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Pablo e eu conseguimos ter uma boa relação por semanas, tentando não implicar um com o outro, mas era inevitável em algumas situações.

Hoje teríamos um jantar com o time da seleção espanhola, parecia ser algo chique, já que ele alugou um terno, então tento me vestir a altura, colocando um vestido vermelho longo com um decote no peitoral e uma abertura na perna esquerda.

Me encontro com o mesmo já na porta do local onde tinham muitos fans, prefiro do vir com meu carro, já que o mesmo não queria esperar eu me arrumar.

- Você tinha que estar tão gostosa? - ele sussurra em meu ouvido enquanto meus olhos ardiam pelos flashs em nossos rostos.

- Guarde suas mentirinhas idiotas para quando puderem ouvir. - digo já estressada com aquelas luzes em meu rosto.

Ele me puxa até entrarmos, onde estava bem mais calmo do que o lado de fora.

- Não estou mentindo. - ele diz.

Entramos na sala de jantar, onde todos se ajeitavam para uma linda foto de família, incluindo familiares dos jogadores, é claro... Ana, a filha do técnico. Reviro os olhos levemente ao vê-la, sinto que não vou ter muita paciência para suas perguntas.

O jantar foi servido, carnes de todos os tipos acompanhadas de algumas massas. Apesar do banquete estar em cima da mesa, Ana salivava pelo rapaz ao meu lado, me fazendo perder a paciência a cada momento.

- Eu vou ao banheiro. - digo rápida a Pablo, me levantando da mesa.

O mesmo preocupado corre atrás de mim, onde entramos no banheiro.

- O que foi? Tá se sentido mal? - ele me encosta na pia.

- Não, só tá desconfortável os olhares presentes naquela mesa. - o olho em seus olhos.

- Relaxa, você está linda, por isso estão olhando. - sua mão sobe para meu rosto.

Nesses últimos dias percebi que Pablo começou a agir estranho comigo, como se quisesse estar nesse relacionamento. Seus carinhos antes demonstrados em público começaram a serem feitos quando estamos as sós, como se não precisasse de plateia.

Talvez isso seja apenas costume, talvez ele esqueça que não estamos em público.

- Tá tudo bem, Isa? - uma voz feminina me faz paralisar.

- Não me chame de Isa, você não me conhece. - me viro para ela.

- Me desculpa, eu só fiquei preocupada. - sua cara de inocência me dá raiva.

- Vamos, Pablo. - passo com ele por ela, em direção a porta.

- Sabe que ele só está te usando pra me mostrar e mostrar a si mesmo que consegue superar nossa noite, né? - ela provoca.

- Cala a boca. - falo.

- Que foi? Achou mesmo que ele te amaria? - sua risada ecoava pelo banheiro. - Ele não é desse tipo.

- Cala a boca, Ana. - Pablo se pronuncia.

- Você é só um fantoche, Isa! Tanto pelo vídeo, tanto por mim! Ele só está te usando para limpar a imagem dele.

É óbvio que não me afetei com sua fala, até porque eu sei que Pablo está me usando, assinei um contrato onde concordava com isso, mas Pablo realmente ainda sente algo por ela, ele evita brigas com ela e até discussões, por isso ela se aproveita disso.

- Inclusive, obrigada pela noite de ontem, Pablo. - ela pisca pra ele antes de passar por nos, saindo dali.

- Você... é um babaca! - olho em seus olhos pela última vez antes de sair dali, entrando em meu carro.

Como ele pode ser tão rígido comigo sobre as regras daquele maldito contrato e quebrá-las tão facilmente. Não pude usar outra camiseta de algum jogador mas o mesmo pode dormir com aquela vagabunda.

Meu celular não parava enquanto eu dirigia até minha casa, desliguei ele no meio do caminho, não querendo Pablo me perturbando.

E foi aí que eu percebi que talvez eu esteja me apaixonando por Pablo Gavira... ou talvez eu só já tenha me acostumado com seus roncos, ou com sua cantadas idiotas, ou até mesmo com seu cheiro...

CONTRACT - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora