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Meus treinos voltaram junto com os jogos, nos deixando mais cansadas do que o normal. A rotina repetitiva me dava tédio, mas parece que Pablo sempre dá um jeito de deixá-la um pouco mais interessante...

Estava saindo do vestiário quando meu celular recebe uma ligação do nosso médico do CT. Achei estranho porque não o encontrava a meses, não me machuquei nessa última temporada, então por que ele estaria me ligando?

*ligação on*

- Olá, Isabela?

- Oi doutor, por que me ligou?

- Preciso que venha a minha sala, é urgência.

- Ok.

*ligação off*

Desligo já correndo para a enfermaria, abrindo a porta, com a visão de Pablo deitado em uma maca e médicos ao seu lado, que logo saem da sala quando eu entro.

O que esse menino aprontou???

- Oi Isabela! Pablo sofreu um acidente durante o treino, sua perna rompeu um ligamento, ele acabou de passar por uma cirurgia com autorização de seus responsáveis, porém você está como contato para emergência, logo suponho que irá ajudá-lo com a recuperação. - ele me leva até Pablo, que parecia inconsciente.

- Mas onde estão os pais dele? - pergunto.

- Disseram estar em uma viajem de comemoração de casamento.

- Ah, claro.

- Então... quer ajuda para levá-lo? - ele parece querer se livrar de Pablo, imagino, até eu tô querendo.

- Por favor...

O doutor acorda Pablo, me ajuda a colocá-lo dentro do meu carro, encaixando duas muletas em meu banco de trás. A perna de meu "namorado" estava com ferros ao redor, parece ter sido algo grave, mas Pablo não diz uma palavra.

- Quer me contar o que aconteceu? - corto o silêncio presente no carro.

- Nem eu sei explicar. - seu rosto está virado para a janela.

- Fica aí. - digo ao parar em frente a sua casa.

- O que tá fazendo? - ouço seus gritos.

Entro na casa de Pablo, com Aurora abrindo a porta para mim e indo conversar com o irmão. Entro em seu quarto, encontrando uma mala de viajem no canto, abro e coloco roupas confortáveis com escova de dentes e perfumes, fechando em seguida.

Volto para o carro com a cara de confusão dos dois.

- Essa é a minha mala? - ele questiona.

- Aurora, o que vai fazer nos próximos dias? - Questiono sua irmã.

- Terei que viajar a trabalho. - ela me olha.

- É... parece que sobrou para a namorada cuidar de você, pablito. - me viro para ele, vendo seus olhos revirarem.

- Boa sorte, Isa! - Aurora se despede, entrando em sua casa.

Seguimos caminho para minha casa.

- Vou ter que ficar na sua casa? - ele questiona.

- Na próxima não coloca meu número como contato de emergência. - o encaro.

- Não foi eu.

- Enfim, seus pais e sua irmã estão viajando, não tem com quem ficar, Pablo.

- Tá, tanto faz. - ele parece decepcionado com sigo mesmo.

- Quanto tempo eles te deram? - pergunto.

- 7 meses... - seu rosto era totalmente neutro nas expressões, como se estivesse desistido de tudo ao seu redor.

Paro o carro, descendo e pegando suas muletas no meu banco de trás.

- Quer ajuda? - as entrego a ele.

- Não.

Eu notava sua dor pelas expressões em seu rosto. Ele estava quebrado, futebol é a única coisa em que ele se dedica.

CONTRACT - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora