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- O que foi? O que ela queria? - Pablo corta o silêncio.

- Lembra dos favores??? - dou um sorriso arteiro para o mesmo.

- Aí Deus...

- Meus pais estão vindo para cá.

- Por quanto tempo? - sua expressão já havia mudado.

- Geralmente eles ficam um mês.

- UM MÊS?

- Por favor! Se fizer isso, todos os favores estão pagos . - imploro com olhos arregalados.

- Tá bom. - o mesmo estende a mão para um aperto.

- Terá que colocar suas coisas em meu quarto. - aperto sua mão.

- Acho que vou preferir tacos para digerir isso.

Volto a fazer nosso jantar. Faço 4 tacos acompanhados de vinho, que com certeza é a melhor combinação depois de macarronada com vinho.

Fico o resto da noite com aquilo na cabeça, meus pais esperaram a vida inteira que eu encontrasse o amor da minha vida, alguém que eu realmente amasse, já eu vou apresentar a eles um amor de mentira, um relacionamento onde só existe interesses pessoais.

Isso é patético...

...

Logo após meu treino matinal, volto para casa para acordar Pablo e depois ir ao aeroporto. Estava nervosa e isso era nítido, não sei como eles vão reagir, meus pais me conhecem como ninguém, se eles descobrirem a verdade? Vão me julgar até a morte.

De longe vejo a imagem da minha família, apesar da correria, estava morrendo de saudade deles. Corro para abraça-los.

- Oii minha filha. - minha mãe deposita um beijo em minha testa.

- Estávamos com tanta saudade. - meu pai imita o ato de minha mãe.

- oii maninha. - meu irmão mais novo corre para me abraçar.

- Que bom que vieram. - junto todos em um abraço coletivo.

- Vamos, quero conhecer o corajoso que conseguiu conquistar esse coração frio. - meu pai brincava.

Riamos juntos, pegando as malas para colocar em meu carro.

A cada quilômetro rodado minha barriga borbulhava de nervosismo, espero muito que Pablo já tenha colocado suas coisas em meu quarto.

Entramos em casa em silêncio, mas logo vi a imagem de Gavi na minha cozinha, ao olhar para o lado vejo a mesa toda arrumada com um café da manhã lindo.

- Então você deve ser o Gabi? - meu pai pergunta.

- É Gavi, pai. - o corrijo

- Pode me chamar de Pablo. - ele estende a mão.

- Você que fez isso, Pablo? - minha mãe aponta para a mesa.

- Sim, pensei que estariam com fome . - ele da um sorriso sínico.

- Já ganhou pontos com a sogra. - minha mãe sempre foi muito "moderna".

- Sabe que não pode forçar muito sua perna. - digo.

- Parece estar melhorando. - ele responde.

- Amor, vamos ali rapidinho. - chamo atenção de Pablo.

O puxo até nos afastarmos de meus pais.

- O que tá fazendo? - pergunto em um tom de cochicho.

- Tentando ser um bom genro. - ele estica os braços.

- Lembre-se que isso tudo é mentira, quanto mais despercebida, melhor.

- Diferente de você, eu sei mentir muito bem. - ele me provoca.

- Só não precisa exagerar. - reviro os olhos.

- Filha! - ouço a voz da minha mãe.

Voltamos para a cozinha, Pablo ainda mancava e se apoiava nas muletas. Comemos tranquilos na mesa, e apesar de ter me saído bem com os pais de Pablo, o mesmo tirou de letra a conversa com os meus.

- ...sua filha é muito teimosa. - ele dizia algo com minha mãe.

- Sempre foi, você acredita que com 12 anos ela decidiu que se tornaria jogadora de vôlei, e cá estamos nós. - meu pai falava orgulhoso.

Os três conversavam sobre mim enquanto eu comia toda a sobremesa com meu irmão sem eles ao menos notarem. Gosto da sensação de estar em casa quando eles estão aqui.

CONTRACT - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora