23

2.7K 177 4
                                    


Os dias com minha família se passaram tão rápidos que já estamos no aeroporto de novo, dessa vez Pablo estava junto, sua perna já estava sem ferros e seu sorriso mais radiante.

Seu disfarce o ajudou a ter paz nesse momento, enquanto nos despedíamos de minha família, minha mãe me chama para conversar a sós.

- Filha, obrigada por esse tempo juntos, Pablo é um menino incrivel, mas... - sua fala se perde em seus pensamentos.

- Parece que não estão demonstrando o que realmente sentem um pelo outro.

O que ela quis dizer? Que não tô demonstrando o quanto não queria estar com ele?

- Você gosta dele.

Não, eu não gosto.

- Os olhos não mentem, minha filha.

Sua fala parece ecoar em minha cabeça enquanto voltávamos aos outros. Nos despedíamos e como sempre, lágrimas escorriam em meu rosto, odeio dizer adeus a eles, mas sei que são meu Porto Seguro e a qualquer momento posso voltar...

Eu não conseguia parar de chorar até entrarmos no carro, eu precisava me controlar já que eu vou dirigir. Respiro fundo, enxugando as lágrimas.

- Quer um abraço? - a voz de Pablo me faz lembrar que estava acompanhada.

- Não, você nunca viu isso. - ligo o carro.

- Não precisa fingir ser durona sempre. - sinto seu olhar queimar sobre mim.

- Você não me conhece. - tento não ser rude.

- Conheço o suficiente para saber o quão emotiva você é, mas tenta não ser. - ele faz eu desligar o carro para prestar atenção nele.

- Só isso não é o suficiente para me conhecer, sou muito mais que emoções.

- Eu sei, pode apostar. - seu rosto vira para a janela.

O caminho até minha casa foi tranquilo, Pablo não conversou comigo, mas sinto que tem algo incomodando ele.

Ele mudou desde a chegada de meus pais, como se tivesse percebido algo...

...

Chegou o dia mais feliz da vida de Pablo, o dia em que ele voltaria a frenquentar o CT.

Dei uma carona para ele, já que por enquanto, eu vou ser a motorista dele, até sua perna estar 100% ele está proibido de dirigir.

Quando meu treino acaba, venho para o banco de reservas, para assistir o de Pablo. O mesmo não faz muito esforço, apesar de estar na fisioterapia, o mesmo insiste em treinar com os outros.

- Ele é bom... - Pedri se senta ao meu lado.

- Sim. - o respondo.

- Ele fala muito sobre você. - me surpreendo com sua fala.

- O que ele fala? - curiosa.

- Ele diz que tá confuso, que gosta de você, mas parece que você não gosta dele.

- É que brigamos, todo namoro passa por isso.

Pedri concorda com minha fala, logo o nosso assunto chega, se sentando entre nós.

- Eai. - Pablo suava.

Percebo que o mesmo não me beija, como se não precisasse mentir naquele momento.

Ignorei meus pensamentos até chegarmos em minha casa, quando me lembro o quão estranho aquilo foi. Não poderia deixar de perguntar a Pablo.

- Pablo, o Pedri acha que estamos juntos, né? - pergunto.

- Ele é meu melhor amigo, contei a ele que era falso.

Se ele contou que era falso...

Por que Pedri disse que ele gostava de mim?

CONTRACT - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora