro a preta. - digo para provocá-lo.

Logo a camiseta citada por mim é jogada em sua cama.

- Toma cuidado, é a minha favorita.

- Bom saber. - sorri perversamente.

Vou até o banheiro, me trocando, porém não vestindo nada além de sua camiseta e uma calcinha.
Quando volto para o quarto, o mesmo está só de bermuda em sua cama, o ar-condicionado está ligado, me causando frio.

Me deito ao seu lado, sem tocar nele enquanto seus olhos observavam todos os meus movimentos.

- Você só fica do seu lado. - Crio uma barreira no meio de sua cama com alguns travesseiros.

- É minha cama, os dois lados são meus. - ele se vira, ficando de frente para mim, apenas com a barreira de travesseiros entre nós.

- Não, esse é o meu lado. - Aponto para aonde estou deitada.

- Nem nos casamos e já está dividindo meus bens. - sua risada é fraca.

- Tirarei tudo que conseguir. - sorrio levemente.

- O que quer tomar de café da manhã? - sua pergunta faz parecer uma situação comum.

- Não vou tomar café aqui.

- Baicon com ovos? Tá bom. - Ele não liga para minha resposta.

- Boa noite, Pablo Gavira. - me viro de costas para ele.

- Boa noite, Isabela Santos. - o mesmo parece se virar.

CONTRACT - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora