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Já estava tarde, acordo com as batidas incessantes na porta. Do outro lado, reconheço a voz grossa pedindo para que abrisse.

- Isa, abre a porra da porta, por favor!

Reviro os olhos, mas aceito seu pedido. Ele entra, ainda com o terno do jantar.

- O que você quer? - cruzo os braços após fechar a porta.

- Te dizer a verdade!

- Não, agora você vai ouvir! - me aproximo dele. - Você se forçou a entrar na minha vida, eu não tive nem chance de recusar e eu com toda certeza do mundo não preciso de você! Não pude conhecer ninguém, nem ao menos me interessar por outro homem, enquanto você estava com sua ex, que inclusive foi quem fudeu a sua vida!

- Isa... - não o deixo falar.

- Chega Pablo, aceita que você a ama e volta com ela, assim vocês criam um site porno para ela contar todas experiências e eu volto a ter a minha vida! - respiro fundo.

Eu odeio o fato de não conseguir me manter firme em alguma discussão, sempre acabo derramando lágrimas, o que não foi diferente.

- Me deixa falar! - Pablo se levanta.

- O quanto você é idiota? - suas mãos seguram as minhas, me predendo encostada na mesa.

- Eu não estava com ela! Como você pode acreditar no que ela fala?

- Ela também admitiu que estragou sua vida amorosa.

- Eu juro para você que não estava com ela, posso ligar para Aurora agora para confirmar que estávamos juntos assistindo filme ontem. - ele me faz acreditar. - Eu não quebraria o contrato, não vejo motivo para isso. Me desculpe por entrar em sua vida forçadamente.

- Tanto faz. - me solto de seus braços.

- Está com ciúmes? - ele me pergunta com um leve sorriso entre as bochechas.

- De você? - ri de sua cara. - Não, você não faz o meu tipo.

Vejo o mesmo mudar de expressão.

- Era só isso? Já pode ir. - respiro fundo.

- Não, meus pais vão fazer uma festa em casa para comemorar seus anos de casados, preciso que vá comigo.

- você já está me devendo muitos favores. - digo.

- Espero que esse seja o último.

Ele sai sem olhar para trás, me deixando sozinha novamente em casa.

...

Chegou o dia da festa dos seus pais, eu usava um vestido verde, acompanhada de Pablo que usava uma camiseta de gola branca.

Todos os parentes próximos de Gavi estavam lá, alguns amigos da família também estavam presentes. Era uma festa tranquila, como um almoço em família, todos se sentaram na grande mesa prontos para começar a comer.

- Só tem uma pergunta que passa em minha cabeça. - Aurora diz baixinho ao meu lado. - como você consegue aturar meu irmão chato?

- as vezes nem eu sei. - nossas gargalhadas atraem alguns olhares.

Os pais de Pablo pareciam me olhar o tempo inteiro, enquanto Pablo se preocupava mais com a bebida em sua taça. Ele percebe meu olhar sobre seu rosto e se vira, me olhando.

- Preciso te contar uma coisa. - ele se aproxima assim que seus pais se levantam da mesa.

- O que?

- Eles obrigam todos os casais a dançarem juntos. - ele se levanta, estendendo a mão para mim.

Todos os casais sentados à mesa se levantam, indo para uma área arejada, onde começa a tocar uma música calma. Sua mão gelada se aconchega em minha cintura, já a outra segura minha mão.

- Cabe uma pessoa entre nós. - Pablo me puxa para mais perto, onde podíamos sentir a respiração um do outro.

Dançávamos ao ritmo da música, quando apoio minha cabeça próxima de seu pescoço a música acaba, todos batem palmas enquanto seus pais se beijavam.

- Fico feliz de estarmos mais um ano juntos, também agradeço por Isa ter dado uma oportunidade ao meu filho de ser mais feliz. - a menção inesperada traz todos os olhares a nós.

"Beija" "beija" "beija"

O som de todos esperando que nós beijássemos me deixa vermelha. Pablo se vira me olhando.

- Nem pense nisso. - digo com os dentes cerrados ainda sorrindo.

- Precisamos. - ele se aproxima. - já fizemos isso antes.

- Não na frente de toda sua família.

Sem pensar duas vezes sua boca ataca a minha, com um beijo macio, suas mãos apertaram minha cintura enquanto todos aplaudiam. Nos separamos, deixando sua boca borrada do meu batom vermelho.

- Não foi tão difícil. - seu sussurro em meu ouvido me fez arrepiar.

CONTRACT - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora